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No coracao do mar - Charlotte Rogan

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quan<strong>do</strong> ouvimos um ruí<strong>do</strong> sur<strong>do</strong> contra o casco <strong>do</strong> barco. Os que estavam<br />

senta<strong>do</strong>s a estibor<strong>do</strong> junto da amurada irromperam em gritos ininteligíveis.<br />

Hardie parou de tirar água <strong>do</strong> barco por um momento para averiguar que<br />

confusão era aquela. “Batemos em alguma coisa!”, alguém explicou, ou<br />

“Alguma coisa bateu em nós!” — não que as palavras exatas tenham alguma<br />

importância. Se era o tonel perdi<strong>do</strong> ou destroços <strong>do</strong> Empress Alexandra ou<br />

mesmo algo coloca<strong>do</strong> ali por Deus para providenciar nossa destruição, não<br />

tínhamos como saber.<br />

Afinal a intensidade <strong>do</strong> vento diminuiu e as ondas gigantescas se tornaram<br />

apenas enormes, embora a chuva tenha continua<strong>do</strong> até depois de escurecer. O<br />

Sr. Hardie escorou os <strong>do</strong>is tonéis remanescentes entre o flanco <strong>do</strong> barco e a pilha<br />

de cobertores encharca<strong>do</strong>s e deu instruções aos que estavam mais perto para que<br />

desviassem para os tonéis a água da chuva que se acumulava na cobertura de<br />

lona <strong>do</strong> barco. Eu não teria pensa<strong>do</strong> nisso, ou, se tivesse, certamente não to<strong>mar</strong>ia<br />

iniciativa. Que grande otimista Hardie devia ser, foi a conclusão a que cheguei,<br />

ou talvez esses fossem apenas atos reflexivos de uma criatura determinada a<br />

sobreviver.

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