3307 - Diário do Poder Legislativo Vitória-<strong>ES</strong>, quarta-feira, <strong>13</strong> de julho de <strong>2011</strong>várias secretarias e cada uma tem seu orçamento esua política e não consegue fazer ações integradas; oque podia integrar é a saúde das pessoas.Houve uma reunião recentemente, há um mês,na Cidade de São Paulo, da chamada C 40, as quarentamaiores cidades do mundo, mais dezessetes cidades quese associaram. Quando vi o programa não acrediteiporque não tinha saúde humana. Então, verifiquei aprogramação anterior da C 40 e nenhuma delas abordoua saúde. Mandamos uma carta para o Senhor MichaelBloomberg, Prefeito de Nova York, e S. Ex.ª disse serde fato uma boa ideia. Tem um bicho que vive nascidades. E esse é o grande dilema. Pela legislaçãobrasileira atual, o padrão secundário, que é maisrestritivo, se aplica fora da cidade. Dá para imaginarisso. Não é que não goste de natureza; fui até presidentedo Board Green Peace, o primeiro deles. Só que paravocê fazer o Rodanel, e o Ministério pegou pesado, defato você tem que preservar o cinturão verde. Mas, nãoexiste um arcabouço legal para fazer com que quandopassa uma avenida, ou abre uma indústria onde morampessoas, você leve isso no estudo de impacto ambiental.Quantos estudos de impacto ambiental levamem conta saúde mesmo, para valer? Têm uns mapas dedispersão, um nível, qual é o efeito em saúde? Qual é oimpacto de se licenciar mil carros por dia? Se vocêsomar a potência instalada da frota do Estado de SãoPaulo, de acordo com conta que fiz, equivale a quinzeItaipus, onde moram dezesseis milhões de pessoas.Qual o estudo de impacto de ambiental para isso? Adiscussão tem que chegar até o nível da precificação dasaúde para saber quanto subsidiamos com nossa saúdepolíticas de mobilidade, de energia e dedesenvolvimento industrial. Foi assim na queima dacana de açúcar, onde se descobriu que o que se gastavaem saúde era muito mais do que mecanizar.Desculpem-me por falar de dinheiro, apesar deser médico, mas acho que fila de hospital não convencetanto quanto o dinheiro. Tem que ter uma linguagemeconômica para isso. E também acho que os cobenefíciosde saúde deveriam ser centrais na políticade mudanças climáticas globais também, porque essaspolíticas exigem do ser humano uma integridade e umagenerosidade que não são comuns a ele.Veja o que propomos às pessoas: se vocêdeixar o carro em casa e pegar um transporte coletivoruim, ficar no escuro à noite, tomar banho decanequinha e não comer carne vermelha, daqui acinquenta anos os níveis de gases de efeito estufacomeçarão cair. E o primeiro beneficiado será o ursopolar. Os senhores acham que alguém faz isso? Quem jáfaz não precisa ser convencido. Quem que precisa serconvencido é aquele que na hora em que o preço dolitro do etanol aumentou vai direto para a gasolina,estorricando ou não a foca onde estiver.A mensagem básica é a seguinte: se você comermenos carne vermelha, reduz metano no pasto, mas seurisco de doença cardiovascular e de câncer cai agora.Vinte por cento menos de carne vermelha, quatorze porcento de risco de mortalidade cardiovascular.Se você fizer transporte ativo como, porexemplo, caminhada, reduzirá emissões de poluentes noar, mas sua saúde melhora agora. Esses co-benefíciosimediatos de efeito local... Não existeincompatibilidade entre as políticas de mudançaclimática global e as políticas de poluição em efeitolocal porque o que emite gases de efeito estufa emitetambém poluente em escala local. Então, uma linha demetrô é mais sustentável, mas reduz a poluição daquelecorredor. As pessoas dormem mais. Elas se desgastammenos. Esse é o desafio. Se os senhores sentem que acidade está ficando doente, todos ficarão doentes. Mas,lembrem-se de que a doença é que faz com que aspessoas mudem de atitude. Sem ser fustigado pela iradivina, há mais pessoas que se transformam para o bemna UTI do que em igreja. E mais, têm muitas pessoasque frequentam igreja só porque têm um problema sériopara resolver. Não é uma procura espontânea.Procuramos o quê? O nosso conforto. E assim tem queser.O fato de estarmos doentes nos