3315 - Diário do Poder Legislativo Vitória-<strong>ES</strong>, quarta-feira, <strong>13</strong> de julho de <strong>2011</strong>propostas para melhorias não só do meio ambiente, maspara todas as políticas públicas. E trazemos a esta Casatodas as pessoas representantes de várias áreas parafalar.Agradecemos a presença de todos. V. S. asderam uma grande dimensão a esta Casa. O debate émuito bom e continuaremos avançando. Muitoobrigada. (Muito bem!)O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (LUCI<strong>ANO</strong>REZEN<strong>DE</strong>) – Nesta sessão especial estão presentesrepresentantes do meio ambiente do Ministério Público,a Senhora Nícia Regina Sampaio, promotora de Justiçado Meio Ambiente e dirigente do Centro de Apoio; oSenhor Marcelo Lemos Vieira, promotor de Justiça doMeio Ambiente de Vitória, e o Senhor Gustavo SennaMiranda, promotor de Justiça e coordenador do meioambiente da Grande Vitória.Informo a todos que esta sessão especial estásendo transmitida ao vivo através da TV Assembleia,por isso requer disciplina de tempo. Centenas depessoas assistem a este importante debate nestemomento. (Pausa)Concedo a palavra ao Senhor Gustavo SennaMiranda.O SR. GUSTAVO SENNA MIRANDA –(Sem revisão do orador) – Boa noite a todos. Saúdo aMesa na pessoa do Senhor Deputado Luciano Rezende;saúdo a sociedade civil na pessoa do Senhor PauloEsteves, representando todos os moradores da GrandeVitória.Agradeço a oportunidade aberta por esta Casade Leis, que é única. E o Ministério Público estáprestando contas para a sociedade da sua atuação nessaquestão tão preocupante que é a poluição atmosférica,especialmente na região da Grande Vitória.Antes de tudo, lembraremos do verdadeirosentido de sustentabilidade. Foi muito bem dito peloprofessor Paulo Saldiva que a dignidade humana refletea questão ambiental. Sustentabilidade de verdade équando se nota preocupação com as questõesambientais, com as políticas públicas responsáveis eeficientes, porque diretamente relacionado à qualidadede vida, principalmente quanto à saúde, nesse ponto dapoluição atmosférica, cujos efeitos são invisíveis àpopulação. O professor nos brindou e jogou luz nessaquestão, mostrando de fato o que pode ser feito nocombate aos efeitos tão nefastos da poluição as saúdedo ser humano.O Ministério Público nessa questão tem trêsformas de atuação: primeiro, atuar de forma preventiva;segundo, atuar de forma resolutiva; e só no últimoponto, que volta a suas origens, trabalhar a funçãodemandista. Sempre buscamos antes de tudo o diálogo.Isso felizmente está acontecendo em relação às grandesempresas deste Estado, por exemplo, com a Vale, aSamarco e a CSU.É verdade que em se tratando de questõesambientais sempre há algo a fazer. Precisamos ir alémdo que está na lei porque os processos de melhoriasdevem ser constantes. Não se nega que na GrandeVitória existem vários atores atuando, mas anotamosvárias passagens da fala do professor Paulo Saldiva:Que cidade queremos? Qual o ponto mais fácil deatacar? E aí conclamamos os representantes do Iemaporque esse é o ponto que primeiro temos que ir comestratégia. Isso deve ser em harmonia, em conjunto,também dialogando com a sociedade civil.Quando o Ministério Público esgota odiálogo não há outra alternativa quando pretendedefender os interesses da coletividade a não serbuscar uma resposta por meio do Poder Judiciário.Sabemos que a questão da poluição causa váriosefeitos para a sociedade de todas as formas, não só àsaúde. Há danos inegáveis ao meio ambiente; danos àsaúde humana que foi suficientemente demonstradopelo professor Paulo Saldiva; geração de incômodose danos materiais a todos os moradores.Trouxemos algumas imagens que podemilustrar os danos causados pela poluição na cidade deVitória. Essa foto mostra uma visão emblemática delimpeza do Shopping Vitória, de frente para nós. Esseé o ar que respiramos. E o que fazer, então? Temosexemplos da atuação do Ministério Público e algumasestratégias