Onofre Lopes Júnior - Fundação Jose Augusto

Sítio Novo - A arte que brota entre as serras
Associação apóia o folclore
A cultura de Sítio Novo só tem a ganhar com o trabalho desenvolvido pela Associação Filhos da Esperança. A
organização, fundada em 2002, tem desenvolvido vários projetos nas áreas de artes cênicas e danças folclóricas. O boide-reis
do mestre Zé Antônio, tradicional na região, o maculelê e o pastoril estão sendo apoiados pela associação.
A estudante Débora Raquiel da Silva Lopes, 22 anos, é uma das mais dedicadas ao trabalho na associação. Débora
Raquiel, ex-saxofonista da banda de Santa Cruz, coordena o UNIJA, grupo de jovens comprometido em resgatar
antigos ideais da juventude, e também o grupo de teatro de rua Divina Pimenta. “O UNIJA surgiu da necessidade de
unir a juventude local em torno de uma causa. Iremos romper o mito de que a juventude não está preocupada com
nada”, salienta.
O Divina Pimenta, criado em 2002, envolve 15 estudantes de Sítio Novo. Os próprios componentes confeccionam o
fi gurino e leva ao povo apresentações com forte crítica social, uma característica presente em todos os grupos de teatro
de rua. “Os textos falam da vida do nordestino, da fome, da dengue... é um trabalho voltado para a área social”.
A poesia é outra das paixões de Débora Raquiel. A estudante e teatróloga não esconde a admiração pela obra da goiana
Cora Coralina e já escreve alguns poemas. A julgar pela determinação da estudante, o primeiro livro é só uma questão
de tempo.
O técnico de saneamento Severino Bento da Silveira, 48 anos, também faz parte da Associação Filhos da Esperança e
planeja para breve o lançamento de “Caminhos e raízes de Sítio Novo”, livro sobre a história do município contendo
fotos antigas e depoimentos de diversos conterrâneos. “Desde muito novo ouvia meus pais e avós contando histórias do
município. Comecei a anotar e esperei que alguém escrevesse, mas como ninguém escreveu...”
82 Julho 2004