cria a energiapara a mudança. Se dissociarmos o homem da questãoambiental, nós, consumidores, é que promovemos essapressão, ou seja, a mudança é muito menos tecnológicado que de comportamento. E você só tem que colocar adiscussão numa janela de tempo que diga respeito àspessoas na sua existência e ao local onde vivem, paranão jogarmos a discussão para as zonas remotas. Porisso temos que evitar o que chamo de maquiagem verde.Toda companhia que quer, digamos, escapar, fará açãosustentável no mico leão dourado, projeto de chapinhano mico leão, tartaruga tamar brilhando. Isso não temsentido, é maquiagem verde. Se a empresa não forsustentável em sua estrutura central de negócio, nãovale. Acho que esse é o momento de discutir a saúdedas pessoas como elenco, deixar de ver homem semprecomo vilão ou vítima, e promover uma discussão quecongregue economia, política e preservação ambiental,e acho que quem ganhará com tudo isso é a saúde daspessoas. (Muito bem!)O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (LUCI<strong>ANO</strong>REZEN<strong>DE</strong>) – Foi combinado na conformação destasessão especial que cinco pessoas se pronunciarão emnome de cinco segmentos pelo tempo de dez minutos: orepresentante da Vale, o da ArcelorMittal, o SecretárioEstadual de Meio Ambiente, o representante dasassociações de moradores e o do Ministério PúblicoEstadual. (Pausa)Antes de conceder a palavra aos nossosconvidados, concedo a palavra ao Senhor DeputadoSandro Locutor, Presidente da Comissão de MeioAmbiente desta Casa, pois está envolvido com o eventoem comemoração aos cento e vinte e um anos doMunicípio de Cariacica e precisará se ausentar.O SR. SANDRO LOCUTOR – (Sem revisãodo orador) – Senhoras e senhores, boa-noite. Saudamosinicialmente a Senhora Deputada Luzia Toledo, Vice-Presidenta desta Casa; o Senhor Deputado LucianoRezende, proponente desta sessão especial; o SenhorPaulo Rui Valin Carnelli, Secretário Estadual de MeioAmbiente, neste ato representando o Governador doEstado Renato Casagrande; o Doutor Gustavo SennaMiranda, representante do Ministério Público; o SenhorPaulo Saldiva, palestrante da noite, e o Senhor Paulo
Vitória-<strong>ES</strong>, quarta-feira, <strong>13</strong> de julho de <strong>2011</strong> Diário do Poder Legislativo - 3308Esteves, representante das associações de moradores,S. Ex.ª recentemente esteve presente a uma reuniãoda Comissão de Meio Ambiente. Às demaispersonalidades da Mesa, nossos respeitos.Como Presidente da Comissão de MeioAmbiente, não poderíamos deixar de felicitar o SenhorDeputado Luciano Rezende pela iniciativa de promoveresta sessão especial. À Mesa está também a SenhoraDeputada Luzia Toledo, Vice-Presidenta da Comissãode Meio Ambiente. O Deputado Luciano Rezende, V.Ex.ª ao nos convidar para participar desta sessão, fezquestão que estivéssemos presente. Como já dito peloSenhor Deputado Luciano Rezende, presidente destasessão, teremos que nos deslocar para uma atividade emCariacica, município com maior incidência de poluição,segundo o gráfico do Professor Paulo Saldiva. Masestamos representado por dois membros da Comissãode Meio Ambiente e pedimos à Senhora DeputadaLuzia Toledo que continue à Mesa representando aComissão de Meio Ambiente.O Senhor Deputado Luciano Rezende jáparticipou de reunião na Comissão de Meio Ambiente.Colocamo-nos à inteira disposição na Comissão deMeio Ambiente desta Casa. Assim como estamos àinteira disposição das representatividades da sociedade.Temos recebido não só em nosso gabinete, mas naComissão de Meio Ambiente, vários segmentos dasociedade para expor vários temas. Na última reuniãoda Comissão de Meio Ambiente a Senhora NíciaRegina Sampaio, do Ministério Público, estevepresente. Temos contato constante e vamos aprimorarainda mais esses contatos com o Ministério Público,com o IEMA, com os órgãos fiscalizadores. Nós queassumimos recentemente a Comissão de MeioAmbiente, vamos para cinco meses, estamostomando ciência de todo tramitar, de tododesenvolvimento que toma conta do nosso Estadoque cresce de forma galopante, graças a Deus, comvários empreendimentos.Não