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principiante. Piadas mais arriscadas, sofisticadas, críticas e com conteúdo são as que você deve buscar
com o passar dos anos. Lembre-se: as piadas que conta devem ser condizentes com o seu nível.
Junho de 2008
Do: Bar. Para: TV. Traçar rota.
Poucos anos após o surgimento do stand-up no Brasil a televisão absorveu os humoristas, seja para
atuar em frente às câmeras ou atrás delas como redatores. Diversos programas abriram espaço para
apresentações de stand-up: Programa do Jô, A praça é nossa, Altas horas, Domingão do Faustão,
Programa do Gugu, entre outros.
No começo da minha carreira não tinha pretensão de ir para a TV, talvez por parecer um mundo
distante da minha realidade. Após alguns anos, e depois de ver a notoriedade alcançada por outros
colegas que entraram para a chamada fantástica fábrica de sonhos, percebi que a TV era um degrau ao
qual era necessário chegar. Uma simples aparição dentro dessa caixa permite atingir um público para o
qual seria necessário fazer centenas ou talvez milhares de apresentações em teatros. Se você pretende um
dia entrar para a TV deve estar preparado para isso. Hoje a televisão pode parecer distante do seu
mundo, mas amanhã ela pode ser o próximo degrau da sua jornada.
Acredito que a primeira dúvida a surgir é: “Como alguém da TV vai saber da minha existência?”.
Basicamente de duas formas: ativa e passiva. Na forma ativa, o programa precisa de comediantes e por
isso sai em busca deles. Na passiva, o comediante é quem tem que gastar a energia. O músico Rogério
Skylab, que se tornou figura carimbada no Programa do Jô — já participou mais de dez vezes —, me
disse que enviou material para a produção pelo contato que estava no site. Ele ficou meses sem resposta
e tornou a enviar o material. Novamente ficou sem resposta. O que ele fez? Enviou novamente. Apenas
depois da quarta ou quinta tentativa entraram em contato para marcar a entrevista.
Os programas de TV precisam de pautas, se tiver um bom gancho para ser entrevistado, tente entrar em
contato com os produtores do programa. O comediante Gus Fernandes estava no Japão durante o
terremoto que abalou o país em 2011. Ao voltar para o Brasil foi ao programa do Jô falar apenas sobre
isso. Já o comediante Gigante Léo, com pouco tempo de carreira, foi convidado para ir ao mesmo
programa. Por quê? Porque ele é um anão que faz stand-up. Aposto que se uma senhora de 95 anos
começar a fazer stand-up, com seis meses de carreira será convidada por vários programas, pois é uma
pauta curiosa. Por que ela decidiu começar a contar piadas? O que os filhos, netos e bisnetos acham
disso? Pretende seguir carreira?
Mas de que adianta ter 95 anos, ser anão ou ter passado por um terremoto se eu não tenho nenhum
contato na TV? Cada programa televisivo tem pessoas responsáveis pelas pautas ou pelos entrevistados,
eles são os produtores. No site de cada programa há um link do tipo “entre em contato conosco”, “fale
com a produção”. Sinceramente, eu não achava que alguém lesse esses e-mails, mas hoje posso garantir
que são vistos, pelo menos alguns deles, por isso vale a pena insistir. Você também pode ver o nome do
produtor nos créditos do programa e tentar encontrá-lo em uma rede social ou mesmo ir até o programa
como espectador e, uma vez lá, deixar seu material com alguém. O comediante Fábio Porchat foi assistir
ao Programa do Jô e durante a gravação fez uma imitação de uma antiga série da Rede Globo chamada
Os normais. Essa inocente atitude contribuiu para que mais tarde ele entrasse para a emissora.
Quando o programa vai atrás dos humoristas você também deve tomar algumas medidas. Não adianta