para buscar melhorias; não a busca de umbode expiatório ou de um vilão. Queremos dialogar.O Ministério Público quando ajuíza ação,por exemplo, atua como mensageiro de que a cidadeestá realmente doente, mas é uma mensagem quedeve ser debatida. Não se pode tentar matar omensageiro falando de forma metafórica, com ameaças,com tentativas de maquiagem, enfim, é uma mensageme debateremos com responsabilidade e equilíbrio, comodisse o nosso secretário.Nós, do Ministério Público, repudiamostotalmente qualquer tratamento desigual em relaçãoaos países de Primeiro Mundo. Isso não é possível deacontecer nem no Brasil, nem no Espírito Santo ouespecificamente na cidade de Vitória.Devemos buscar sempre o melhor para acoletividade. E, também, o fortalecimento dos órgãosambientais de fiscalização. Ficamos muito feliz com afala do Secretário de Meio Ambiente Paulo Ruy ValimCarnelli por estar consciente e imbuído desse objetivo.O sonho do Ministério Público é sempre estar ao ladodo IEMA e da sociedade civil na busca de soluções emitigações desse grave problema, que não pode sermais renegado: a poluição atmosférica. Uma discussãoque não pode ser sufocada pelo poder econômico; écom isso que temos que nos preocupar. Essa discussãonão pode ser sufocada pelo poder da mídia, que àsvezes é usado de forma abusiva e arbitrária. Ela tem queser buscada de forma responsável e dialogada.Com relação à parceria com a sociedade civil,temos exemplos que já são históricos no Brasil deatuação do Ministério Público junto da sociedadecivil, não como uma pessoa individual. O Senhor PauloEsteves, por exemplo, representa várias associações,todas representadas, buscando, acompanhados peloMinistério Público, melhorias. Entendemos que oMinistério Público do futuro não viverá maisencastelado, estará de portas abertas. Entendemosque nosso futuro é andar ao lado da sociedade civil embusca de objetivos para uma melhor qualidade de vidada população.
Vitória-<strong>ES</strong>, quarta-feira, <strong>13</strong> de julho de <strong>2011</strong> Diário do Poder Legislativo - 3316Busca de novas tecnologias. É o que estamosbuscando, por exemplo, sobre a questão da poluiçãoatmosférica. Sabemos, por exemplo, da poluiçãoveicular, extremamente grave, como bem colocadopelo Professor Paulo Saldiva, mas um problema muitomais complexo de ser solucionado de forma maisimediata. Não que deva ser relegado, também devemosbuscar melhoria dessa questão, mas volto a frisar:temos que, primeiro, atacar os pontos mais fáceis deserem atingidos em médio e, às vezes, curto prazo.Nesse exemplo de modernas tecnologias,trouxe apenas algumas para os Senhoresvisualizarem. Já foi falado sobre o Wind Fence, fomosbuscar no mundo a experiência concreta de uso dessatecnologia em outros países onde funciona. Não falamoscom conjecturas, mas de onde realmente funciona. Essaimagem é da Siderúrgica Kakogawa, no Japão, ao ladoda faixa verde os Senhores podem verificar umacomunidade, toda de Wind Fence. Essa é apenas umadas medidas, mas não é a única; buscamos muitomais que isso, evidentemente. Essa é só uma formade mitigação, mas não deve ser jamais a única e nuncavai parar por aí, sempre buscaremos mais, porque asociedade evolui assim como a tecnologia. Temos quebuscar essas tecnologias para melhoria da população.Essa é uma foto da cidade na qual podemverificar a saúde das árvores, é gritante. Quemconhece sabe que árvores como essas demonstramsaúde efetiva. Nessa outra foto temos o exemplo daVale, que já foi dito. Já estamos colocando na CSU e naSamarco. Estamos discutindo com a ArcelorMittal emjuízo, é o foro adequado. A questão já está posta paraser debatida com equilíbrio e não de forma maquiada.Há outras formas mais avançadas. Umafábrica da Hyundai, que também tem um tipo deatividade semelhante ao que mostrarei. São questões deenclausuramento. Para ilustrar temos essa foto, a fábricatotalmente enclausurada, é o nosso sonho que isso umdia venha a se concretizar. E por que não