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Ler texto - Escola de Arquitetura - UFMG

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37<br />

referência “um dos interessantes artigos que o erudito estatístico <strong>de</strong> Boston, Eduardo<br />

Alkinson, está publicando na Ralvay Arge, <strong>de</strong> Chicago”. Em 1881, os Estados Unidos<br />

possuíam 147 mil e 670 quilômetros e 802 metros <strong>de</strong> ferrovias construídas em seu território. 84<br />

Para o complemento <strong>de</strong> sua re<strong>de</strong> eram necessários quase 189 mil quilômetros, sendo que entre<br />

1881 e 1885 haviam sido construídos mais 49 mil e 798 quilômetros e 55 metros,<br />

representando 26,3% do total requerido para se construir, necessários à interligação <strong>de</strong> todo o<br />

território. Todavia, a média anual <strong>de</strong> quilômetros abertos à exploração nos últimos quatro<br />

anos <strong>de</strong> foi <strong>de</strong> 12.461 km e 705 metros. A expectativa era <strong>de</strong> se aumentar para 12.550 km e 2<br />

metros, apenas 88 km e 495 metros a cada ano para conseguir interligar todo o território<br />

norte-americano pelos caminhos <strong>de</strong> ferro, sendo a meta alcançada até 1900.<br />

Esse surpreen<strong>de</strong>nte crescimento levou as fábricas <strong>de</strong> trilhos a elevarem os preços,<br />

provocando uma alta consi<strong>de</strong>rável no mercado americano. “De 26 dólares, os carris subirão já<br />

a 30 dólares e algumas encomendas tem sido aceitas a 31 e 32, até que ultimamente subiram a<br />

35.” A alta e rápida inflação dos preços dos trilhos, algo em torno <strong>de</strong> 35%, provocou a<br />

retração das companhias em suas encomendas, chegando a ser feito pedidos a empresas da<br />

Inglaterra, já que os preços eram mais competitivos e atraentes que no mercado americano,<br />

compensando a importação. Chegando a “algumas administrações reservam-se para fazer as<br />

suas encomendas quando o mercado do aço laminado lhes <strong>de</strong>r margem para maior<br />

economia.” 85<br />

Comparando os dados fornecidos pelos jornais O Vinte <strong>de</strong> Agosto e o Liberal<br />

Mineiro po<strong>de</strong>-se notar uma diferença entre os valores fornecidos sobre o crescimento da re<strong>de</strong><br />

ferroviária norte-americana. O primeiro diz que o crescimento foi <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 49 mil e 800<br />

quilômetros e o segundo <strong>de</strong> 56 mil e 327 quilômetros, resultando em uma diferença <strong>de</strong> 6.527<br />

quilômetros. O recorte temporal dos artigos difere um pouco, sendo <strong>de</strong> 1881 a 1885 e 1878 a<br />

1883 respectivamente. Uma diferença <strong>de</strong> dois anos, mas que provocam contradições entre<br />

algumas afirmações dos artigos. Segundo o O Vinte <strong>de</strong> Agosto, foi após 1883 que aconteceu o<br />

maior crescimento na construção das linhas norte-americanas. 86 Se tivermos essa afirmação<br />

como verda<strong>de</strong>ira, ela mesma contradiz os dados fornecidos, que pela progressão teriam mais<br />

metros construídos que nos anos subseqüentes. Porém, se este for o valor correto do<br />

84 A notação métrica apresentada no artigo estava em milhas, o autor não fez a conversão para os padrões<br />

brasileiros. Para efetuar a conversão utilizei o “Quadro das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medidas legais” em anexo em<br />

KOOGAN, A.; HOUAISS, A., op. cit., p. 1724, adotando o valor <strong>de</strong> 1.609 metros para cada milha terrestre.<br />

85 HPEMG – O Vinte <strong>de</strong> Agosto, Ouro Preto, ano I, n° 76, 07 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1886.<br />

86 “porém, que nos últimos dois anos a construção tem seguido com maior ativida<strong>de</strong>.” I<strong>de</strong>m.

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