Ler texto - Escola de Arquitetura - UFMG
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que o combustível utilizado até então, o carvão. Os resultados obtidos na <strong>de</strong>monstração da<br />
nova locomotiva superaram todas as expectativas das pessoas envolvidas no projeto e dos<br />
expectadores convidados. E findo o espetáculo os envolvidos foram visitar as <strong>de</strong>pendências da<br />
oficina e tomar um cafezinho pra confraternizar.<br />
Depois <strong>de</strong> fazer essa leitura da matéria científica, fiquei me perguntado se seriam<br />
apenas essas informações contidas no <strong>texto</strong>. Será que eu teria conhecimentos suficientes para<br />
compreen<strong>de</strong>r o significado das noções <strong>de</strong> física newtoniana e ter uma noção um pouco mais<br />
completa da mensagem que o autor tencionava transmitir Será que as pessoas que possuíam<br />
contato com os jornais no final do século XIX, mesmo sendo letrados, conseguiam enten<strong>de</strong>r<br />
completamente o seu significado, já que existem várias palavras e informações técnicas que<br />
apenas pessoas possuidoras <strong>de</strong> conhecimentos <strong>de</strong> física po<strong>de</strong>riam <strong>de</strong>codificar e compreen<strong>de</strong>r<br />
seu sentido Será que são apenas estas informações que po<strong>de</strong>mos tirar <strong>de</strong>sta reportagem E<br />
vale lembrar que estou falando <strong>de</strong> mim que leio a reportagem com os olhos do século XXI e<br />
que possuo certo conhecimento <strong>de</strong> física aprendida durante meus anos <strong>de</strong> estudo e esforço<br />
individual, além <strong>de</strong> certas palavras <strong>de</strong> teorias das ciências exatas já estarem popularizadas no<br />
vocabulário da língua portuguesa, como, por exemplo, a noção <strong>de</strong> força que é <strong>de</strong> uso corrente<br />
no cotidiano das pessoas.<br />
Para compreen<strong>de</strong>r o significado <strong>de</strong> algumas palavras fez-se necessário a consulta <strong>de</strong><br />
dicionários do final do século XIX e do século XX que, segundo acredito, teriam incorporado<br />
as novas palavras utilizadas no cotidiano e atualizado o seu significado, se porventura ele<br />
tivesse sofrido mudanças com o passar do tempo. 62 Os dicionários procuram sistematizar os<br />
significados que as palavras possuem e são utilizadas pela socieda<strong>de</strong> que o produziu,<br />
normatizando o que o senso comum compreen<strong>de</strong> por estes signos. 63 Pelo fato <strong>de</strong> tratar-se <strong>de</strong><br />
conhecimento científico, mais especificamente da física mecânica, as noções não mudaram<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua formulação por Newton, quando, reza a lenda, uma maçã caiu em cima <strong>de</strong> sua<br />
cabeça.<br />
62 Estou me referindo ao trabalho <strong>de</strong> FERREIRA, A. B. <strong>de</strong> H.. Novo Dicionário Aurélio – Século XXI. Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro: Nova Fronteira. 1999. & KOOGAN, A.; HOUAISS, A. op. cit.,. & ALMEIDA, J. M. <strong>de</strong>. Dicionário<br />
enciclopédico ou Novo dicionário da Língua Portugueza. Lisboa: Tip. <strong>de</strong> F. X. <strong>de</strong> Souza e Filho, 1870, vol. I e<br />
II.<br />
63 GRANGEIRO, C. D. As artes <strong>de</strong> um negócio: a febre photographica: São Paulo 1862-1866. Campinas:<br />
Mercado das Letras; São Paulo: Fapesp, 2000, p. 27. O autor também utiliza o dicionário <strong>de</strong> Almeida em seu<br />
trabalho, só que a 5ª edição e ele não especifica a data da produção.