3317 - Diário do Poder Legislativo Vitória-<strong>ES</strong>, quarta-feira, <strong>13</strong> de julho de <strong>2011</strong>O SR. KLEBER GALVÊAS – Tenho emminhas mãos um papel com poeira que recolhi em trintacentímetros quadrados de cima da mesa do meu ateliê,na Barra do Jucu, localizado a trinta quilômetros dedistância das principais fontes poluidoras do Municípiode Vitória. Se passarmos um imã nesta folha com poeiraveremos esta poeira dançar. Assim, essa história daWind Fence...O Senhor Deputado Luciano Rezende presidiuuma audiência pública na Câmara Municipal de Vitóriae a Vale declarou que isso não funcionaria. Hoje,constatamos que realmente não funciona. Não há umamelhoria na dispersão de ferro na área da GrandeVitória.Senhor Deputado Luciano Rezende, a TVCapixaba promoveu um debate no Município de Vitóriae V. Ex.ª, o Senhor Zezito Maio, o Secretário Estadualde Meio Ambiente e eu estivemos presentes. Naqueledebate o Senhor Carlos Leite colocou que não hádiferença entre o pulmão de um não fumante e o de umfumante no Município de Vitória, em função da grandepoluição atmosférica da nossa cidade. Isso ocorreu háquinze anos e acredito que V. Ex.ª era recém-formadoem Medicina. Ainda sustenta essa ideia?O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (LUCI<strong>ANO</strong>REZEN<strong>DE</strong>) – Informamos que depois que todas asperguntas forem feitas, faremos a conclusão de todaselas para encerrarmos a sessão.Continua franqueada a palavra. (Pausa)O SR. RAIMUNDO NONATO – SenhorPresidente, pela ordem! Peço a palavra.O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (LUCI<strong>ANO</strong>REZEN<strong>DE</strong>) – Concedo a palavra ao SenhorRaimundo Nonato.O SR. RAIMUNDO NONATO – Saúdo todasas autoridades presentes na pessoa do Senhor DeputadoLuciano Rezende e demais componentes da Mesa. SouEngenheiro Agrônomo, servidor público da PrefeituraMunicipal de Vitória e morador deste município.Faremos perguntas ao Professor Paulo Saldivae ao Senhor Paulo Ruy Valim Carnelli, SecretárioEstadual de Meio Ambiente: Professor Paulo Saldiva,parabéns pela sua brilhante explanação. Mas, o Senhorfalou que as leis ambientais no Brasil têm o seu padrãosecundário aplicado fora das cidades. Gostaria de sabera sua opinião sobre isso.Senhor Paulo Ruy Valim Carnelli, SecretárioEstadual de Meio Ambiente, a estação demonitoramento do Município de Vitória se encontra emlocal sombreado, ou seja, está rodeada por prédio, o queafeta sua eficiência na leitura dos dados a que sepropõe. Gostaria de saber se está previsto algumamudança de local para essa estação, localizada perto doCorpo de Bombeiros, para que tenha uma leitura maisfiel à que hoje temos em termos de emissões.O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (LUCI<strong>ANO</strong>REZEN<strong>DE</strong>) – Continua franqueada a palavra. (Pausa)O SR. ERAYLTON MOR<strong>ES</strong>CHI JÚNIOR –Senhor Presidente, pela ordem! Peço a palavra.O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (LUCI<strong>ANO</strong>REZEN<strong>DE</strong>) – Concedo a palavra ao SenhorEraylton Moreschi Júnior.O SR. ERAYLTON MOR<strong>ES</strong>CHI JÚNIOR –Boa noite a todos. Senhor Paulo Ruy Valim Carnelli,Secretário Estadual de Meio Ambiente, há décadas apopulação da Grande Vitória escuta dos órgãosambientais que nada podem fazer em relação àspartículas sólidas sedimentáveis, pois não há padrões.Sendo que em 2006, na audiência da Vale, a SenhoraSueli Tonini prometeu que estavam realizandoestudos em conjunto com a Universidade Federal doEspírito Santo para a criação desses padrões. Porém,aSenhora Sueli Tonini, ao ocupar o cargo deSecretária, desmentiu essa informação.No início deste ano os veículos decomunicação transmitiram que os padrões sairiam edepois que não sairiam, sendo que a Lei Complementarn.