Onofre Lopes Júnior - Fundação Jose Augusto
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Emanoel Barreto – com Astor Piazzola, na beira da<br />
piscina do Hotel Reis Magos.<br />
A troca da foto de uma atriz (Rejane Medeiros) por<br />
uma socialite o levou a sair da Tribuna. “A culpa foi de<br />
J.Epifânio {colunista social} que fez fuxico”. Vai para o<br />
jornal ofi cial A República, onde também não demora<br />
muito. Motivo da saída: deixou “passar” uma entrevista do<br />
poeta Esmeraldo Siqueira com críticas a meio mundo.<br />
– Botei sabendo que ia dar bronca.<br />
Militância política<br />
O gosto pela política começa em 1978, quando trabalha,<br />
como jornalista, no comitê do então candidato a senador<br />
Radir Pereira, emprego arranjado pelo amigo “Chico<br />
Miséria”. Conhece o advogado e deputado Roberto<br />
Furtado, a quem admira até hoje. Ainda trabalha, em<br />
82, no jornal “Folha da Manhã”, que deixa algum<br />
tempo depois. Começa a se cansar trabalhando como<br />
jornalista para os outros. Amadurece a idéia de criar<br />
seu próprio jornal, até que em março de 1984 lança<br />
“Rangal”, tablóide de oito páginas. Nunca mais deixaria o<br />
jornalismo alternativo.<br />
Com vinte anos de batente, Osório é um crítico ácido<br />
da mídia brasileira. “Acho que a imprensa no Brasil é<br />
como a justiça, só vê o lado da classe dominante”, analisa.<br />
Também está desencantado com o Governo Lula: “Desde<br />
o começo percebi que o PT era clerical e impediria que<br />
o comunismo chegasse ao poder”; com a humanidade:<br />
“é inviável”; mas apóia o terrorismo e Bin Laden contra<br />
o imperialismo norte-americano, elogia Fidel Castro<br />
(“grande fi gura”), Aluízio Alves (“melhor ministro de<br />
Sarney”), Roberto Furtado e Brizola (“revolucionário<br />
que encarnou os ideais de 30, traídos pela burgusia- Me<br />
proponho a ser o seu herdeiro político”).<br />
Analisando a situação mundial – como jornalista – se<br />
mostra preocupado. Para ele, o mundo está à beira da<br />
3ª Guerra Mundial. Tudo devido ao imperialismo<br />
dos Estados Unidos que, na opinião dele, deverá sair<br />
derrotado caso o confl ito aconteça.<br />
Sozinho, depois de um casamento de sete anos (77 a 84),<br />
que lhe deu um fi lho, Emídio – mesmo nome do avô (a<br />
ex-mulher e o fi lho, hoje com 27 anos, moram em Itajaí-<br />
SC), Osório não quer mais saber de casamento, embora<br />
diga que foi feliz no seu. “É um inferno”, resume. E dá<br />
dica: “Hoje é mais negócio investir em várias mulheres<br />
do que em uma só”. Assegura que devido à alimentação<br />
macrobiótica, não beber e nem fumar está em plena<br />
forma, “diferente dos velhos do Café São Luiz, que<br />
estão todos no Viagra”. Sobre o amor, ele não é menos<br />
corrosivo:<br />
– Amor é uma fl or roxa que nasce no coração do trouxa.<br />
Certamente, não será por falta de sinceridade, coerência<br />
política e originalidade que Osório Almeida deixará de<br />
ser eleito vereador. Três coisas que há muito sumiram<br />
dos nossos parlamentos. Ele está confi ante e cita a<br />
coincidência do nome da sua rua ter como patrono um<br />
vereador. “Quem sabe, não sai outro vereador daqui”.<br />
Boa sorte, candidato!<br />
Julho 2004<br />
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