temos nos furtado da função de fiscalizar odesenvolvimento com a preocupação sócio ambientalque nos compete. Temos ouvido a sociedade, oscomplexos empresariais com muita cautela, com muitozelo para que façamos um juízo de valor em cima deelementos técnicos, de dados concretos para nãopecarmos no julgar e principalmente no tomar deprovidências. Nossa Comissão está aberta para todos ossegmentos da sociedade aqui representados. Reunimonosàs terças-feiras, às 12h30min. É um horário ruim,mas foi firmado esse horário por causa da adequação dovolume de trabalho da Casa.Convidamos todos os presentes e ostelespectadores. Conclamamos que venham mais a estaAssembleia Legislativa. Não venham apenas emmomentos que são considerados importantes como umdebate, uma palestra, uma sessão especial importantecomo esta. Que os senhores nos prestigiem com suapresença nos cobrando em nosso gabinete. Quando euera vereador fazia isso e faço hoje como deputado.Quando vejo a Casa cheia sinto-me com aresponsabilidade aumentada.Gostamos de ver o cidadão capixabaprestigiando nosso trabalho não só com sugestões, bemcomo com críticas, com idéias. Conclamamos todosvocês para que na nova gestão do Governador RenatoCasagrande todas as cabeças pensantes do nosso Estadopossam estar irmanadas no intuito de construirmospolíticas públicas que possam fazer com que nossoEstado continue crescendo. Que possamos tambémpreservar os dias futuros dos nossos seguidores,familiares, nosso próximo. Se não tivermos umapreocupação agora, como bem disse o palestrante,Doutor Paulo Saldiva, no futuro teremos dúvida decomo o cidadão viverá na face da terra. Colocamo-nos àdisposição.Dizem que quando se faz um discurso pedindodesculpas é porque o discurso é ruim. Mas peçodesculpas, pois me ausentarei para ir ao município deCariacica, ainda esta noite, por causa de uma Ordem deServiço.Convidamos os senhores para amanhã irem aCariacica. O Governador Renato Casagrande estará nonosso município que completa este mês cento e vinte eum anos, quando assinará duas importantes ordens deserviço: de duplicação do binário do trevo de Alto Lageaté o terminal de Itacibá e da Avenida Alice Coutinho.Colocamo-nos à disposição. Nosso gabinetenesta Assembleia Legislativa é o de número 402. Eparabenizamos mais uma vez o Senhor DeputadoLuciano Rezende pela iniciativa. (Muito bem!)O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (LUCI<strong>ANO</strong>REZEN<strong>DE</strong>) – Franquearemos a palavra por dezminutos para cada um dos representantes dos segmentosmencionados que dela quiserem fazer uso. Pediremosque nos ajudem com relação ao tempo. Comunicaremosa cada um dos expositores quando estiver faltando umminuto para o término da exposição para que de certaforma possamos equilibrar a exposição já que o tema éapaixonante, portanto, é necessário esse controle.Pedimos antecipadamente desculpas a S. S. as . (Pausa)Concedo a palavra ao Senhor AustregeziloGuimarães, coordenador de Meio Ambiente da Vale.O SR. AUSTREGEZILO GUIMARÃ<strong>ES</strong> –(Sem revisão do orador) - Senhoras e Senhores, boanoite.Primeiramente, agradeço ao Senhor DeputadoLuciano Rezende pelo convite para participarmos destedebate nesta Assembleia Legislativa sobre omonitoramento e a qualidade do ar na Grande Vitória.Peço licença para que possa apresentar oacompanhamento do Termo de CompromissoAmbiental assinado pela Vale com representantes doMinistério Público, da comunidade de Vitória e tambémdo órgão de meio ambiente. Sem entrar muito nohistórico desse processo, mas em determinadomomento, há cinco ou seis anos, a Vale foi desafiadapor essas partes para assinar um termo de compromissovoltado para o aprimoramento dos sistemas de controleambiental da Ponta de Tubarão a fim de reduzir aemissão de material particulado.A Vale, prontamente, aceitou o desafio depoisdas necessárias discussões a respeito das ações queseriam implementadas, mesmo sabendo dos obstáculosque teríamos pela frente relacionados a algumasquestões como, por exemplo, prazo; todo o trabalho de
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