COMUNICAÇÕES 224 - A Senhora Simplex (2017)
APDC 224 - A Senhora Simplex Setembro 2017
APDC 224 - A Senhora Simplex
Setembro 2017
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estado da nação <strong>2017</strong><br />
<strong>COMUNICAÇÕES</strong><br />
<br />
dade de a “afinar”. Até porque a<br />
oferta grossista de fibra que a PT<br />
garante ter é apenas “fumo para<br />
disfarçar”.<br />
Há ainda dificuldades no acesso<br />
às redes de nova geração rurais,<br />
construídas com fundos públicos<br />
e, em teoria, abertas a todos. A<br />
Fibroglobal, que opera nas zonas<br />
Centro, Açores e Madeira, detida<br />
em 95% pela Visabeira e em 5%<br />
pela PT, foi vendida no final de<br />
2016 à luxemburguesa JMO, que<br />
terá ligações à Altice. Resultado:<br />
o único cliente foi desde sempre<br />
a PT. Já no caso da DSTelecom, do<br />
grupo DST, que opera nas zonas<br />
Norte e Sul do país, dá acesso a<br />
todos os operadores e até planeia<br />
investir no alargamento da sua<br />
rede.<br />
LIDERAR EM QUASE TUDO<br />
Apesar de todas as transformações<br />
que tem atravessado, a PT/<br />
MEO continua a liderar quase<br />
todos os segmentos das comunicações.<br />
Nos pacotes de serviços,<br />
tinha em junho uma quota de<br />
subscritores de 39,5% (o maior<br />
aumento de quota desde 2013,<br />
diz a ANACOM) e uma quota de<br />
receitas de 41,3%. Por tipos de<br />
pacotes, liderava no 2P e 5P, com<br />
40,6% e 48,4%. Na banda larga em<br />
local fixo, tinha em março 40,1%<br />
dos clientes, na banda larga móvel<br />
38,9%, nos serviços móveis<br />
43,9% (estações móveis ativas<br />
com utilização efetiva) e na voz<br />
fixa era responsável por 45,8% do<br />
total dos acessos principais.<br />
A exceção continua a ser a TV<br />
por subscrição, onde a NOS mantém<br />
desde sempre a liderança,<br />
com 43,3% dos assinantes, seguida<br />
da MEO e da Vodafone, com<br />
38,3% e 13,5%. O grupo de Miguel<br />
Almeida está também muito perto<br />
da PT em várias áreas, onde<br />
MúLTIPLOS DESAFIOS<br />
À espera da decisão regulatória<br />
sobre a compra da MC pela PT, o<br />
setor enfrenta ainda outros desafios,<br />
em resultado do impacto de<br />
decisões vindas de Bruxelas, do<br />
governo e do regulador setorial<br />
das comunicações, a ANACOM<br />
– Autoridade Nacional de Comunicações,<br />
agora liderada por João<br />
Cadete de Matos. A extinção das<br />
taxas de roaming no espaço europeu,<br />
em vigor desde 15 de junho,<br />
terá impactos negativos nas receitas.<br />
Tal como o aumento em<br />
10,7% das taxas de espetro, que o<br />
executivo impôs em maio.<br />
A revisão da Lei das Comunicações<br />
Móveis, que impôs regras<br />
aos operadores nos pacotes de<br />
serviços, com o objetivo de proteger<br />
os clientes, também tem dado<br />
“dores de cabeça”. Nesta matéria,<br />
a ANACOM impôs em julho<br />
mais medidas. Motivo: os players<br />
não estavam a cumprir a lei. Tema<br />
controverso é também a abertura<br />
da fibra da PT aos concorrentes<br />
nas zonas não concorrenciais.<br />
Apesar das recomendações de<br />
Bruxelas, o regulador reiterou a<br />
sua posição em março: a rede não<br />
é para abrir, porque as particularidades<br />
do mercado não o justificam.<br />
A decisão, na opinião de Mário<br />
Vaz, só beneficia a MEO, já<br />
que “força uma parte significativa<br />
dos portugueses a perder a<br />
revolução digital e os benefícios<br />
da transição para a economia<br />
4.0”. Miguel Almeida partilha da<br />
mesma posição, defendendo que<br />
a Anacom ainda tem oportuniquando<br />
estão<br />
praticamente<br />
concluídos<br />
os pesados<br />
investimentos<br />
nas redes de<br />
alta velocidade,<br />
todos os<br />
operadores<br />
querem<br />
consolidar e<br />
crescer