Elas por elas 2020
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
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/ Liar Bianchini
delimitar o espaço que a mulher deve
ocupar. Para nós, indígenas, não é
diferente. Além desse machismo colonial,
a gente enfrenta uma velha
prática ou entendimento de que o
machismo, ou a não participação das
mulheres, faz parte da cultura e isso
tem dificultado muito a saída para
as indígenas ocuparem espaços diversos.
Tentamos romper essas barreiras
e, visivelmente, aos poucos, a
gente vem conseguindo superá-las.
Já temos muitas mulheres ocupando
espaços de decisão, de liderança,
para além das aldeias. E isso é
muito importante. Estar na luta da
mulher indígena é uma tarefa árdua
mas também muito compensatória,
porque a gente consegue colocar
todas as nossas forças de guerreira
em favor do movimento, dos direitos
e seguir firme na luta. Isso pra
mim é motivo de muita realização.
Como você começou a atuar na
defesa dos direitos dos povos
indígenas?
Eu sempre digo que eu comecei no
movimento desde quando eu nasci,
porque acho que quando a gente é
liderança a gente já nasce com esse
espírito inquieto, indignado, que
não consegue aceitar injustiças, a
subserviência. Sempre me coloquei
numa posição proativa, de ajudar
meu povo. Quando eu comecei na
estrutura organizacional, a partir
de 2001 – quando participei da I
Conferência Nacional Pós Marcha
dos 500 anos, em Porto Seguro – eu
tive a certeza de que não poderia
nunca mais ser a mesma. Até então,
nunca tinha ido a um movimento
indígena em nível de Brasil. Foi
neste momento que eu percebi e
descobri que há muitos indígenas
sem terra, sem o seu território.
Percebi isso fortemente na luta
dos povos indígenas do Nordeste.
Então, a gente organizou o movimento
indígena no estado do Maranhão
e daí nunca mais parei. Passei
pela coordenação da Coapima
(Coordenação das Organizações e
Articulações dos Povos Indígenas
do Maranhão), depois da Coiab
(Coordenação das Organizações
Revista Elas por Elas - março 2020
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