º 248, de 28 de junho de 2002, tem como atribuiçãodo IEMA/Seama a criação de padrões ambientais,implantação e execução dos mesmos. Quando teremosesses padrões no Município de Vitória?O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (LUCI<strong>ANO</strong>REZEN<strong>DE</strong>) – Daremos início às respostas,respondendo à pergunta do Senhor Kleber Galvêas.Toda a deposição de partículas sólidas provocano pulmão uma grande alteração, como mostrado numalâmina do Professor Paulo Saudiva. Essa afirmação eracorreta lá e continua correta aqui. O fumante tem odepósito de substâncias como alcatrão e outrassubstâncias que marcam o seu tecido pulmonar; essaspartículas maiores também marcam o pulmão e ficamdepositadas, conforme exposição feita aqui. (Pausa)Concedo a palavra ao Senhor Paulo Saldiva,para resposta.O SR. PAULO SALDIVA – Como esta será aúltima vez que falarei, gostaria de aproveitar aoportunidade para agradecer mais uma vez.A pergunta é: porque é tão difícil mudar ospadrões? Porque não há consenso e não haverá nuncanessa área; sempre haverá conflito. Precisamos de umadecisão baseada em benefício de todos.Volto a dizer o seguinte: Vitória tem todas ascondições de tomar a decisão correta. O InstitutoEstadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos temmuita gente capaz. A rede de monitoramento de Vitóriaé melhor do que a da maior parte das capitaisbrasileiras. Pode não ser perfeita, mas existem cidadesque não têm nada. Então, o fato de medir e de tertécnicos não impediu que o Estado de São Paulodeteriorasse a qualidade do ar, como também ocupasseárea de material manancial e destruísse todo otransporte sobre trilhos. Historicamente é isso mesmo.O que foi controlado no Estado de São Paulo? Aindústria, porque é mais fácil lidar com indústrias.Depois, tenta-se o transporte individual. Mas, até agoranão conseguimos resolver isso por falta e apoio políticoe até de suporte.Qualquer prefeito que for peitar carro hoje noEstado de São Paulo não se elege nem para síndico de
Vitória-<strong>ES</strong>, quarta-feira, <strong>13</strong> de julho de <strong>2011</strong> Diário do Poder Legislativo - 3318prédio, porque essa mensagem não chegou ainda paraas pessoas. O caminho que procuramos é tentarmudar. Em minha opinião Vitória já tem umaquantidade suficiente de informações para mudar, atépara fazer novos padrões. Basta saber que onde chovemais fuligem é onde as pessoas ficam mais doentes eaí se consegue fazer. Se não tiver padrão você faz oseu padrão.O grande problema é: qual cidade vocêsquerem? Para onde vocês querem ir? Essa mesmapergunta foi feita uma vez pelo Prefeito Municipal deBertioga. Você imagina o que vai acontecer com oMunicípio de Bertioga agora com o pré-sal? Seráuma cidade dormitório de Santos ou se manterádescente como é? Imaginem a pressão que se temquando se percebe que não cabem mais pessoas noMunicípio de Santos e as pessoas atravessam de balsapara o Município de Bertioga. Que tipo de cidadevocê quer? Acho que é essa pergunta que vocês têmque fazer. E quem deve responder são vocês e nãoalguém que depois pega um avião e vai para outrolugar.Esse é o momento bom e Vitória tem umacondição ambiental que ainda merece ser preservadaporque tem muita coisa boa para manter. Só nãodeixem destruir.O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (LUCI<strong>ANO</strong>REZEN<strong>DE</strong>) - Durante o período de perguntas deixeiescapar o aceno do Senhor Sebastião Ribeiro,representante da Comissão do Folclore do ConselhoEstadual do Meio Ambiente - Consema. (Pausa)Concedo a palavra ao Senhor SebastiãoRibeiro, para fazer sua pergunta.O SR. SEBASTIÃO RIBEIRO –Parabenizo V. Ex.