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adaptar o curso para que ele mesmo não se tornasse impraticável afinal ele mesmo<br />
trata sobre isso e é importante não cair neste paradoxo.<br />
São aspectos que nos levam a compreender o porquê da maioria das<br />
formações ofertadas ainda serem tradicionais, de cunho técnico e que conduzem<br />
os participantes a reproduzirem em suas ações educativas as concepções de uma<br />
educação bancária, a qual vai enchendo os educan<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong> de sua<br />
narração, que como retalhos estão desconecta<strong>dos</strong> da totalidade (FREIRE, 2005). O<br />
modo de ensino se baseia na concepção de que o adulto necessita de uma atenção<br />
especial e um meio de adquirir conhecimentos que sejam diferencia<strong>dos</strong>. De acordo<br />
com Freire (1996, p.21), para sermos docentes progressistas precisamos lembrar<br />
que “ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades da sua<br />
própria produção ou a sua construção”.<br />
O processo educativo do adulto apresenta características próprias e, portanto,<br />
exige do formador uma maior atenção independentemente do seu nível de<br />
conhecimento e quanto aos aspectos do desenvolvimento global. Necessita de uma<br />
teoria própria para a educação em questão. Neste sentido utilizamos a concepção<br />
da Andragogia para poder atuar em sala de aula com estes participantes. Por<br />
definição diz-se que Andragogia é a arte e a ciência de orientar adultos a aprender,<br />
ao mesmo tempo que etimologicamente pedagogia define-se como inadequada<br />
por literalmente significar educação infantil. (pai<strong>dos</strong> – criança/agogus – educar).<br />
O entendimento de que o adulto tem a consciência crítica é o passo inicial para se<br />
trabalhar de forma andragógica. Através desta concepção traçar as metodologias<br />
utilizadas em sala de aula ficaram bem mais fáceis garantindo assim mais de 95%<br />
de presença <strong>dos</strong> inscritos nos cursos<br />
3 METODOLOGIAS UTILIZADAS<br />
A metodologia se deu através de exposição dialogada de slides, onde durante<br />
e ao fim de cada aula são sugeridas atividades com relação direta à temática do<br />
dia. As atividades foram dispostas em estu<strong>dos</strong> de caso, exercícios de fixação, roda<br />
de debate, grupos de trabalho, dinâmicas de atividades, e exposição oral, podendo<br />
serem utilizadas em dias alterna<strong>dos</strong> ou no mesmo dia.<br />
Sabe-se que o Curso de Formação de Facilitadores é sugerido para capacitar<br />
profissionais a ministrarem qualquer curso que tenham especialidade. Acaba por<br />
ser um curso que instrui o futuro facilitador a se portar e a conduzir um curso<br />
em sua área de especialização. Diante disso procuro trabalhar de forma dinâmica<br />
onde to<strong>dos</strong> participam a todo momento. Como estamos formando pessoas que<br />
possam repassar conhecimentos, torna-se necessário criar tarefas que testem e<br />
incentivem diariamente esta capacidade. Além das atividades diárias utilizamos a<br />
metodologia de exposição oral para trabalho final.<br />
A exposição oral consistirá em uma apresentação sobre qualquer tema que<br />
a pessoa escolha (Este tema é variado e não precisa se restringir à área acadêmica<br />
afinal não é a temática que estamos avaliando e sim a postura de apresentação).<br />
O participante falou da temática como se fosse um minicurso que estava sendo<br />
ministrado em alguns minutos, estipulado dentro de sala de aula – de 10 a 15<br />
min por pessoa – após a apresentação foram avaliadas as capacidades de se<br />
portar como instrutor, utilização <strong>dos</strong> slides e montagem <strong>dos</strong> mesmos, segurança e<br />
domínio sobre o assunto, e etc.<br />
4 PRINCIPAIS DESAFIOS E APRENDIZADOS<br />
O trabalho e o repasse de conhecimentos para adultos por si só são desafiantes.<br />
Podemos citar vários pontos que mostram as dificuldades em se ensinar o público<br />
adulto elenca<strong>dos</strong> abaixo:<br />
• O adulto é dotado de consciência crítica e esta consciência obriga<br />
o instrutor a saber defender seu ponto de vista e entender que to<strong>dos</strong><br />
são aptos ao conhecimento. Em geral, os adultos já têm suas opiniões<br />
formadas, o que torna o ato de instruir um desafio maior ainda.<br />
• Compartilhar experiências é fundamental para o adulto. O adulto já<br />
tem uma experiência adquirida pela sua idade e isto o faz compartilhar<br />
com mais facilidade fatos que podem ter ocorri<strong>dos</strong> com ele mesmo em<br />
situações próximas.<br />
• A negociação com o adulto sobre seu interesse em participar é a chave<br />
de sua motivação porque sabemos que a vida adulta também é onde<br />
estão as responsabilidades da vida, como família, moradia, contas e<br />
estas responsabilidades serão sempre a prioridade de qualquer adulto.<br />
Neste sentido é essencial a negociação do tempo do adulto para que<br />
a motivação ocorra. A flexibilização de horários e a permissão para<br />
atender o telefone podem ser negociações feitas dentro de sala de aula.<br />
• O adulto é o agente de sua aprendizagem e por isso é ele quem deve<br />
decidir sobre o que aprender; é imprescindível que o facilitador se torne<br />
a figura que mostra o conteúdo, mas a figura do agente da aprendizagem<br />
sempre será do próprio adulto.<br />
Estes são alguns desafios na aprendizagem de adultos. Estes mesmos<br />
desafios fazem com que o ensino deste público seja diferenciado e gratificante.<br />
O facilitador se torna mais um centralizador de ideias do que um professor em<br />
sala de aula. Todas as pessoas podem ter algo a acrescentar pelas suas vivências<br />
e experiências, e é importante para o facilitador ouvir e se fazer ouvir também.<br />
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