23.12.2012 Views

Onofre Lopes Júnior - Fundação Jose Augusto

Onofre Lopes Júnior - Fundação Jose Augusto

Onofre Lopes Júnior - Fundação Jose Augusto

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

cego do olho direito a partir de maio de 2001. Garante<br />

que a culpa foi de um fanático religioso que resolveu<br />

castigá-lo (um oftalmologista, que prefere não dizer o<br />

nome), agindo como um Deus. Sobra também para a<br />

direita: “A direita é muito organizada e efi ciente quando<br />

quer fazer o mal”.<br />

As aventuras de “Ho”<br />

Aos 57 anos - nasceu no dia 12 de novembro de 1947,<br />

em São José de Campestre - Osório Almeida de Oliveira<br />

nem sempre foi conhecido por esse nome. Já se chamou<br />

“Ho”, durante os anos em que foi hippie, participou do<br />

desbunde da década de 70, e viajou pelo país, indo parar<br />

na Argentina, onde foi preso logo na chegada (acusado de<br />

contrabando) e deportado três dias depois por conduzir<br />

60 pedras semi-preciosas que tinha adquirido em Ouro<br />

Preto-MG. O novo nome, “Ho”, foi dado pelo tio, Padre<br />

Zé Luiz, na temporada em que passou na casa dele, em<br />

São Paulo. Zé Luiz o achava parecido com um vietnamita<br />

– continua parecido - e se inspirou em Ho Chi Minh para<br />

dar o novo nome.<br />

Hoje, Osório conclui: “É ruim viver brigado com o<br />

nome”.<br />

Em Campestre, morou até os 8 anos de idade. Em 1955,<br />

Zé Luiz foi indicado padre da paróquia de Taipu e levou a<br />

irmã Helena e os dois fi lhos, Osório e Moacir, para morar<br />

perto dele. Seis meses depois a Igreja transfere Zé Luiz<br />

para Touros e novamente dona Helena vai junto. “Na<br />

primeira noite em Touros não dormi com o barulho do<br />

mar”, recorda Osório. Mora dois anos em Touros, retorna<br />

a Campestre, onde conclui o primário e em 1960 chega<br />

a Natal.<br />

Mora, inicialmente, no centro, na rua 13 Maio, próximo<br />

a catedral velha. “Ali era o must de Natal, tinha uma<br />

movimentação cultural intensa”. A mãe se emprega como<br />

costureira na Maternidade Januário Cicco e a família se<br />

muda para uma rua próxima à maternidade, onde fi ca<br />

até 1964. No ano seguinte, se muda para a rua Antônio<br />

Pegado, onde está até hoje. Estuda na Escola Técnica de<br />

Comércio e no Marista, à noite. Mas não chega ao 2º<br />

grau. Conhece o pessoal da área cultural e em janeiro de<br />

1968, como ator, fazendo parte de um grupo, embarca<br />

para o Rio de Janeiro, para representar o Rio Grande do<br />

Norte no 5º Festival Nacional de Teatro do Estudante,<br />

com a peça “Calígula”, dirigida por Jesiel Figueiredo.<br />

“Fui maquiado por Glauce Rocha, que era uma estrela do<br />

teatro nacional”, diz, orgulhoso. A peça dividiu o 1º lugar<br />

com Pernambuco e Rio Grande do Sul.<br />

– Dizem as más línguas que houve infl uência política<br />

para que fi cássemos com o 1º lugar – reconhece Osório,<br />

lembrando que na época o senador Dinarte Mariz era<br />

uma das lideranças civis mais fortes da ditadura militar e<br />

Meira Pires era diretor do Serviço Nacional do Teatro.<br />

A decisão de fi car no Rio de Janeiro, após a apresentação<br />

da peça, foi tomada ainda em Natal. Trabalhando como<br />

“serviço prestado” na universidade, na época ainda<br />

estadual, o jornalista não teve paciência para esperar a<br />

contratação. Nos primeiros meses no Rio – onde fi caria<br />

quatro anos - tenta a carreira teatral, mas cai na real. “O<br />

nível do teatro carioca estava nas estrelas”. Começa a<br />

vender programas de espetáculos nas portas dos teatros.<br />

“Me conformei que tinha de ser vendedor”.<br />

Passa de vendedor de programa de espetáculo a vendedor<br />

do Touring Club do Brasil, onde trabalha um ano e meio.<br />

Do Touring para a Crecim (instituição fi nanceira). Nesses<br />

Julho 2004<br />

17

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!