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Elas por elas 2020

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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Torcedoras

usam redes

sociais para

debater sobre

o machismo no

futebol”

/ Marcos Túlio Barboza

torcidas organizadas de futebol em

Belo Horizonte”.

A autora discute a falta de visibilidade

da presença feminina

nos estádios de futebol, destacando

a importância de se falar sobre

gênero e sexualidade. “Os valores

que dão origem e derivam dele

mantêm uma lógica que nem sempre

é clara, mas que visa legitimar

uma série de questões sociais, sendo

a desigualdade de gênero uma

delas”, cita em um trecho sobre teorias

que explicam a identificação

nacional do futebol com lócus masculino,

que naturalizam a não participação

da mulher na categoria

‘torcedor de futebol’.

É importante lembrar que as

mulheres já foram até mesmo proibidas

por lei de praticar futebol

(além de outras modalidades). Entre

os anos de 1941 e 1979, vigorou

uma legislação proibitiva sob o argumento

de que tais atividades

eram “incompatíveis com sua natureza”

e, durante um longo período,

falar de futebol feminino era falar

de uma prática ilícita e ilegítima.

Ode às Marias

Em 2016, a jornalista Rafaela e

outras três amigas decidiram ter

um canal nas redes sociais para dialogar

com outras mulheres e sobre

o clube para o qual torcem, abordando

outros temas minimizados

no ambiente do futebol. Elas criaram

o Podcast das Marias (podcastdasmarias.com).

O nome Marias é

uma apropriação da tentativa de

xingamento de cunho machista e

homofóbico à torcida do Cruzeiro

por torcedores do time adversário.

“A gente quis resgatar e problematizar

o fato de se usar o nome Maria

com tom pejorativo. No início teve

o estranhamento dos próprios cruzeirenses,

achando que a gente estava

dando moral para o xingamento.

Mas, atualmente há, inclusive, a

orientação da CBF de punir as torcidas

quando há atos preconceituosos

nos estádios”, explica.

“O que mais me incomoda é

quando um cara, na hora do jogo,

ignora as mulheres próximas para

comentar o lance com outro homem

que mais está distante. Nós

não somos somente acompanhantes,

entendemos de futebol. A gente

vai sozinha ou com as amigas e temos

os nossos rituais também. Somos

torcedoras e gostamos de futebol

pelos mesmos motivos dos

homens. A ideia de debater futebol

nos podcasts é uma forma de

nos legitimarmos como torcedoras

e incentivarmos outras mulheres a

Revista Elas por Elas - março 2020

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