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Onofre Lopes Júnior - Fundação Jose Augusto

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<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – A Sociedade dos Amigos da<br />

Orquestra, que foi uma sociedade fundada com a<br />

fi nalidade de ajudar a Orquestra Sinfônica. Acabados os<br />

concertos, nós nos reuníamos para jantar, principalmente<br />

na casa de Roberto Moura, para assistir ópera, com<br />

vídeodisco, vídeocassete, DVD, e começamos a evoluir<br />

para a criação do teatro de ópera. Nos primeiros contatos<br />

que fi z, com governadores, secretários, reitores e outras<br />

autoridades, fui bloqueado de todo jeito.<br />

Preá – Agora, o senhor está achando que há possibilidade<br />

de sair?<br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – As coisas se arrumaram, porque<br />

quando Wilma de Faria foi eleita prefeita eu fui a ela.<br />

Marcamos um jantar de trabalho e tivemos tempo<br />

para expor o que seria um teatro de ópera. Ela fi cou<br />

entusiasmada e disse: – Vamos fazer. Só que logo<br />

depois que começamos a trabalhar, inclusive fazendo<br />

levantamento de onde poderia ser e que fonte de<br />

fi nanciamento teríamos e as doações para isso, ela se<br />

candidata a governadora. Imediatamente, engatei uma<br />

marcha a ré porque fi quei com medo de que se ela não<br />

fosse eleita governadora, o projeto estaria perdido, e<br />

quem viesse depois iria torpedeá-lo, porque não tinha<br />

sido no governo dele que tinha nascido aquilo. Então,<br />

a nossa regra é essa; não haver continuidade daqueles<br />

bons projetos. Mas, de repente as coisas começaram a<br />

se arrumar. Na Escola de Música da UFRN toma posse<br />

Ronaldo Ferreira Lima , meu amigo, com quem eu já<br />

tinha conversado e era favorável ao projeto. Na <strong>Fundação</strong><br />

José <strong>Augusto</strong> entra François, uma pessoa inicialmente<br />

incrédula, mas depois que expliquei se tornou nosso<br />

aliado. A governadora, quando toma posse, eu vou a ela,<br />

que diz: – agora é que eu tenho condições. O projeto é de<br />

Ronald de Góis e está pronto. Inicialmente, quando nós<br />

pensamos no projeto de um teatro de ópera, pensávamos<br />

até em modifi car o Centro de Convenções. Vimos depois<br />

que era impraticável, tanto a parte arquitetônica quanto a<br />

de engenharia. Fomos ver as áreas adjacentes, dava certo,<br />

mas os “verdes”, os ambientalistas vetaram. Agora, que<br />

a governadora está tentando instalar, suponho que ela já<br />

conseguiu a concordância dos “verdes”.<br />

Preá – Um teatro desse porte sai por quanto?<br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – Oito a dez milhões de reais, que<br />

a governadora me disse que iria colocar no orçamento<br />

do Estado. Ocorre que a Petrobrás, através de sua<br />

distribuidora, quer participar. Tem o secretário-geral da<br />

Embaixada russa no Brasil, que veio a Natal - não por<br />

conta disso - e estão interessados em participar, inclusive<br />

fazendo recitais. A tal ponto eles fi caram entusiasmados<br />

que disseram: – Se vocês quiserem quaisquer artistas<br />

russos nós mandamos buscar e não só isso, nós poderemos<br />

selecionar pessoas aqui para mandar para a Rússia para<br />

fazer cursos em dança e em música.<br />

Preá – Como surgiu esse seu amor à música?<br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – Natal da minha meninice era uma<br />

cidade que nas casas das boas famílias tinha um piano. E<br />

eu fui estudante de piano até o quarto ano de medicina.<br />

Fiz até a quarta série do curso de piano do Conservatório<br />

de Música de Natal, isso na década de 40. Depois eu<br />

deixei. Quando eu fui para a Bahia, conheci um sujeito<br />

lá, chamado Aniz, um descendente de árabe. Nós nos<br />

conhecemos num ringue de luta livre e começamos a nos<br />

dar bem - apesar da pancadaria. Ele era casado com uma<br />

moça que era pianista e professora da Escola de Música<br />

da Bahia. Durante um jantar ele me convidou para ir a<br />

um concerto da Orquestra Sinfônica da Bahia, e todas<br />

as quartas-feiras, eu, ele e a mulher íamos à reitoria da<br />

Universidade assistir aos concertos. Então numa vez em<br />

que eu estava lá na casa de Aniz, eu caí na besteira de dizer<br />

que tinha sido estudante de piano. Quando foi no meu<br />

aniversário, ele promoveu um jantar, quando acabou,<br />

chamou Hilda, sua esposa, uma excelente pianista,<br />

dizendo: - Ela tem um presente para você. E ela veio<br />

com os métodos de Zerny, Anon e me deu de presente.<br />

- Agora você vai estudar<br />

música de novo, vai estudar<br />

comigo, disse.<br />

Preá – Quais as suas óperas<br />

preferidas?<br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr.<br />

– A que eu gosto mais é<br />

“O morcego”, de Strauss.<br />

Preá – Quem pretenda se<br />

iniciar no mundo da ópera,<br />

por onde deve começar?<br />

Julho 2004<br />

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