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“Preciso trabalhar à noite”. Então, eu poderia ser guarda noturno, garoto de programa ou
comediante. Sempre gostei de divertir as pessoas, ou seja, sobrou comediante e garoto de
programa. Como minha performance no palco é melhor do que na cama, foi aí que descobri o
talento para a comédia.
Quais foram seus primeiros passos? Aconteceram no teatro?
Meus primeiros passos foram quando eu tinha nove meses de vida, não lembro exatamente
onde foram, mas não foi no teatro.
Como sua família recebeu, no início, a notícia de que você seria um comediante? E como reagem
hoje?
Se não fosse comediante, eu seria professor. Portanto, ao anunciar que seria comediante foi
uma grande alegria para minha família, fizemos uma enorme festa no cruzeiro do Roberto
Carlos. Eu queria subir no palco e fazer piadas sobre a perna de pau dele, mas como
estávamos em um navio, fiquei com medo de ele me mandar caminhar na prancha.
O que diria para convencer quem está indeciso sobre ir ao seu show?
Bem, provavelmente esta vai ser a primeira e talvez única vez que faço este show em Goiânia.
Pense no espetáculo como se ele fosse um cometa. Ninguém liga pra cometas, mas se falarem
que um deles poderá ser visto no sábado e depois só daqui a setenta anos, todo mundo vai
querer vê-lo, mesmo sendo algo sem graça, só pra poder falar depois: “Eu vi o cometa”.
Outubro de 2009
Acessórios, sim ou não
Em conversa com Marcos Castro falei que se a piada não depende do acessório, ou seja, se ela
funciona sem a necessidade dele, então seria válido. Se a piada apenas dá certo com o determinado
acessório, então é um recurso que você está utilizando.
Para os puristas do stand-up o acessório não deve ser utilizado. Entrar em palco com uma caixa de
objetos descaracteriza o gênero. Se o acessório não é necessário para a piada funcionar, mas sua
presença dá força a ela, não acho que diminua o grau de pureza do show, pois nesse caso o acessório é
dispensável. Em meu show Piadas secretas, analiso algumas questões de matemática. Por exemplo:
‘1ª questão) Rogerião pesa 240 quilos e seu cão, sessenta, qual a razão?’ Sei lá... Olho gordo...
falta de educação, metabolismo lento...
‘2ª questão) O que é um polinômio de grau 7?’ Um míope com nome escroto. (Léo Lins)
Faço esses comentários com a prova impressa em mãos. Apesar de poder fazer as mesmas piadas sem
a presença do papel, acredito que ele aumenta a reação da piada. O público tem um fator a mais para crer
que não estou simplesmente inventando questões para fazer uma piada, embora possa ter feito isso antes