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regionais, logo, não será tão difícil cederem alguns minutos para um humorista conterrâneo. Foi assim
que o grupo Em Pé na Rede, de Belém do Pará, conseguiu um espaço na TV local. Os exemplos são
inúmeros, Diogo Portugal em Curitiba, Murilo Gun em Recife, Paulo Vieira em Palmas.
Trabalhar em uma emissora regional é uma ótima fase de aprendizado. O primeiro roteiro que escrevi
para TV foi em 2008, para a RPC, filial da Rede Globo no Paraná. Pense nesse tipo de trabalho como
estágio para chegar à multinacional. Embora os seus acertos não proporcionem a mesma glória da rede
nacional, seus erros também não vão gerar as mesmas críticas.
O mercado está expandindo cada vez mais, canais a cabo, programas de rádio, programas na web.
Comediante é uma profissão em alta no momento. E para uma profissão que não tem a pressão de um
vestibular, quatro anos de faculdade, tem boa remuneração e trabalho em horários alternativos, vale a
pena se esforçar.
Julho de 2008
ABC do MC
O apresentador deve levantar quem ele chama e ser o responsável pelo espetáculo como um todo.
Todo mundo deve ser mestre de cerimônias pelo menos uma vez. O MC tem uma função muito
importante: dar o tom do espetáculo. É como se ele fosse um maestro regendo as risadas da plateia,
utilizando as piadas como batutas. Enquanto cada humorista vai subir ao palco uma única vez, o MC abre
o show e faz a costura após cada um deles. Como primeiro a subir no palco, ele é o contato inicial da
plateia com o espetáculo. Logo, é sua responsabilidade aquecer os espectadores, arrancar as primeiras
risadas e preparar o público para receber o próximo comediante. Não é recomendável que o MC abra o
show com muitas piadas sujas e termos chulos, a não ser que todo o show seja nesse tom. Diferentemente
de cada comediante, o MC não pode subir ao palco tendo como preocupação apenas sua apresentação.
Pensar em si e não no espetáculo como um todo é um luxo ao qual o mestre de cerimônias não deve se
permitir. Caso decida iniciar o espetáculo com seu melhor set de piadas sobre sexo, o próximo
comediante a subir ao palco pode ter dificuldades ao dizer suas observações sobre supermercado.
Ser o mestre de cerimônias pode ser uma função um tanto quanto ingrata, ele é o responsável por dar o
passe para o outro comediante marcar o gol e receber os gritos da plateia. Isso não significa que o MC
não possa brilhar e sim apenas que essa não deve ser sua única preocupação. Ele não tem que ser
ovacionado em cada entrada no palco. Aliás, pelo contrário, tem que pegar a plateia deixada pelo último
comediante e prepará-la para o próximo. Se o último humorista fez o público perder o fôlego de tanto rir,
cabe ao mestre de cerimônias baixar esse estado de excitação para que o espetáculo siga de forma
harmônica. Da mesma forma, se o último humorista fez a plateia hibernar cabe ao MC remover o público
desse estado de torpor. Sua intervenção entre cada humorista deve ser breve e pontual. Ele precisa estar
atento ao espetáculo, pois quando retorna ao palco é preferível que faça uma piada sobre um tópico que
foi abordado pelo último humorista em vez de simplesmente subir e falar do que quiser. Isso auxilia a dar
unidade ao show , assim como um amálgama é a fusão de pedaços aleatórios. Vamos supor que a última
piada de um comediante que estava no palco seja a seguinte:
Fui ao Projeto Tamar e me disseram para comprar umas camisetas para ajudar a vida das