Ler texto - Escola de Arquitetura - UFMG
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87<br />
para eletricida<strong>de</strong> era colocado em hasta pública, só que nenhuma pessoa interessada se<br />
manifestou. Um ano <strong>de</strong>pois o mesmo Andra<strong>de</strong> se responsabilizaria pelos melhoramentos<br />
necessários. Essa mudança iria se complicar, vindo somente em 1893, com a atuação da<br />
Companhia Industrial Ouropretana <strong>de</strong> Força, Luz e Telefone, a ser implementada. 221<br />
Nos relatórios da década <strong>de</strong> 1880, as obras públicas corriqueiras da capital foram<br />
<strong>de</strong>ixadas <strong>de</strong> lado e ce<strong>de</strong>ram espaço às obras consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância que teriam<br />
gran<strong>de</strong> impacto sobre a estrutura urbana e a população. Em 1885, o diretor <strong>de</strong> obras públicas,<br />
Almeida Gomes, fornece uma relação do que possivelmente po<strong>de</strong>ria ser uma lista muito<br />
completa das ativida<strong>de</strong>s exercidas pela secretaria <strong>de</strong> obras públicas na capital. Medidas<br />
simples como reformas no prédio da ca<strong>de</strong>ia, quartel do corpo policial e do teatro, concerto <strong>de</strong><br />
encanamentos, pontes e paredões que não foram listadas nos anos anteriores estão ao lado <strong>de</strong><br />
melhoramentos não tão comuns, como o nivelamento do morro existente perto da futura<br />
estação ferroviária e a construção <strong>de</strong> um jardim na praça da In<strong>de</strong>pendência. 222<br />
Com o início da construção do ramal ferroviário, os legisladores passaram a ter uma<br />
preocupação com a estrutura urbana que o receberia. Uma das primeiras medidas foi o<br />
nivelamento <strong>de</strong> um morro que ficava perto do local da futura estação. Em 1887, o presi<strong>de</strong>nte<br />
Oliveira Figueiredo abriria seu discurso sobre os melhoramentos da capital dizendo que<br />
estava seguindo o mesmo caminho trilhado pelos antigos presi<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>dicando especial<br />
atenção a sua boa higiene e embelezamento. E justificava sua atitu<strong>de</strong> argumentando: “A<br />
circunstância <strong>de</strong> em breve tempo ser aberto ao tráfego o ramal que a põe em fácil contacto<br />
com a corte e diversas cida<strong>de</strong>s da província, é motivo para maior impulso aos melhoramentos<br />
que ela reclama.” 223<br />
221 Para uma análise do processo <strong>de</strong> mudança ver: MANTOVANI, A. L. Faça-se a Luz: mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong>mandas sociais na eletrificação da iluminação pública em Ouro Preto, 1880-1920. Monografia <strong>de</strong> Bacharelado.<br />
Ouro Preto: Departamento <strong>de</strong> História da UFOP, 2005. MANTOVANI, A. L. Mo<strong>de</strong>rnizar para não mudar: a<br />
instalação do setor elétrico em Ouro Preto, 1880-1890. In: Caminhos da história: <strong>de</strong>safios da historiografia em<br />
Minas Gerais: anais eletrônicos [CD-ROM] – XIV Encontro Regional <strong>de</strong> História. Juiz <strong>de</strong> Fora: ANPUH-MG,<br />
2004.<br />
222 Antonio Olyntho <strong>de</strong> Almeida Gomes. Anexo C. Diretoria Geral <strong>de</strong> Obras Públicas. In: Relatório <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> Província apresentado por José Antonio Alves <strong>de</strong> Brito, em 01 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1885, p. AC-40. As obras listadas<br />
foram: Ca<strong>de</strong>ia, <strong>de</strong>saterro do moro do curral na praia do Ouro Preto, ferraria da província, encanamentos, jardim<br />
da praça da in<strong>de</strong>pendência, iluminação pública, paço da assembléia, passeio da rua das Cabeças, passeio <strong>de</strong><br />
Antonio Dias, casa on<strong>de</strong> funciona a diretoria <strong>de</strong> fazenda, telégrafo do norte, estação telegráfica da capital,<br />
palácio da presidência, ponte do Xavier, repartição <strong>de</strong> obras publicas, encanamento do largo do Rosário, teatro,<br />
paredão do palácio da presidência, encanamento da rua <strong>de</strong> São José entre os prédios <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> do Dr.<br />
Manoel Joaquim <strong>de</strong> Lemos e comendador Carlos José Alves Antunes, quartel do corpo policial, pontilhão da<br />
Barra, paredão dos Monges, secretaria da polícia, bueiros diversos, escola da freguesia <strong>de</strong> Antonio Dias,<br />
diversos, açu<strong>de</strong> da ponte do Rosário, prédio do Liceu Mineiro.<br />
223 Relatório <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Província apresentado por Carlos Augusto <strong>de</strong> Oliveira Figueiredo, em 05 <strong>de</strong> junho<br />
<strong>de</strong> 1887, pp. 75-6.