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Este trabalho tem como objetivo analisar o contexto histórico da Universidade<br />
Federal Rural da Amazônia (UFRA) em relação à aprendizagem organizacional.<br />
Para tanto, utiliza-se como metodologia o levantamento bibliográfico e documental,<br />
o qual permitirá alcançar o objetivo proposto.<br />
A Universidade Federal Rural da Amazônia é uma instituição pública de<br />
ensino superior localizada no Estado do Pará, criada pela Lei nº. 10.611, de 23<br />
de dezembro de 2002, através de uma série de transformações e sucessões de<br />
diversas instituições: Escola de Agronomia do Pará (EAA), criada em 1918, sendo<br />
transformada em Escola de Agronomia e Veterinária do Pará (EAVP) em 1919,<br />
prevendo a perspectiva de inserir o curso de Medicina Veterinária, fazendo uso da<br />
Estratégia generalista, que expande a operação para mais de um nicho. Contudo o<br />
curso de Medicina Veterinária só inicia suas atividades em 1973. Neste intervalo<br />
temporal, a EAVP torna-se a Escola de Agronomia da Amazônia (EAA) em 1945,<br />
até que em 1971 torna-se Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP), que<br />
até então atuava apenas com dois cursos de graduação: Agronomia e Engenharia<br />
Florestal, perdurando até 2002 quando deu lugar a UFRA.<br />
2 HISTÓRICO<br />
Ao se pensar sobre a origem das organizações, deve-se voltar o <strong>olhar</strong> para<br />
o início da história da humanidade, quando o homem entendeu a importância de<br />
formar grupos para garantir a sua existência. Ao longo da história a sociedade se<br />
modificou e aumentou suas demandas. Surgiu o Feudalismo, a industrialização<br />
e o sistema econômico do capitalismo, inovações que impulsionaram as<br />
transformações das organizações, tornando-as mais complexas.<br />
A industrialização é acompanhada pelas discussões das Teorias Clássicas de<br />
Taylor, Fayol e Max Weber, que dominaram até os anos 1930 e buscavam explicar<br />
as organizações por meio da eficiência da produção, tratando o indivíduo como<br />
apenas um complemento da máquina. A partir <strong>dos</strong> anos 1930, um novo conjunto<br />
de Teorias, denominado de Comportamentalistas, surge para se contrapor às<br />
Clássicas, argumentando que as organizações são compreendidas a partir do<br />
entendimento do indivíduo na organização. Posteriormente, os anos 50 são<br />
marca<strong>dos</strong> pelas teorias pragmáticas, cuja essência está na apresentação de regras<br />
práticas de gestão (BREVE..., [s.d.]).<br />
Nesse contexto, ao analisar a UFRA, observa-se que ao longo de sua<br />
história a universidade foi de certo modo, ainda que tardiamente, influenciada<br />
pelas modificações ocorridas nas teorias, sendo que alguns aspectos estão<br />
presentes até hoje com maior ou menor ênfase. Apesar de haver sido criada após<br />
a industrialização, em sua concepção observam-se características das teorias<br />
clássicas, sobretudo da burocracia proposta por Weber. Por se tratar de uma<br />
organização pública é normal que atenda a regras prefixadas, no entanto, notase<br />
em sua atuação um excesso de formalismo e a presença do atendimento à<br />
hierarquia é um de seus aspectos mais marcantes.<br />
A organização possui ainda aspectos das teorias comportamentalistas.<br />
Percebe-se que os funcionários, principalmente os que estão há mais tempo na<br />
universidade e que participaram da transformação da FCAP em UFRA, foram<br />
motiva<strong>dos</strong> a se sentirem parte da organização, o que foi fundamental no processo<br />
de construção da nova estrutura da organização. Outra característica das teorias<br />
comportamentais notadas é o bom relacionamento interpessoal presente na<br />
universidade, que é considerada por muitos <strong>servidores</strong> como “uma segunda casa”.<br />
Nota-se ainda que atualmente, a organização incorporou aspectos<br />
provenientes das teorias pragmáticas, como a produção voltada para as necessidades<br />
do mercado, uma vez que a universidade inicialmente focada na formação agrária,<br />
detectou a demanda do seu público e hoje busca oferecer cursos em outras<br />
áreas como a informática, contabilidade e administração. Outras características<br />
também estão presente como a busca pela atuação de forma planejada, prevendo<br />
as oportunidades do futuro.<br />
Nesse sentido, é possível compreender que a UFRA tem sido uma<br />
organização que está em constante aprendizagem, uma vez que para se manter no<br />
mercado, tem sido necessário se reinventar, se modificar. Essa inovação só tem<br />
sido possível porque tem sido investido na capacitação de seus trabalhadores, -<br />
que tem adquirido novos conhecimentos.<br />
3 ESTRUTURA<br />
Conforme Mintzberg (2009, p. 20), “a estrutura de uma organização pode<br />
ser definida simplesmente como o total da soma <strong>dos</strong> meios utiliza<strong>dos</strong> para dividir<br />
o trabalho em tarefas distintas e em seguida assegurar a necessária coordenação<br />
entre as mesmas”.<br />
Nessa perspectiva, o autor destaca cinco mecanismos de coordenação:<br />
ajustamento mútuo, pelo qual o trabalho é coordenado pela comunicação informal;<br />
supervisão direta, segundo a qual um indivíduo exerce o controle do trabalho de<br />
outros; padronização <strong>dos</strong> processos de trabalho, quando o conteúdo do trabalho é<br />
especificado ou programado; padronização <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, quando os resulta<strong>dos</strong><br />
são especifica<strong>dos</strong> anteriormente e por fim padronização das qualificações, quando<br />
tanto as qualificações quanto o conhecimento do trabalhador é especificado.<br />
Bernardes e Marcondes (2003), com base em Mintzberg menciona que<br />
as organizações de porte médio ou grandes são estruturadas em cinco partes, a<br />
saber: núcleo operacional, cúpula estratégica, linha intermediária, tecnoestrutura<br />
e unidades de apoio.<br />
Dessa forma, pode-se inferir que a forma como as organizações estão<br />
estruturadas possibilita maior aprendizado e interação entre os seus membros.<br />
Na época de criação da UFRA, a estrutura organizacional era constituída de<br />
quatro Pró–reitorias (Ensino, Pesquisa, Extensão e Planejamento-Gestão), que<br />
comportavam todas as atividades da Universidade. Contudo, com a incorporação<br />
de novos cursos e atividades, houve a necessidade de mudanças na estrutura<br />
organizacional a fim de suprir estes recursos adicionais.<br />
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