Onofre Lopes Júnior - Fundação Jose Augusto

Sítio Novo - A arte que brota entre as serras
Por Gustavo Porpino
Fotos: Alberto Leandro
As Serras da Tapuia, São Pedro e Pitombeira, a pouco
mais de 100 km de Natal, cercam o município de
Sítio Novo, uma terra mais conhecida pelo Castelo de Zé
do Monte do que pela vontade de seu povo de desenvolver
a cultura popular. O inverno coloriu as serras com um
verde intenso e fez brotar uma infi nidade de fl ores.
Sítio Novo vive da agricultura e da caça. O município,
desmembrado de São Tomé em 31 de dezembro de
1958, teve seu auge econômico durante o ciclo do
algodão. O cultivo do algodão foi gradativamente
desaparecendo e as famílias de agricultores passaram a
buscar o sustento nas plantações de milho e feijão. Os
umbuzeiros e as pinheiras, abundantes no alto da Serra
da Tapuia, também servem de fonte de renda. A caça é
outra atividade corriqueira na região. Munidos com suas
espingardas de soca, os caçadores vão a busca de preás,
arribaçãs e tacacas {gambás}.
O açude Barra da Tapuia embeleza o cenário aos pés da
serra e serve de inspiração para jovens pintores e poetas.
As danças folclóricas, tão comuns até o fi nal dos anos 70,
ainda sobrevivem graças ao trabalho da Associação Filhos
da Esperança e dos educadores do município. Sítio Novo
também é a terra do rabequeiro Nezinho, primo de João
Anjo, um dos personagens da quinta edição da Preá, e
do sanfoneiro José Desidério Neto, um músico defi ciente
visual e muito habilidoso com as mãos. O Festival
da Cultura, evento criado em 2002 para incentivar a
produção cultural do município, acontece sempre no mês
de agosto.
76 Julho 2004