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Onofre Lopes Júnior - Fundação Jose Augusto

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Entrevista: <strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> <strong>Júnior</strong><br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – Defi nitivamente, “O morcego”. É<br />

uma ópera bufa gostosa, a gente ri, é de fácil compreensão.<br />

Agora você tem “Lúcia de Lammemor” , “Carmen”, de<br />

Bizet, “La Traviata”, “As bodas de fígaro”, fantástica. Aliás,<br />

tem uma versão de Plácido Domingos, que é uma coisa<br />

simplesmente sensacional.<br />

Preá – E em literatura, o que o senhor destacaria?<br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – Gosto mais de livros sobre história<br />

e normalmente fi co lendo dois, três livros de uma vez.<br />

Os livros que eu leio fi cam todos marcados, anotados e<br />

as páginas selecionadas. Depois que acabo, volto a ler<br />

somente aquelas páginas que selecionei. Agora se o livro<br />

não está me agradando eu não vou até o fi m. Teve um<br />

sujeito francês, mau caráter, chamado René Descartes,<br />

mas uma mente brilhante, que certa vez escreveu que se<br />

um homem ao nascer, no seu primeiro dia de vida, ele<br />

tivesse a inteligência e o poder de ler e entender aquilo<br />

que ele está lendo e se durante os próximos cem anos,<br />

ele só lesse uma vez as boas coisas que a humanidade<br />

produziu – nada de ler lixo – ele morreria sem ter lido a<br />

metade do que a humanidade tinha produzido de bom.<br />

Hoje em dia você tem condições? Tem umas pessoas aí<br />

que dizem: vamos fazer uma lista dos cem melhores livros<br />

que a humanidade produziu, isso é uma balela. Aquilo<br />

que pode ser uma coisa muito boa para você, pode ser<br />

muito ruim para outra pessoa e vice-versa.<br />

Preá – Como é para o senhor, um apreciador da música<br />

clássica, ter um fi lho que toca heavy metal na banda<br />

Deadly Fate {Destino Mortal}?<br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – Eu gosto de música. Que pode ser<br />

erudita ou não. Sendo música eu gosto. Você tem uma<br />

música erudita de Bella Bartok, Stravinski, que pelo amor<br />

de Deus, se começar a tocar isso, eu vou embora. <strong>Onofre</strong><br />

Neto gosta desse tipo de música. O pior de tudo é assistir<br />

concerto dele. Eu vou para lá, claro, com uns tapadores<br />

de ouvido, mas ouço.<br />

Preá – Partiu do senhor a idéia do maestro da Orquestra<br />

Sinfônica, Osvaldo D’Amore, tocar violino no CD do<br />

Deadly Fate?<br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – Não. Não tive nada com esse crime<br />

{risos}. Ele foi convidado por <strong>Onofre</strong> Neto e aceitou.<br />

72 Julho 2004<br />

Preá – Os ensaios da banda, na garagem da sua casa,<br />

incomodavam muito?<br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – Eu temia pelos alicerces da casa.<br />

Preá – Como o senhor vê o uso da música no tratamento<br />

terapêutico?<br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – Defi nitivamente, os cursos de<br />

humanização dos hospitais deveriam usar a música,<br />

mas ela raramente é utilizada. Nos hospitais, deveriam<br />

ter auditórios, onde se pudesse levar apresentações não<br />

somente de música, mas de dança, mamulengo, de<br />

poetas, de conjuntos populares, de forró pé de serra, tudo<br />

isso é uma coisa muito boa.<br />

Preá – Como o senhor analisa o trabalho das instituições<br />

que trabalham com a cultura no Estado?<br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – Nós temos dois pontos altos aqui.<br />

A <strong>Fundação</strong> José <strong>Augusto</strong>, que nos últimos tempos tem se<br />

destacado muito e a Escola de Música da Universidade,<br />

que no dizer de uma ex-diretora, Riva Fried , que mora no<br />

Rio, “aqui vai ser um grande celeiro para o Brasil”.<br />

Preá – Você considera o folclore o carro-chefe da<br />

divulgação da cultura potiguar?<br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – Eu acho que cultura é cultura. Tudo<br />

isso faz parte do belíssimo edifício cultural que nós temos<br />

aqui. Claro que você tem nesse meio muito lixo, como<br />

em qualquer área de atividade. Mas o que nós temos<br />

produzido de bom no Estado, realmente vale a pena ver.<br />

Preá – O senhor chegou alguma vez a ser assediado para<br />

alguma atividade política?<br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – Não. Eu nunca me fi liei a partido<br />

nenhum. Olhe, vou lhe dizer uma coisa, não sei se para<br />

vergonha ou não: nunca fui a um comício na minha<br />

vida.<br />

Preá – Como Sylvia {Faye Raymond <strong>Lopes</strong> da Silva<br />

– esposa} apareceu na sua vida?<br />

<strong>Onofre</strong> <strong>Lopes</strong> Jr. – Aquilo ali foi uma coisa maravilhosa<br />

na minha vida. Ela foi minha aluna na Escola Doméstica.<br />

Na época, mamãe vivia rezando para eu me casar.

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