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Calma, não se irrite
Ao entrar em um concurso, lembre-se: ele não é justo. Então não adianta reclamar da falta de critério
ou que determinado competidor está sendo beneficiado. Como disse antes, na competição do Faustão
mudaram a regra para colocar um humorista de volta, aprovaram um garoto de 14 anos só porque seria
legal ter um adolescente no concurso, algumas pessoas ganharam duas cápsulas de trinta segundos em vez
de uma por algum erro no aparelho.
Todos os concursos são assim. O programa da Ana Hickmann organizou algumas competições de
humor, e uma delas gerou repercussão até nas redes sociais tamanha foi a desonestidade. Segundo alguns
dos participantes, começaram a alterar notas dos jurados para beneficiar quem eles queriam e
reclamavam com a plateia quando ela votava em determinado grupo ou humorista. Um dos competidores,
o comediante Dani Duncan, desistiu, pois estava sendo beneficiado no concurso e não achou isso justo.
Uma nobre atitude que serve de lição pra muita gente.
Setembro de 2008
Stand-up na TV
Alguns programas não são tão apropriados para se fazer stand-up, pondere sobre os prós e contras
antes de confirmar a participação.
Para uma apresentação de stand-up funcionar na TV não é tão simples. Uma vez fui participar do
programa da Ana Hickmann como jurado de um concurso de imitadores. No mesmo programa eu faria
alguns minutos de stand-up. A plateia chegou à Record às 10:30 horas para ver a gravação,
provavelmente animada. A maioria devia estar vendo um estúdio de TV pela primeira vez, observando os
artistas passarem pelos corredores etc. Mas a gravação do programa demorou muito; fui fazer o meu
número de stand-up por volta das 23:00 horas. A animação da plateia já havia sido substituída pelo
cansaço; a empolgação, pela fome; e a ansiedade de chegar ao programa, pela vontade de ir embora. Para
piorar, o público ficava dividido e espalhado em um semicírculo, e o diretor pedia para falar olhando
apenas para a câmera, ou seja, esquecendo a plateia. Sorte a minha que não era um campeonato e, antes
de gravar meu número, tomei a iniciativa de falar com algumas pessoas da plateia: “Pessoal, sei que
vocês estão cansados, mas me ajudem aí, vou contar umas piadas e... dá risada. Porque aí acaba logo a
gravação e vocês podem ir embora!”.
No programa A praça é nossa a plateia é composta de umas quarenta senhoras que ficam tricotando e,
quando a responsável por regê-las ergue a mão, elas dão risada. Não se espante com isso, pois tal
procedimento é mais comum do que parece. E, apesar de parecer uma situação desfavorável, o espaço e
os cuidados com a apresentação de stand-up aqui proporcionavam resultado satisfatório na TV.
O melhor para o stand-up funcionar no ambiente televisivo é deixá-lo o mais próximo possível de um
show no teatro. O comediante faz a apresentação e as câmeras mostram o humorista e em alguns
momentos a plateia. Fazer stand-up em programas sem plateia compromete a apresentação, mas um
comediante em princípio de carreira pode passar por isso. Sempre que fui a programas com esse formato
e requisitavam um número, eu dizia que ia fazer as piadas durante a conversa, pois assim seria melhor. É
preciso zelar pela sua imagem, portanto, pondere os aspectos positivos e negativos antes de aceitar