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Adesão - Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP

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A<strong>de</strong>sao.qxd 5/9/2008 12:43 PM Page 273Grupo <strong>de</strong> Vivência - IdososO perfil das <strong>de</strong>mandas dos que resi<strong>de</strong>m no Albergue, que sesituam na faixa etária <strong>de</strong> 18 a 60 anos* , é algo diverso do perfil <strong>de</strong> pessoasacima <strong>de</strong>ssa faixa. Ao consi<strong>de</strong>rá-los como <strong>de</strong>socupados crônicos - emuitas vezes taxados <strong>de</strong> preguiçosos e vagabundos - por não estarem ounão conseguirem permanecer regularmente no mercado <strong>de</strong> trabalho, asocieda<strong>de</strong> impinge a jovens e idosos um mesmo estigma que, noentanto, é experimentado <strong>de</strong> maneira distinta. Se para os jovens, noimaginário social, freqüentemente produz-se e reproduz-se a notóriaassociação <strong>de</strong>sses indivíduos à marginalida<strong>de</strong>** , para os idosos tal associaçãotalvez nem fosse cabível, já que nem lhes restaria tempo <strong>de</strong> vidainclusive para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sviantes, à margem da socieda<strong>de</strong>. O que pesasobre os idosos e que recai <strong>de</strong>masiadamente sobre suas consciências naverda<strong>de</strong> aponta para o que po<strong>de</strong>mos chamar o custo social <strong>de</strong> suaimprodutivida<strong>de</strong> econômica, que traduz muitas vezes uma outra associaçãoestigmatizante: entre uma suposta invali<strong>de</strong>z pela ida<strong>de</strong> avançadae a tutela que a socieda<strong>de</strong> se obrigaria a ter, geralmente a contragosto,sobre eles.Anteriormente aludido, o silêncio sintomático que tomava osidosos durante as discussões do Grupo <strong>de</strong> Aferição <strong>de</strong> Pressão/* SCHOR, Sílvia Maria. Op. Cit. Assemelham-se as características <strong>de</strong>mográficas dosalbergados no Projeto Boracea e da população em situação <strong>de</strong> rua investigada pela Fipe.Ressaltamos também o fato <strong>de</strong> ela ser predominantemente masculina, quase 90%, <strong>de</strong>cisivona configuração do perfil das <strong>de</strong>mandas.** É oportuna essa passagem em CHALHOUB, Sidney. Trabalho, lar e botequim: o cotidianodos trabalhadores no Rio <strong>de</strong> Janeiro da Belle Époque. São Paulo, Brasiliense, 1986, p. 51: "Jáque i<strong>de</strong>ologicamente quase se equivalem os conceitos <strong>de</strong> pobreza, ociosida<strong>de</strong> e criminalida<strong>de</strong>- são todos atributos das chamadas 'classes perigosas' -, então a <strong>de</strong>cantada 'preguiça' dobrasileiro, a 'promiscuida<strong>de</strong> sexual' das classes populares, os seus 'atos fúteis' <strong>de</strong> violênciaetc. parecem ser, antes do que os dados inquestionáveis da 'realida<strong>de</strong>', construções ou interpretaçõesdas classes dominantes sobre a experiência ou condições <strong>de</strong> vida experimentadaspelos populares. Estas noções, contudo, não se confun<strong>de</strong>m com a experiência real <strong>de</strong> vidados populares, nem são as únicas leituras possíveis <strong>de</strong>sta experiência".273

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