Elas por elas 2020
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
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/ Gibran Mendes
“
O estrangulamento
orçamentário imposto
às instituições
públicas de ensino
superior e de
fomento à pesquisa
parece integrar uma
estratégia política que
afronta as instituições
e nega o valor da
ciência”
situação das mulheres na ciência
tende a piorar. “Todo incentivo
que começava a brotar no país nos
últimos anos, em forma de ações e
políticas públicas, poderá desaparecer
sob a justificativa de ‘cortes
de gastos’. Como Simone de Beauvoir
disse, ‘basta uma crise política,
econômica e religiosa para que os
direitos das mulheres sejam questionados’”,
critica.
Além do apagão na ciência, os
laboratórios correm o risco de ficar
literalmente no escuro. Reitores de
diversas universidades federais já
anunciaram que, caso a política de
cortes prevaleça, faltarão em breve
recursos para o custeio de serviços
básicos, como segurança, luz, gás,
água, conservação e limpeza. Na
UFMG, o Conselho Universitário e
o de Ensino, Pesquisa e Extensão
divulgaram uma moção, no final
de setembro do ano passado, com
a finalidade de chamar a atenção
da sociedade para o assunto. No
texto, a comunidade acadêmica
expressa “profunda preocupação”
com o orçamento de 2020.
“O estrangulamento orçamentário
imposto às instituições públicas
de ensino superior e de fomento
à pesquisa parece integrar uma
estratégia política que afronta
as instituições e nega o valor da
ciência. Os retrocessos decorrentes
dessas ações equivocadas e
sem justificativas, que vêm sendo
sistematicamente adotadas, são e
serão descomunais, representando
não apenas um grave prejuízo
à ciência brasileira, mas também
um forte impacto na formação de
professores e profissionais, comprometendo
o futuro da educação
brasileira”, diz o texto da moção,
assinado pela reitora da universidade,
Sandra Regina Almeida.
Em meio a esse caos que se desenha
no horizonte, Flávia Calé lembra
que o financiamento da ciência
em qualquer país vai além da destinação
de bolsas de estudo a pós-
-graduandos e verbas para núcleos
de pesquisa. É preciso garantir
um ambiente acadêmico saudável,
avalia a estudante, com infraestrutura
física e de material adequada.
“Precisamos de um espaço universitário
sadio, que acolha pesquisadores
do Brasil e de fora do país.
Então esse é um drama que a gente
vive”, afirma a mestranda.
Infelizmente, o governo Bolsonaro
não tem dado sinais de que
pretende ceder quanto à necessidade
de garantir mais investimentos
para financiar a pesquisa no país.
Embora tenha remanejado parte
dos recursos contingenciados, o
volume está longe de ser suficiente
para que a ciência possa abandonar
Revista Elas por Elas - março 2020
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