ª pela sessão, um debate muitoimportante. Cumprimento os componentes da Mesa,principalmente os representantes do MinistérioPúblico que estão sempre batalhando.Gostaria de fazer uma colocação rápida emrelação à questão da poluição por particulado.Pergunto ao Senhor Paulo Saldiva, se o materialparticulado de carvão e de minério prejudica a saúdedas pessoas que convivem diariamente com ele.Como pode ser esse prejuízo? Se é que tem prejuízo.Prejudica por que há muita polêmica. Falam comonão é PM-10. Não prejudica e não causa mal à saúde,de forma alguma. Não existe esse prejuízo.Temos a Lei de Política Nacional, desde1981, que é bem clara, independente da questão depadrão, de PM-10. Isso não importa.A lei diz:“(...)Art. 3.º - Para os fins previstos nestaLei, entende-se por:(...)II - degradação da qualidadeambiental, a alteração adversa dascaracterísticas do meio ambiente;III - poluição, a degradação daqualidade ambiental resultante deatividades que direta ouindiretamente:a) prejudiquem a saúde, a segurançae o bem-estar da população;(...)”Tem a questão da saúde, que é PM-10 sabemosser prejudicial. Mas o bem-estar da populaçãoindepende de padrão. Aquela poeira, que o nosso amigomostrou a mão suja, afeta o bem-estar da população ecria condições adversas às atividades sociaiseconômicas. O hotel na Ilha do Boi, o bar, o atelier, estátodo sujo de poeira. Se, parte dessa poeira, é de umaindústria poluidora, independente de padrão, isso époluição.Há quarenta anos esta lei está em vigor. Nomeu entender a quarenta anos que a emissão dessasempresas são caracterizadas legalmente como poluição.Ele mesmo falou, essas empresas são devedoras.Considero essas empresas devedoras, e até hojepagamos o custo social disso. Gostaríamos que o PoderPúblico cobrasse esse custo social das empresas, que atéhoje não cobraram.O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (LUCI<strong>ANO</strong>REZEN<strong>DE</strong>) – Na verdade foram duas perguntas, umapara o Senhor Paulo Saldiva, professor, e outra para oSenhor Paulo Ruy Valim Carnelli, Secretário do MeioAmbiente.Concedo a palavra ao Professor Paulo Saldiva,para resposta.O SR. PAULO SALDIVA – Uma parte domaterial grosso... Quando se fricciona rochas não seproduz só partícula grande, produz-se também apartícula pequena. Quando se pega a assinatura químicadas partículas do Município de Vitória, consegue pegarpartículas de minério de ferro dentro da faixa,provocando deposição intrapulmonar.Teoricamente a partícula quando é muitogrande afeta o olho, o nariz, porque ela consegue brecaraqui dentro. Mas isso também é um dano de saúde. Omaterial dessas pilhas, uma parte deles sai como formade partícula fina. Para responder especificamente suaquestão, o ideal seria o senhor ter medidas de áreas desedimentação e correlacionar essas variações desedimentações com agravo de saúde e medir o tamanhodisso. Isso ainda não tem, porque não tem medidas deáreas.No Município de Araraquara, onde nãotínhamos medidas da queima da cana-de-açúcar,medimos isso só em baldes. Todos os dias filtrávamos obalde, pesávamos o quanto sedimentava, e tínhamos aassociação. Medíamos o elefante todo, mas quem faziao mal era só a tromba. Mas se consegue enxergar a
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