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um público animado e simpático... mas vou fazer com vocês mesmo”.
Após o show, um espectador falou comigo: “Eu queria ter vindo ao seu show no ano passado... mas
não deu... Pelo menos vindo hoje ouvi aquelas piadas que você contou pela primeira vez”. A partir daí eu
mantive esse texto ao introduzir as piadas, com a diferença que não digo que nunca as contei, falo que
tenho algumas piadas que fiz pouquíssimas vezes, se o público se incomodar de eu contá-las... Além de ir
ao show, rir e se divertir, esses dois truques fazem a plateia sair com a impressão que teve mais tempo de
show que o normal e viu piadas inéditas. Acho válido dizer que já houve casos em que a reação da
plateia foi tão boa que, após o final do show (verdadeiro final), pediram mais e resolvi atendê-los,
contando piadas que não estavam no roteiro.
Outra técnica que ajuda a tornar a experiência do show única é interagir com o público. Já tive
momentos muito engraçados ao interagir, e a maioria deles não pode ser repetido. Só quem estava no
show naquele dia pôde ouvir aquelas piadas.
Não importa se alguém do público retornar no show e descobrir que você também elogiou essa nova
plateia e lhes deu um bônus de dez minutos, isso é show business.
A função do artista é convencer o público da verdade de sua própria mentira. (Anônimo)
Bússola-caneta
Tinha anotado ideias para fazer piada com o filme Premonição há mais ou menos um ano. Ontem,
antes do show, olhei o caderno e me obriguei a pensar em alguma piada. Eu a testei no show e
funcionou com aplausos.
É sempre importante reforçar a necessidade de exercitar a escrita. Principalmente nos primeiros anos
de show. Com o progresso de sua carreira é possível que seus dotes com a caneta sejam requisitados
para outras finalidades além do stand-up, como programas de TV, internet, esquetes, roteiro de filmes.
Até o término deste livro, o ano de 2012 foi o que menos produzi textos de stand-up desde o começo de
minha carreira, mas escrevi piadas diariamente para o programa Agora é tarde. Todos os dias pensava
e/ou escrevia piadas para matérias, para os quadros “Jornal do futuro” e “Mesa Vermelha”, VTs para
monólogo, intromissões em entrevista. Além disso, tinha o stand-up e projetos paralelos, como escrever
este livro que está em suas mãos.
O tempo é um bem que se torna cada vez mais valioso com o passar dos anos, e com mais de um
caminho para trilhar é importante dedicar tempo àquele cuja prioridade é maior. O comediante Marcos
Castro passou a dividir as atenções do stand-up com seu videolog. O magnetismo do VLOG começou a
dar tanto retorno que atraiu a caneta em sua direção. Era necessário pensar em novos temas para os
vídeos, as piadas e paródias de músicas.
Quanto mais exercitar sua caneta, maior será sua amplitude para apontar novos rumos a serem
trilhados.
Novembro de 2009