Características da Carcaça de Caprinos das Raças ... - CCA/UFPb

Os resultados referentes aos rendimentos condizem com os encontrados por
outros autores. Bellaver et al. (1983), avaliando características de carcaça de quatro
raças caprinas do Nordeste brasileiro (Moxotó, Canindé, Marota e Repartida),
encontraram rendimentos de carcaça quente e fria de 39,5 e 40,6%, respectivamente.
Costa et al. (1990), estudando características de caprinos nativos criados em sistema
tradicional de manejo no Nordeste do Brasil, verificaram rendimento de carcaça quente
e fria em torno de 34,5 e 39,4%, respectivamente.
Quando comparamos o efeito da dieta, os animais que consumiram a ração com
maior nível de energia apresentaram maiores resultados para o peso vivo final,
rendimento de carcaça fria, rendimento de carcaça quente e o rendimento biológico:
22,88 kg; 49,69; 48,33 e 57,10% respectivamente. Já os animais que receberam a dieta
com menor energia, para estas variáveis encontraram os seguintes resultados: 18,73 kg;
44,34; 42,78; 54,09%.
A influência do peso vivo final sobre o rendimento da carcaça pode ser alterada
pelo conteúdo gastrintestinal, o qual, por sua vez, é influenciado pelo número de horas
em jejum a que os animais são submetidos e pelo tipo de dieta. Mattos et al. (2006),
estudando dois níveis de alimentação para caprinos da raça Moxotó e Canindé
obteveram resultados semelhantes ao encontrados neste trabalho. Animais que
submeteram a uma restrição alimentar de 30% obtiveram os seguintes valores: 19,42
kg; 45,95; 43,56 e 53,88%; os animais que receberam alimentação a vontade
apresentaram melhor resultado 26 kg, 48,09, 46,01 e 55,42%.
As perdas por resfriamento que são decorrentes das perdas de umidade na
carcaça quando mantidas na câmara fria e as reações químicas ocorridas no músculo
durante o resfriamento, os animais que receberam uma dieta com maior energia
obtiveram melhor resultado quando comparado ao de menor energia 2,74% e 3,48%.
Estes resultados são explicados já que os animais que receberam a dieta com 2,71
Mcal/kgMS tinham uma maior cobertura de gordura na carcaça, esta cobertura evita a
perda de umidade da carne. Mattos et al. (2006) trabalhando com as mesmas raças deste
trabalho encontraram resultados inferiores ao do nosso trabalho, onde animais que
submeteu-se a um restrição alimentar apresentou 4,35%, já os que receberam
alimentação a vontade 5,21%.