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Ler texto - Escola de Arquitetura - UFMG

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<strong>de</strong>senvolver algum empreendimento, uma tentativa ou empresa difícil, arriscada e/ou <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> vulto; ou ainda uma investida, ataque ou assalto. Dentro do relatório, essas palavras ao<br />

mesmo tempo po<strong>de</strong>m passar a idéia <strong>de</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento ter que ser feito <strong>de</strong>ntro das<br />

possibilida<strong>de</strong>s das finanças públicas, bem como <strong>de</strong> tomar atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrojo, atrevimento, o ato<br />

<strong>de</strong> investir e cometimento vem dar ênfase na segunda idéia, <strong>de</strong> que todo esse <strong>de</strong>senvolvimento<br />

seria uma empresa difícil arriscada e/ou <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> vulto.<br />

E ele continuará dizendo aos membros da Assembléia Legislativa:<br />

Compenetrados, como vos achais, <strong>de</strong> que a escola e a locomotiva são os legítimos<br />

impulsores da felicida<strong>de</strong> pública; convencidos <strong>de</strong> que <strong>de</strong>sses dois e tão po<strong>de</strong>rosos<br />

elementos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> em magna parte a prosperida<strong>de</strong> da nossa como <strong>de</strong> todas as<br />

províncias do Império; sabereis, digo-o com a confiança <strong>de</strong>vida aos eleitos do povo<br />

mineiro, consagrar-lhes a vossa patriótica e inquebrantável solicitu<strong>de</strong>. 107<br />

Então, já que todos estavam convencidos intimamente <strong>de</strong> que a escola e a estrada <strong>de</strong><br />

ferro eram os gran<strong>de</strong>s elementos que conseguiriam assegurar a consolidação do progresso<br />

social, <strong>de</strong>veriam contribuir para o seu <strong>de</strong>senvolvimento, a sua solicitu<strong>de</strong>. Theophilo Ottoni<br />

acredita que a educação e os caminhos <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong>tinham as duas principais condições para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da socieda<strong>de</strong>, o florescimento científico e o industrial. Mas a Assembléia<br />

Legislativa Mineira, como já foi dito, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1871 vinha tentando fazer com que a ferrovia se<br />

<strong>de</strong>senvolvesse na província. A dificulda<strong>de</strong> imposta, pelo relevo montanhoso e a distância do<br />

Oceano Atlântico, fazia com que fosse necessário Minas esperar o governo fe<strong>de</strong>ral concluir a<br />

construção da Estrada <strong>de</strong> Ferro D. Pedro II, e que esta a<strong>de</strong>ntrasse ou chegasse o mais próximo<br />

possível <strong>de</strong> suas fronteiras. Essa espera gerava um certo <strong>de</strong>sconforto, já que “diversas<br />

províncias ensaiavam ou prontificavam caminhos pela tração a vapor, e, no entanto, nada a<br />

respeito se consignava nas páginas do nosso expediente.” 108<br />

Nesse ano foi votado e aprovado o prolongamento da Estrada <strong>de</strong> Ferro D. Pedro II<br />

até a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lagoa Dourada, <strong>de</strong>pois, no ano seguinte, ela seria prolongada <strong>de</strong> Porto Novo a<br />

Cataguases, parando a sua construção, na data do discurso, em São Geraldo. “Todos os<br />

elementos, pois, se congregavam para anunciar à província <strong>de</strong> Minas que tinha chegado a hora<br />

<strong>de</strong> assentar os trilhos em seu território, proporcionando à sua indústria e ao seu comércio<br />

meios <strong>de</strong> rápido transporte.” 109 Nosso legislador estava empolgado e possuía motivos para<br />

isso. Logo que as medidas <strong>de</strong> incentivo foram tomadas pela Assembléia apareceram pessoas<br />

interessadas em construir ferrovias pela província; em menos <strong>de</strong> um ano nove concessões<br />

107 I<strong>de</strong>m.<br />

108 I<strong>de</strong>m, p. 39.<br />

109 I<strong>de</strong>m.

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