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Elas por elas 2020

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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/ Palestina Israel

capoeira é tão importante. A gente

não pode ser aceito. Se a gente não sobre a importância de não usar

24 Revista Elas por Elas - março 2020

tem esse papel de ensinar que os

negros construíram este país, como

uma criança negra ou com ancestralidade

negra ouvindo isso vai

se sentir, que orgulho vai ter de

sua história? O que vai almejar

na sua vida? Aqui, na nossa academia,

temos um projeto que o

mestre Mão Branca criou que se

chama Vivenciando a Capoeira, em

parcerias com escolas do bairro.

Recebemos cerca de 300 crianças,

gratuitamente, falamos sobre ancestralidade,

Zumbi dos Palmares

(muitas não sabem quem foi), da

resistência, da luta. Eles não vão

aprender isso na escola, pois a Lei

10639, que estabelece a obrigatoriedade

do ensino de história e

cultura afro-brasileira, ainda não

é cumprida pela maioria das escolas.

Além disso, falamos também

drogas, de respeitar pai e mãe, de

estudar, se formar, agregar conhecimentos

, pois conhecimento é

tudo”, ressalta.

Políticas públicas para

a capoeira

A capoeira foi liberada em 1930,

mas pouco mudou desde então, pois

tudo continua enquadrado dentro

de um pensamento que reproduz

o racismo. É o que afirma Edson

Moreira da Silva, o mestre Primo

(foto), do Grupo Iuna Capoeira

Angola de Belo Horizonte. “Quando

a pessoa entende isso, entende

que o povo negro africano foi escravizado

para os colonizadores se

aproveitarem de todo seu conhecimento

da agricultura, mineração,

culinária, arte etc. Essa informação

não está nos livros, por isso a

descobre no corpo, por meio de técnicas,

formas para se conectar com

a nossa ancestralidade. Isso é fundamental

para desconstruirmos a

filosofia do colonizador. Nosso dever

é construir outro processo em

que poderemos sempre acolher

a todos e todas, especialmente os

mais oprimidos e oprimidas. O modelo

de sociedade que buscamos

para nos identificar é o quilombo,

que foi destruído pelo sistema – era

acolhedor e com lugar e voz para

todos e todas”, destaca.

O mestre afirma que é urgente

a criação de políticas públicas para

que a capoeira não reproduza o

sistema, entrando na lógica do capital.

“Se ela for mercadoria, vamos

reproduzir o que querem que façamos.

Capoeira é filosofia, ciência,

história e traz todo o conhecimento

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