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A partir da análise <strong>dos</strong> convênios internacionais estabeleci<strong>dos</strong> pela UFRA<br />
e as universidades de destino <strong>dos</strong> intercambistas de graduação sanduíche do CsF,<br />
estima-se que nenhum novo acordo de cooperação internacional tenha surgido a<br />
partir desta modalidade de bolsa na UFRA (ACII, 2017).<br />
A Assessoria de Cooperação Interinstitucional e Internacional da UFRA<br />
é um setor que atua quando provocada pela comunidade acadêmica, quando<br />
algum docente ou estudante tem interesse de firmar parceria internacional para a<br />
concretização de algum projeto em parceria, por exemplo. É responsável também<br />
por gerenciar os convênios já assina<strong>dos</strong>, mantendo um bom relacionamento com<br />
as instituições parceiras, e fazendo todas as ações de planejamento, execução e<br />
controle <strong>dos</strong> possíveis benefícios de tais parcerias, como vaga de intercâmbio<br />
internacional. É responsável também por planejar e receber comitivas<br />
internacionais em visita oficial à UFRA.<br />
Destacamos que a internacionalização da Universidade Federal Rural<br />
da Amazônia ainda se encontra em estágio inicial, com ações focais que não<br />
envolvem to<strong>dos</strong> os setores da Universidade de forma transversal, privilegiando<br />
ações de mobilidade internacional, sobretudo para público de graduação, ainda<br />
assim atingindo baixas porcentagens de estudantes contempla<strong>dos</strong>. Não obstante,<br />
reconhecemos o avanço ocorrido desde 2012 para os dias atuais.<br />
Em contrapartida, o desenvolvimento da ACII ainda não foi avaliado pela<br />
Administração Superior da instituição, segundo pode notar-se no texto dedicado<br />
à política de internacionalização no Plano Estratégico de Desenvolvimento<br />
Institucional da UFRA:<br />
A UFRA ainda não definiu a forma e os instrumentos para levar a<br />
cabo essa política de cooperação. De início, sabe-se que essa política<br />
não tem funcionado ao longo <strong>dos</strong> anos cobertos pelo diagnóstico<br />
situacional da instituição. O resultado é que essa relação foi<br />
enquadrada como ponto fraco na percepção <strong>dos</strong> grupos de interesse.<br />
A assessoria de Cooperação Internacional está empenhada em<br />
inserir a UFRA com parceira de instituições regionais, nacionais<br />
e internacionais por meio de convênio de cooperação para<br />
desenvolverem projetos de interesses comuns abrangendo o ensino, a<br />
pesquisa e a extensão universitária” (UFRA, 2017).<br />
A execução da política esbarrou em diversas dificuldades operacionais nas<br />
universidades, no caso da UFRA esbarrou na falta de estrutura organizacional<br />
da ACII, na falta de procedimentos padrão, na falta de qualificação da equipe, e<br />
também na escassez de pessoal. Entretanto, mesmo com os obstáculos enfrenta<strong>dos</strong>,<br />
colocar em prática um programa da envergadura do Ciência sem Fronteiras na<br />
UFRA foi uma experiência muito valiosa que contribuiu para o amadurecimento<br />
institucional da Assessoria Internacional na universidade.<br />
Os resulta<strong>dos</strong> deixa<strong>dos</strong> pelo Ciência sem Fronteiras na UFRA como política<br />
de incentivo ao desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil<br />
ainda são difíceis de medir, porém, traçando um paralelo entre as recomendações<br />
feitas pelo Senado para o Programa Ciência sem Fronteiras, exposto no início<br />
deste trabalho, e os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> pela UFRA e um panorama mais geral<br />
do programa, pode-se dizer que atualmente a tendência que se desenha é que as<br />
recomendações não sejam atendidas em virtude da extinção do programa na sua<br />
essência.<br />
O Projeto de Lei que está tramitando para tornar o programa uma política<br />
de estado encontra-se parada. As sugestões 4 e 5, que tratam sobre a priorização<br />
da pós-graduação nos editais e sobre a eliminação de agências mediadoras,<br />
promovendo um contato mais direto das universidades estrangeiras com as<br />
brasileiras é contemplado pelo novo programa de Internacionalização que está<br />
sendo planejado pela Capes, o até o momento chamado “Mais Ciência, Mais<br />
Desenvolvimento”. As recomendações 11, 12 e 13 que tratam sobre maior<br />
controle e planejamento nas ações de intercâmbio pode-se dizer que a primeira<br />
experiência com o CsF permitiu um amadurecimento dessas práticas e certamente<br />
um conhecimento que serve de parâmetro para futuras ações desta natureza.<br />
Por último, a recomendação 16, que incentiva as universidades a criar<br />
avaliações próprias <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> alcança<strong>dos</strong> pelo Programa, pode ser contemplada<br />
com iniciativas como esta, que visa avaliar a contribuição do programa para o<br />
processo de internacionalização da UFRA, a qual ainda está longe de apresentar<br />
respostas definitivas à esta situação, porém indica caminhos por onde seguir para<br />
melhor avaliar esta política pública em trabalhos futuros.<br />
4 CONCLUSÃO<br />
O Programa Ciência sem Fronteiras, como política educacional e de ciência,<br />
tecnologia e inovação, foi um marco para o processo de internacionalização<br />
da educação superior no Brasil, indubitavelmente alcançou números nunca<br />
antes imagina<strong>dos</strong> pelas universidades brasileiras, sobretudo pelas públicas com<br />
to<strong>dos</strong> os seus entraves burocráticos para colocar em prática ações efetivas de<br />
internacionalização.<br />
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