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Adesão - Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP

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A<strong>de</strong>sao.qxd 5/9/2008 12:43 PM Page 280fracasso do indivíduo em lidar com os azares da vida e que transformaa ajuda numa espécie <strong>de</strong> celebração pública <strong>de</strong> sua inferiorida<strong>de</strong>"*.Se ainda se faz premente uma política pública que dê contada reconstituição dos frágeis vínculos sociais <strong>de</strong> indivíduos emsituação <strong>de</strong> rua, não se po<strong>de</strong> prescindir, na elaboração <strong>de</strong>ssa mesmapolítica, <strong>de</strong> uma abordagem específica para a (re)construção daautonomia e do protagonismo social <strong>de</strong> indivíduos nesta situação, jámarcados por amplo leque <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong>s.E se há um evi<strong>de</strong>nte esgotamento histórico dos mo<strong>de</strong>losinstitucionais <strong>de</strong> assistência social, é também porque eles ainda sebaseiam, como nos lembra Robert Castel, em abordagens oraeconomicistas ora técnico-clínicas - <strong>de</strong> confinamento disciplinar, comoem instituições já amplamente analisadas por Michel Foucault. Umasolução seria então começarmos a utilizar um enfoque transversal paraessas populações à margem da socieda<strong>de</strong>, um ponto <strong>de</strong> vista que façaindagar "o que elas têm em comum que não seja somente o seu nívelmuito baixo <strong>de</strong> renda, ou uma tal <strong>de</strong>ficiência pessoal qualquer"**.Assim, se não lançamos mão <strong>de</strong> crítica especificamente aomo<strong>de</strong>lo proposto pelo Projeto Oficina Boracea, dado que é inovador emrelação aos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> albergue tradicional, não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong>fazê-la em relação a suas dimensões, algo como "a quantida<strong>de</strong> que afetaa qualida<strong>de</strong>". A qualida<strong>de</strong> em questão, comprometida, seria a <strong>de</strong> umolhar acurado para aqueles que, não tendo mais para on<strong>de</strong> ir, lá foramacolhidos***. E, além do olhar, po<strong>de</strong>ríamos ter nossa escuta igualmente* TELLES, Vera da Silva. Pobreza e Cidadania. São Paulo, Editora 34, 2001, p. 25-26.** CASTEL, Robert. A dinâmica dos processos <strong>de</strong> marginalização: da vulnerabilida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>sfiliação. Ca<strong>de</strong>rno CRH, Salvador, no. 26-27, jan./<strong>de</strong>z. 1997, p. 22.*** Vale lembrar que, a par da predominância masculina, verificamos hoje o aumento donúmero <strong>de</strong> mulheres com ou sem filhos no Projeto, prenúncio <strong>de</strong> uma modificação no perfildas <strong>de</strong>mandas.280

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