Elas por elas 2020
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
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Esporte
Com a bola toda
No campo ou na arquibancada, mulheres contra a discriminação no futebol
por Débora Junqueira
Entre as torcidas organizadas de
futebol é comum caravanas para
acompanhar o time em jogos fora
da cidade. Patrícia Muniz, 25 anos,
já passou pela aventura de participar
dessas caravanas num ônibus
de 43 lugares, repleto de homens
e somente três mulheres. “Eu tive
medo, mas até que foi tranquilo”,
conta a torcedora do Clube Atlético
Mineiro, que é apaixonada por
futebol desde criança e não perde
nenhum jogo do Galo no estádio
Independência, em Belo Horizonte.
Nada a impede de torcer, mesmo
se tiver sozinha e correr o risco de
ouvir um “fiu-fiu” ou ser assediada
pela rapaziada no estádio.
Segundo ela, o assédio às mulheres,
principalmente sozinhas, é comum.
“Já ouvi o cara falando ‘vou
nesse material aí’, referindo-se a
mim, fiquei chocada. Mas há homens
que falam: ‘respeitem a menina’”,
conta a estudante de engenharia
mecânica, que já foi acompanhar
jogo da seleção brasileira
feminina até fora do país.
Patrícia atualmente escreve
sobre futebol para o blogue Galo
Delas. Ela conta que seu interesse
pelo esporte surgiu aos onze anos
de idade, acompanhando os jogos
da Copa das Confederações. “Sofri
com a resistência da família, por
ser menina. Demorou uns quatro
anos para a minha mãe me deixar
ir ao Mineirão com o meu tio.
Dizia que era perigoso, mas o meu
irmão podia ir. Quem mais me
apoiou foi a minha avó, que até
fez um bolo com a marca do meu
time estampada, quando fiz 14
anos. Tanto a minha mãe como a
minha avó nunca foram ao estádio
de futebol, mas hoje a presença de
mulheres dentro e fora do campo
é crescente”.
Revista Elas por Elas - março 2020 139