buscarmosisso? Verificamos que toda manipulação é feita dentrode um dômus. São tecnologias que têm de ser buscadas.Então o que pretendemos nessa discussão, quedeve ter sua iniciativa elogiada, é que isso se espalhepela população de Vitória, que não morra na populaçãode Vitória; que não ocorra como naquela audiênciareferida pela Senhora Deputada Luzia Toledo onde nadafoi resolvido. De fato verificamos avanços, mas existemuito ainda a fazer. Avanços existem para seremimplantados.O que espero do Ministério Público é que essadiscussão seja feita de forma equilibrada, responsável,sem maquiagem verde, como citou o professor PauloSaldiva - aproveitei a expressão. Que as empresasdiscutam com equilíbrio, sem tentativas de cercear adiscussão. O Ministério Público, por exemplo, énotório, entrou com ação contra a ArcelorMittal. Foi oMinistério Público, não um promotor isolado, mas todosos promotores da Grande Vitória. Porque entendemosque a discussão não tinha mais como continuardepois de dois anos de tentativa de uma composiçãoamigável; o que ainda não é tarde para se fazer. Não épor que está em juízo posta que não é possível aindadialogar. Estamos sempre abertos para diálogos assimcomo estamos sempre abertos para receber apopulação.Quanto ao meio ambiente, na questãoatmosférica como um todo nunca vai se parar debuscar algo além do que está na lei. Não podemosficar aqui conformados com uma legislação obsoleta,por exemplo, ocultando-se atrás das resoluções doConama da Década de 80, uma realidade totalmentediferente da atual. Devemos buscar mais. Acho que omodelo a seguir, por exemplo, é o da OrganizaçãoMundial da Saúde. Vamos atrás dos seus padrões. Porque não? Será que a população de Vitória não mereceisso? Será que o cidadão brasileiro não merece essetipo de tratamento? Acredito que as empresasbuscam melhorias, porque se pregam umdesenvolvimento realmente sustentável uma éticaambiental é isso que se espera de empresasverdadeiramente responsáveis.O Ministério Público estará junto caminhandocom as empresas, com o Iema, com a sociedade civil nabusca do que queremos: qualidade de vida para nossasgerações e para as futuras. (Muito bem!)O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (LUCI<strong>ANO</strong>REZEN<strong>DE</strong>) – Agradecemos ao Senhor Gustavo SennaMiranda.Informo que quem quiser se pronunciar poderáfazer até três perguntas, que depois as repassaremos aoscomponentes da Mesa. Teremos que fazer um acordo,caso contrário não conseguiremos responder a todas asperguntas.Esta sessão é especial, não é uma audiênciapública. Audiência pública tem como parte principal afase de questionamentos em Plenário. Fizemos umasessão especial que tem como fase principal a exposiçãodos dados atuais sobre a poluição.A Casa está pretendendo, no segundo semestre,realizar uma audiência pública, mas neste momentoestamos iniciando a discussão nesta legislatura.Achamos por bem ouvir primeiro as explicações. Nãonos lembramos de ter participado de nenhuma sessãosobre a discussão da qualidade do ar com a presença detantos segmentos importantes da sociedade.Agradecemos aos representantes das duasempresas. A exposição mais desconfortável é dasempresas e mesmo assim elas vieram devido ao nossoconvite. Não é uma convocação, não tem força de lei,apenas um convite e elas vieram. O Ministério Público;o Senhor Paulo Esteves, da Associação de Moradores,que tem uma discussão acumulada de muitos anos erepresenta várias associações de moradores. Foi umdebate que proporcionou dados para que possamos, apartir de agora, refletir e atuar nas nossas diversas áreasde trabalho.Está franqueada a palavra para os quedesejarem formular algum questionamento. (Pausa)O SR. KLEBER GALVÊAS – SenhorPresidente, pela ordem! Peço a palavra.O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (LUCI<strong>ANO</strong>REZEN<strong>DE</strong>) – Concedo a palavra ao Senhor KleberGalvêas.
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