Elas por elas 2020
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
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/ Carina Aparecida
é o legado da capoeira. Ela nasceu
nas senzalas e se desenvolveu nos
guetos. Sobreviveu a duras penas,
vista por muito tempo como algo
criminoso. Hoje está no mundo inteiro
e sinto que, em grande parte,
essa origem se perde, no sentido de
lembrar de onde a capoeira surge
e qual o sentido de sua existência.
Então, precisamos ser resistência
em reafirmar que a capoeira é preta
e isso significa entendê-la como
uma manifestação da cultura africana
em diáspora, com valores que
precisam ser preservados”.
Entretanto, a mestra reforça
que não podemos nos esquecer que
vivemos numa sociedade alicerçada
nas desigualdades, que têm seu
cerne no processo de escravização
negra e todas as suas nefastas consequências.
Por isso, não é tão fácil
mudar comportamentos, atitudes e
toda uma realidade machista e racista.
“Os praticantes de capoeira vivem
nesse contexto social e trazem
para dentro dos espaços o reflexo
de suas vivências no mundo. Ser
praticante de capoeira não dá a ninguém
a garantia de não ser racista,
machista, homofóbico, ainda que
ela traga elementos que possam
contribuir com o questionamento
de práticas discriminatórias. Parte
também de cada indivíduo se reeducar
e transformar suas relações.
Vejo que, nesse sentido, existem
pessoas e posicionamentos machistas
na capoeira, assim como existem
posicionamentos racistas também.
Mas temos que ressaltar, por exemplo,
que a mulher está galgando
espaços dentro da capoeira e tem
aumentado o número de mulheres
à frente de grupos. Isso, sem dúvida,
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Revista Elas por Elas - março 2020