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Elas por elas 2020

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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(IBGE), a situação é mais presente

em domicílios com liderança feminina

(mulheres sem cônjuge), com

filhos até 14 anos (55,6%), e mais

expressiva nesse tipo de arranjo

formado por mulheres pretas ou

pardas (64%).

Se considerarmos, portanto, esses

dois aspectos (patriarcado e capitalismo)

como se apresentam, de

forma articulada, temos as frentes

de enfrentamento à violência contra

a mulher, ainda desconsideradas

pelas políticas públicas atualmente

existentes, como o Plano Nacional

de Política para as Mulheres,

que enfatiza a prevenção, o apoio

e o fortalecimento de serviços de

atendimento à mulher vítima de

violência e o cumprimento da Lei

Maria da Penha – certamente necessários

– , sem, contudo, alcançar

a raiz do problema.

Em relação ao primeiro, a organização

familiar patriarcal que alimenta

o imaginário social e normatiza

relações de poder masculino

no país, desde a invasão portuguesa,

é preciso dizer que, por tratar-

-se de invenção humana, é possível

/ Istock Photos

questioná-la e caminhar em outra

direção, uma vez que outras formas

de organização social foram

concebidas ao longo da história.

Nesse sentido, é importante ressaltar

conquistas femininas, como

os dispositivos constitucionais que

exigem igualdade de direitos entre

homens e mulheres e, também, a

existência de novas formas familiares,

como as famílias homoafetivas

e as famílias monoparentais femininas,

que estão inventando outros

papéis familiares e estabelecendo

novas experiências com potencial

explosivo sobre a hegemonia

do discurso patriarcal.

Contudo, se considerarmos que

o patriarcado não se resume a um

sistema de dominação modelado pela

ideologia machista situada essencialmente

nos campos político e ideológico,

sendo, também e essencialmente,

um sistema de exploração

cujo principal beneficiado é o homem

rico, branco e adulto, é imperativo

subverter a ordem capitalista,

em busca de um sistema econômico

socialmente mais justo e igualitário.

/

Jaqueline Morelo é jornalista, cientista

social e mestre em Ciência Política.

jaquelinemorelo@gmail.com

Revista Elas por Elas - março 2020

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