33<strong>13</strong> - Diário do Poder Legislativo Vitória-<strong>ES</strong>, quarta-feira, <strong>13</strong> de julho de <strong>2011</strong>Estava ontem lendo o livro do Cleber José.Sou capixaba, nascido em Vitória, onde morei a vidainteira. Conheço o Cleber, o Paulo e o trabalho quedesenvolvem. Têm um papel importante einteressante. Firmaram posição em relação aoassunto. E fiquei pensando em como tratar dessetema com equilíbrio no Governo. Asseguro que nagestão anterior, que participei durante oito anos, foidado um passo muito importante em direção ao queprecisamos relativo a esse assunto.O professor Paulo Saldiva deixou bem claro nasua exposição a necessidade de equilibrarmos ciência,economia, política para dar conta das questõesambientais de uma maneira geral e particularmentedaquelas que são as mais importantes e que atingem àsaúde.Hoje, o Estado tem uma Secretaria e umaautarquia cuidando do meio ambiente. O Iema contacom aproximadamente trezentos técnicos, um poucomenos, contratados por concurso público desde ogoverno anterior. A Secretaria Estadual de MeioAmbiente, com quase vinte anos de existência, nãopossuía esses técnicos. A cada mudança de governoexistia uma troca muito grande de funcionários, porqueeram cargos comissionados e a contratação era realizadade forma discutível por uma associação.Estamos realizando um trabalho deplanejamento estratégico e já escolhemos para a GrandeVitória a qualidade do ar como um dos projetos maisimportantes. A Senhora Nícia Regina Sampaio e oSenhor Gustavo Senna Miranda já conversaram conoscoe estamos convencidos que temos que fortalecer essarede e essa estrutura, porque talvez na RegiãoMetropolitana existam outros problemas. Mas talvez aqualidade do ar seja o que traz maior incômodo emereça uma atenção e uma estrutura muito melhor doque a que já temos.Uma forma de inserir bem o Estado e aSecretaria Estadual de Meio Ambiente nesse assunto éfortalecendo essa estrutura voltada para a qualidade doar. Nunca escondi, como todos sabem, que não sou daárea ambiental, mas fiquei muito honrado quando oGovernador me convidou para essa posição. Tenho maisde trinta anos de carreira pública, principalmente naEscelsa e, depois, na Cesan. E o que posso dar decontribuição naquele órgão ambiental é fortalecer agestão do Senhor Governador Renato Casagrande. Nocaso da qualidade do ar será realizada uma ação deforma cada vez mais forte.Procurei saber com o ex-secretário Estadual deSaúde e com o atual sobre as demandas com relação àqualidade do ar. Na Secretaria existem estudos, existempessoas que acompanham o assunto, mas não temaparecido para nós do órgão ambiental como umademanda prioritária.Pelos dados colocados pelo próprio professorPaulo Saldiva, parece que temos tempo para tratar desseassunto com tranquilidade. A palavra que procuramoscolocar é equilíbrio, porque como pensar esse assuntode forma fácil e sem formalismo? O que o SenhorCleber José propõe, escreve, torna público, umamanifestação importante que faz periodicamente emrelação ao assunto, é sonhar a não existência daquelecomplexo siderúrgico na Ponta de Tubarão. Comocapixaba que sou também poderia sonhar que nãoexistisse aquele complexo siderúrgico.Somos engenheiro do final da Década de 70,quase contemporâneo do Senhor Paulo Saldiva. Mas nanossa geração não existia a legislação ambiental quehoje existe. Provavelmente, hoje, aquele complexosiderúrgico na Ponta do Tubarão não seria instalado;provavelmente o aterro sobre o qual esta AssembleiaLegislativa está construída e a forma como as Ilhas doBoi e do Frade foram ocupadas não ocorreriam.Provavelmente não faríamos mais esse aterro damaneira como está nos dias de hoje. Acompanhamosas obras dia a dia e foi interessante vermos comoaconteceu.O professor Paulo Saldiva citou a questão, porexemplo, da estrutura urbana. Temos até hojeloteamentos – e a Senhora Nícia Regina Sampaiocombate muito isso - que se implantam de formacompletamente irregular na Região Metropolitana.Alguém pega uma máquina, faz umas ruas em umdeterminado local, as