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A estrutura da universidade ampliou-se e outros meios de coordenação do<br />
trabalho, como a padronização (<strong>dos</strong> processos de trabalhos, <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> e das<br />
qualificações) tornaram-se mais necessários para a sobrevivência da organização.<br />
Com esta ampliação acabou ocorrendo na UFRA o Isomorfismo<br />
Organizacional que é “o processo pelo qual as organizações em uma população 9<br />
se tornam mais parecidas ou semelhantes” (JONES, 2010, p. 260), no qual<br />
a UFRA baseia sua nova estrutura de acordo com a estrutura da universidade<br />
vizinha, a Universidade Federal do Pará (UFPA). Este processo de Isomorfismo<br />
ocorreu em duas vertentes: Isomorfismo mimético e Isomorfismo normativo. O<br />
Isomorfismo mimético ocorre quando uma organização copia ou imita de forma<br />
intencional outra organização com o intuito de aumentar sua legitimidade. Já o<br />
Isomorfismo normativo se dá quando ocorre um alinhamento de normas e valores<br />
ao longo <strong>dos</strong> tempos (JONES, 2010). O fenômeno do Isomorfismo ocorrido na<br />
UFRA é decorrência de ambas as Universidades serem públicas, atuarem no<br />
mesmo ambiente, regidas pelas mesmas leis, como por exemplo, estarem sobre os<br />
auspícios do Ministério da Educação que normatiza e direcionam as políticas de<br />
funcionamento, isso facilitou que ocorresse tal fenômeno.<br />
Como consequência de tal fenômeno, em 2012 houve uma reestruturação<br />
organizacional da Universidade em to<strong>dos</strong> os “cinco conjuntos de parte da<br />
organização” 10 , acarretando na seguinte composição: Reitoria, 7 Pró-reitorias e 4<br />
Institutos, to<strong>dos</strong> contando com várias subdivisões, que auxiliam na amplitude de<br />
controle 11 . As Pró-reitorias são: Pró-reitoria de Ensino (PROEN); Pró-reitoria de<br />
Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (PROPED); Pró-reitoria de Extensão<br />
(PROEX); Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional<br />
(PROPLADI); Pró-reitoria de Administração e Finanças (PROAF); Pró-reitoria de<br />
Gestão de Pessoas (PROGEP); e Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES).<br />
Esta reestruturação da matriz organizacional incorporou diversas<br />
necessidades que foram materializadas em respostas às demandas <strong>dos</strong> ambientes<br />
internos e externo da organização e a universidade precisou mais uma vez aprender<br />
e mudar para cumprir as exigências dessas novas demandas.<br />
4 ESTRATÉGIAS E APRENDIZAGEM<br />
A estratégia permite a organização direcionar suas competências e<br />
habilidades para alcançar vantagem competitiva e ultrapassar seus concorrentes.<br />
Nesse contexto, a aprendizagem organizacional também é fundamental, pois<br />
quanto maior o conhecimento da organização sobre os ambientes internos e<br />
9 - O termo ‘população’ aqui utilizado faz referência a ‘população organizacional’ que compreende<br />
as organizações que competem pelo mesmo conjunto de recursos em um determinando<br />
ambiente.<br />
10 - Os cinco conjuntos de parte da organização são: Cúpula Estratégica, Tecnoestrutura, Assessoria<br />
de Apoio, Linha Intermediaria e Núcleo Operacional (BERNARDES; MARCONDES, 2003,<br />
p. 160).<br />
11 - A amplitude de controle refere-se ao número de níveis hierárquicos necessários para que cada<br />
gestor consiga dirigir e controlar os indivíduos com eficiência e eficácia.<br />
externo, maior a possibilidade de adotar a melhor estratégia.<br />
Neste sentido, desde o surgimento das antecessoras da UFRA, percebese<br />
uma linearidade de estratégias no fortalecimento institucional, por meio<br />
da produção e ensino de ciências nas áreas agrárias. A Escola de Agronomia<br />
da Amazônia ao nascer trouxe como missão principal “formar técnicos<br />
em agropecuária para o progresso de desenvolvimento da região”, esta<br />
missão estava alinhada com o ambiente externo que vislumbrava a criação<br />
da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia<br />
(SPEVEA), no qual se acreditava que seriam abertas oportunidades e exigiria<br />
a necessidade de mão-de-obra qualificada em atividades agropecuárias e<br />
florestais, realçando a utilização de ‘Recursos Organizacionais’ – atributos<br />
específicos que permitem uma vantagem competitiva - como ‘Fonte de<br />
Competências Essenciais’ (JONES, 2010, p. 172).<br />
Outro destaque estratégico da Escola de Agronomia da Amazônia (EAA),<br />
que na época parecia andar na contramão 12 de outras instituições, foi o de manter<br />
o seu modelo jurídico de escola isolada, sendo a única na região a NÃO aderir<br />
ao fenômeno de absorção de unidades de ensino superior federais na região que<br />
ocorreu por parte da criação da primeira universidade federal da região amazônica,<br />
a Universidade Federal do Pará em 1957, além de se manter especialista no ensino<br />
em Ciências Agrárias (UFRA, 2008). Segundo o pensamento <strong>dos</strong> ecologistas<br />
populacionais, percebe-se que a EAA utilizou de estratégias para obtenção de<br />
recursos e aumento de chances de sobrevivência. Para isso usou a Estratégia<br />
especialista e a Estratégia R. A Estratégia especialista caracteriza-se por concentrar<br />
suas competências e habilidades em um único nicho. Por sua vez a Estratégia R<br />
caracteriza-se por ser a pioneira no mercado (JONES, 2010). Tais enquadramentos<br />
são justifica<strong>dos</strong> pela EAA focar-se apenas no curso de Agronomia e por ter sido a<br />
primeira instituição a iniciar tal curso.<br />
O foco do ensino na área das Ciências Agrárias mostrou-se como uma<br />
‘Estratégia de Nível de Negócios’, que é um “plano que combina as competências<br />
essenciais de maneira a posicionar a organização para que tenha uma vantagem<br />
competitiva em sua área” (JONES, 2010, p. 175), em relação à outra instituição<br />
de ensino superior público no Estado.<br />
Após a criação da UFRA foram realiza<strong>dos</strong> vários Planejamentos Estratégicos<br />
e Planos Diretores Institucionais que estabeleceram planos e ações de trabalho para<br />
a organização, sempre alinhando com a missão da instituição, sendo esta o pilar<br />
estratégico de qualquer instituição. Desde então a UFRA (2002-2014) já possuiu<br />
três missões que podem nos auxiliar na percepção das estratégias utilizadas e<br />
na adaptação do ambiente interno em relação ao ambiente externo. Listam-se as<br />
missões e seus determina<strong>dos</strong> perío<strong>dos</strong>:<br />
12 - No ano de 2007 o Governo Federal lança o Plano de Reestruturação e Expansão das<br />
Universidades Federais Brasileiras (REUNI), no qual prevê entre outras ações a criação de<br />
novas Universidades, inclusive por meio de desmembramentos de Universidades existentes<br />
para facilitar as ações de gestão e de ensino.<br />
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