Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
atípicos. As unhas de Natalie foram pintadas de rosa-brilhante. As pernas de Ann tinham sido<br />
raspadas. As duas tiveram batom aplicado em algum momento.<br />
— E quanto aos dentes?<br />
— O sorriso não é a melhor arma de uma garota? — retrucou Richard. Enfim se virou para<br />
mim. — E no caso das duas garotas, literalmente uma arma. Sua história sobre a mordida<br />
colocou as coisas em foco para mim. O assassino era uma mulher que se ressentia da força no<br />
sexo feminino, que considerava isso vulgar. Ela tentara ser mãe das garotinhas, dominá-las,<br />
transformá-las em sua própria visão. Quando elas rejeitaram isso, lutaram contra isso, a<br />
assassina ficou ultrajada. As garotas deviam morrer. Estrangular é a própria definição de<br />
domínio. Assassinato em câmera lenta. Certo dia, no escritório, fechei os olhos após redigir o<br />
perfil e vi o rosto da sua mãe. A violência repentina, a proximidade com as garotas mortas; ela<br />
não tinha um álibi para nenhuma das noites. O palpite de Beverly van Lumm sobre Marian se<br />
soma a isso. Embora ainda tenhamos de exumar o corpo de Marian para ver se conseguimos<br />
provas mais sólidas. Traços de envenenamento ou algo assim.<br />
— Deixe-a em paz.<br />
— Não posso, Camille. Você sabe que é o certo a fazer. Vamos fazer com todo o respeito.<br />
Ele colocou a mão na minha coxa. Não na minha mão ou no meu ombro, mas na minha coxa.<br />
— John realmente chegou a ser considerado um suspeito?<br />
Mão retirada.<br />
— O nome dele continuava a aparecer. Vickery estava meio obcecado. Imaginou que, se<br />
Natalie era meio violenta, talvez John também fosse. Além disso, ele era de fora da cidade e<br />
você sabe como pessoas de fora da cidade são suspeitas.<br />
— Richard, você tem provas reais contra minha mãe? Ou tudo isso é apenas suposição?<br />
— Amanhã teremos um mandado de busca para a casa. Ela teria guardado os dentes. Estou<br />
lhe dizendo isso como cortesia. Porque a respeito e confio em você.<br />
— Certo — falei. Queda acendeu em meu joelho esquerdo. — Preciso tirar Amma de lá.<br />
— Nada acontecerá hoje. Você precisa ir para casa e ter uma noite normal. Aja o mais<br />
naturalmente possível. Posso tomar seu depoimento amanhã, será uma boa ajuda para o caso.<br />
— Ela tem ferido a mim e a Amma. Está nos drogando, envenenando. Alguma coisa.<br />
Eu me senti enjoada de novo.<br />
— Camille, por que não disse antes? Poderíamos ter examinado você. Teria sido ótimo<br />
para o caso. Droga.<br />
— Obrigada por sua preocupação, Richard.<br />
— Alguém já lhe disse que você é sensível demais?<br />
— Nunca.<br />
* * *