pessoas vão morar nesse lugar edepois o Poder Público, que não tomou conta desseato por algum vacilo momentâneo, corre atrás parafazer a implantação da infraestrutura necessária.Comemoro muito e tenho dado essetestemunho. Quando assumi a Secretaria Estadual deMeio Ambiente encontrei lá, assim como no InstitutoEstadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos –Iema, um grande número de técnicos, a maioria novosainda, mas se capacitando cada vez, mais ao longo dosúltimos cinco anos, particularmente na qualidade do ar.Mas, também encontrei carências. Existemestudos que ainda precisam ser feitos e estamosbuscando fazê-los. Por exemplo, acabamos de anunciardados de uma coleta de material particulado, que aindaestá em debate em um grupo que acompanha o TCA daVale, ainda não tornamos esses números público, maseles apontam outros fatores, além das empresas, comogeradores de poluição.É preciso completar bem esses estudos e atuarde forma precisa para obter os resultados, considerandoos fatores de desenvolvimento e saúde; uma observaçãoimportante colocada aqui. Hoje, os estudos sobreimpacto ambiental são muito mais profundos eavançamos na questão socioeconômica de maneiraimportante nos últimos estudos feitos.Eu, por exemplo, quando membro do governo,me posicionei - porque fui chamado - contra aimplantação da Baosteel por um motivo específico:fazendo um estudo, ficou evidente que os recursoshídricos disponíveis eram incompatíveis com o projeto,de certa forma até contribuí com a Senhora Maria daGlória Abaurre para esse debate, porque o projetoexigia uma condição de recursos hídricos que aquelaregião não dispunha.No entanto, logo após minha chegada àSecretaria, conduzi a reunião que liberou a licençaprévia para a implantação da Companhia Siderúrgica deUbu – CSU no Município de Anchieta. Existem muitaspessoas que são contra essa implantação, opinião querespeito e que foi extremamente debatida. Mas, se aspessoas conhecerem o processo de aprovação da CSU
Vitória-<strong>ES</strong>, quarta-feira, <strong>13</strong> de julho de <strong>2011</strong> Diário do Poder Legislativo - 3314perceberão que é um exemplo de atuação de um órgãoambiental, de uma forma forte em favor da sociedade.No entanto, isso não se torna público porque sãoinformações que só quem as acompanha de pertoconhece.Um grande grupo de técnicos criou sessenta equatro condicionantes para que essa empresa se instale.Quando falamos em sessenta e quatro condicionantes, jáé um número grande, mas, além disso, cada uma dessascondicionantes tem diversas exigências.Portanto, hoje a forma de se instalar empresasmudou muito, mas não vamos conseguir, de formaradical, mudar o passado. A posição do governo e doIema é a de que perseguiremos todas as melhorias que asociedade demandar, cumprindo a legislação existente etrabalhando para modificar a legislação naquilo que fornecessário em função dos estudos e da demanda dasociedade.Por exemplo, se os representantes do governodo Estado de São Paulo estudarem e votarem umadeterminada lei, certamente iremos até lá para conhecêlae se for o caso adaptá-la à nossa situação. Asseguro atodos vocês que hoje temos um órgão tecnicamentecapacitado precisando, obviamente, fortalecer suaestrutura cada vez mais, porém, um órgão capaz de,com equilíbrio, dar as respostas que a sociedadedemanda em toas as áreas, sobre questão ambiental.Existe um consenso sobre os problemasambientais, todos concordam com eles, mas é superdifícil trabalhar as propostas que irão resolver essesproblemas e permitir que todas as atividades queprecisamos ter continuem existindo. Buscar o equilíbrioe entender como fazer isso é nossa tarefa.Continuaremos trabalhando para aparelhar cada vezmais o órgão para dar essas respostas. (Muito bem!)O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (LUCI<strong>ANO</strong>REZEN<strong>DE</strong>) – Agradeço ao Senhor Paulo Ruy ValimCarnelli, Secretário Estadual do Meio Ambiente. Maisuma vez peço desculpas pela pressão com o tempo,todos têm muito a falar, mas temos a difícil missão decontrolar o tempo dos palestrantes.Informo que a Senhora Deputada Luzia Toledo,Vice-Presidente da Assembleia Legislativa usará dapalavra e em seguida se ausentará. S. Ex.