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Elas por elas 2020

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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/ Mídia Ninja

como um dos eixos o enfrentamento

da violência contra a mulher. Segundo

ela, a pactuação entre as secretarias

municipais é um passo importante

na execução de políticas com

o olhar diferenciado para a equidade

de gênero.

Ela acredita que o empoderamento

faz com que as mulheres

busquem romper os padrões de

dominação machistas. Por sua vez,

os homens que acreditam ser donos

dos corpos das mulheres respondem

com agressões. “A violência

contra a mulher precisa ser revertida

na educação, e é urgente

barrar projetos como o “Escola

sem Partido” e iniciativas que desqualificam

as lutas de gênero, pois

representam um grande retrocesso

para a sociedade”, afirma.

Diante de todos os motivos,

é preciso destacar o desmanche

das políticas públicas de enfrentamento

à violência, a falta de

investimentos para essas políticas,

a mentalidade conservadora dos

governantes e medidas como a

flexibilização da compra e do porte

de armas no Brasil, que anunciam

uma tragédia ainda pior para a

vida das mulheres em relação à

violência de gênero.

“Os governos não têm levado a

sério o combate à violência doméstica,

e grande parte dos operadores

desse sistema também não estão

preparados para lidar com a complexidade

do tema. O contexto de

desemprego e insegurança e até

mesmo um clima mundial tenso

trazem consequências, como o

aumento da violência”, ressalta a

antropóloga, pesquisadora e escritora

francesa Verónique Durand.

Ciclo perverso

Conforme aponta Lívia de Souza,

cientista política e pesquisadora do

Nepem/UFMG, “a Lei Maria da Penha

prevê, para além do afastamento do

agressor, políticas de prevenção,

centros de referência, casas abrigo,

delegacias e varas especializadas,

formando uma rede de proteção a

mulheres vítimas de violência. Isso

nunca ocorreu de maneira integral,

e o que temos visto na atualidade é

o desmanche das políticas conquistadas,

o que leva ao aumento da

violência”. Segundo a pesquisadora,

não há como combater a violência

contra as mulheres sem o comprometimento

por parte do Estado. [

Leia a entrevista na página ao lado]

Em audiência sobre o aumento

do feminicídio (em Minas, foram

registrados 156 casos em 2018),

realizada no dia 8 de março de

2019, na Assembleia Legislativa de

Minas, a professora Marlise Matos,

coordenadora do Núcleo de Estudos

e Pesquisas Sobre a Mulher (Nepem/

UFMG), enfatizou algumas questões

importantes que envolvem o

problema da violência de gênero. “A

violência vem de um ciclo perverso,

no qual os homens mantêm

privilégios, numa sociedade politicamente

hierárquica. O agressor

pode até ir preso, mas a origem

da violência é intocada. No Brasil,

40% dos lares são sustentados por

mulheres. Há 100 anos o feminismo

fala do privilégio masculino e nada

acontece”, desabafou.

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Revista Elas por Elas - março 2020

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