ª também éuma pessoa muito envolvida com a discussão dequalidade de vida, poluição, turismo e vários fatores quese interligam. (Pausa)Concedo a palavra à Senhora Deputada LuziaToledo.A SR.ª LUZIA TOLEDO - (Sem revisão daoradora) – Boa noite a todas e a todos. Cumprimento aMesa em nome do Senhor Deputado Luciano Rezende,proponente desta sessão especial, nosso companheiro naComissão de Turismo. Sou Vice-Presidente e S. Ex.ª é oPresidente.Sairia sem me pronunciar para daroportunidade aos nossos convidados, porque este é ummomento importante para esta Casa do Povo que contacom a presença do Ministério Público; do Senhor PauloSaldiva, professor que veio do Estado de São Paulo; doSenhor Paulo Ruy Valim Carnelli, Secretário Estadualdo Meio Ambiente; e da representação das Associações.É o povo que está aqui representado. As presenças derepresentantes da Câmara Municipal; e das empresasVale e ArcelorMittal são muito importantes. Estamoscom uma Mesa altamente representativa, isso é muitoimportante.Também o nosso Plenário está repleto e nãotem uma pessoa isolada. Observava da Mesa, prestandoatenção em um por um, há muito tempo não vejo umasessão especial com as pessoas com tanta atenção,silêncio e vontade de buscar uma solução, porquetodos queremos a mesma coisa.Parabenizo o Senhor Deputado LucianoRezende, meu colega, gostaria de dizer que esse debateavançou muito. Quando fui Senadora, em 2000 fizemosuma audiência pública nesta Casa, eu, o Senhor GersonCamata, ex-senador e três senadores membros daComissão de Meio Ambiente, do Senado. Naquelaépoca era suplente da Comissão de Meio Ambiente, noSenado. Fiquei toda animada achando queresolveríamos esse problema.Trouxemos os senadores e lembramo-nos queo Senhor Gerson Camata, ex-senador, nos levou à suacasa para vermos a quantidade de poeira que tinha.Enfim, fizemos a audiência com o auditóriocompletamente lotado, todo o pessoal da UniversidadeFederal do Espírito Santo – UF<strong>ES</strong> estava presente.Achamos que com a presença daqueles senadores deoutros estados brasileiros, conseguiríamos discutiresse assunto de forma mais concisa e com resultado,porque discutir alguma coisa sem resultado é realmentemuito ruim. Mas não conseguimos absolutamente nada.Fiquei atrás dos senadores e ninguém queria conversarcomigo. Hoje, vejo nesta Casa de Leis o Senhor PauloSaldiva, professor, que fez uma bela exposição.Poderemos aproveitar muito esta exposição,mais que isso, soubemos da posição tomada pela Vale,consciente do problema está buscando solução. Damesma forma a ArcelorMittal. Temos a certeza de quenão há mais espaço para negligência com o meioambiente. O ar é como a água e água é vida; logo, o artambém é vida; o ar é saúde. E nunca se falou tanto emsaúde como agora. Ouvimos isso dos técnicos daArcelorMittal, quando lá estivemos como representanteda Comissão de Proteção ao Meio Ambiente desta Casa.A empresa tem compromisso com o meio ambiente.Parabenizamos todos os Senhores e todas asSenhoras que participam desta sessão especial porque édessa forma que mudamos. Tudo em nossa sociedade émudado pelo povo, e não por nós, políticos. Quemmuda é o povo que se organiza e busca isso. Somosapenas os interlocutores. É dessa forma quetrabalharemos o meio ambiente. É claro que temosdificuldade quando enfrentamos essa poeira, porque anossa casa fica de frente para o mar e sabemos o queisso significa. Mas o debate avançou muito.As palavras do Senhor Paulo Esteves,representando as associações, as do nosso secretário eas palavras das empresas se comprometendo em discutirsoluções para a poluição, deixam-nos a certeza de queresolveremos a situação. O Ministério Público se fazrepresentar nesta sessão como um grande instrumentoda nossa Constituição-cidadã. Esta Assembleia édiferente. Já passamos das 21h e estamos discutindo
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