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Estudo de revestimentos cerâmicos sobre substrato metálico obtido

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Sob condições normais, se ocorrerem falhas <strong>de</strong> operação dos TBC, elas<br />

ocorrerão durante a fase <strong>de</strong> resfriamento do ciclo térmico e na interface TGO/camada <strong>de</strong><br />

ligação, pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong>vido às diferenças nos coeficientes <strong>de</strong><br />

expansão térmica das diversas camadas [95, 96]. O controle das tensões residuais é um<br />

dos principais objetivos no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> TBC [97].<br />

Em geral o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scolamento em TBC é progressivo e análogo à fadiga<br />

em metais. Danos localizados po<strong>de</strong>m iniciar a uma relativamente baixa fração (5 a 20%)<br />

da vida útil total. Em TBC por EB-PVD o início da falha po<strong>de</strong> ocorrer em <strong>de</strong>feitos na<br />

camada <strong>de</strong> ligação ou irregularida<strong>de</strong>s. O avanço da falha é, muitas vezes, por<br />

crescimento <strong>de</strong> microtrincas. Assim como na fadiga, se os <strong>de</strong>feitos microestruturais<br />

forem reduzidos em quantida<strong>de</strong> e tamanho ou mesmo eliminados, seria possível obter<br />

um aumento significativo da vida útil [45].<br />

Os requisitos críticos para a aplicação dos TBC em <strong>substrato</strong>s <strong>metálico</strong>s são a<br />

resistência termo-mecânica intrínseca da cerâmica e a alta resistência <strong>de</strong> ligação entre<br />

camada <strong>de</strong> ligação e cerâmica. O crescimento do TGO na interface cerâmica/metal é o<br />

principal fator que contribui para o aumento da resistência interfacial [76].<br />

A resistência termo-mecânica dos TBC no sistema zircônia-ítria é fortemente<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do teor <strong>de</strong> ítria. Observa-se que a vida útil em condições <strong>de</strong> ciclos térmicos<br />

a altas temperaturas apresenta um máximo acentuado para concentrações <strong>de</strong> ítria <strong>de</strong> 7 a<br />

8 % em peso, correspon<strong>de</strong>ndo à zircônia parcialmente estabilizada, associada à presença<br />

da fase metaestável tetragonal t’. Para maiores teores <strong>de</strong> ítria, correspon<strong>de</strong>ndo à zircônia<br />

totalmente estabilizada na fase cúbica, a resistência termo-mecânica do revestimento<br />

reduz significativamente (Figura 2.32). As justificativas para esses fenômenos são: a<br />

fase t’, obtida durante a <strong>de</strong>posição, apesar <strong>de</strong> ser metaestável, não se <strong>de</strong>compõe<br />

facilmente nas fases <strong>de</strong> equilíbrio (t+c) e, em conseqüência, não sofre a transformação<br />

martensítica para a fase monoclínica além da tenacida<strong>de</strong> intrínseca da fase t’ ser mais<br />

alta que da zircônia cúbica [76].<br />

A resistência termo-mecânica superior dos <strong>revestimentos</strong> por EB-PVD, em<br />

comparação aos <strong>revestimentos</strong> por PS, é atribuída essencialmente à orientação favorável<br />

das porosida<strong>de</strong>s intergranulares. A falha dos TBC sob condições <strong>de</strong> fadiga térmica<br />

ocorre através da propagação <strong>de</strong> macrotrincas na cerâmica paralelas e próximas da<br />

interface cerâmica/metal. É provável que durante o crescimento <strong>de</strong>ssas trincas, ocorra<br />

encontros com microtrincas ortogonais, e assim, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação seria<br />

reduzida [77].<br />

Uma explicação adicional para justificar a excelente tenacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns TBC<br />

por EB-PVD é que a propagação <strong>de</strong> uma trinca em um grão <strong>de</strong> zircônia irá seguir<br />

predominantemente um dos planos <strong>de</strong> clivagem. Em células cúbicas <strong>de</strong> corpo centrado,<br />

são oito planos {111}. Consi<strong>de</strong>rando que os <strong>revestimentos</strong> por EB-PVD têm uma forte<br />

textura cristalográfica (100), acontece que os planos <strong>de</strong> clivagem mais fácil, ortogonais<br />

ao eixo c, também são ortogonais à interface cerâmica/metal. A conseqüência é que,<br />

para uma trinca, propagando em um plano paralelo a esta interface, será muito difícil<br />

encontrar um plano <strong>de</strong> fácil clivagem. Em outras palavras, a propagação <strong>de</strong> uma trinca,<br />

como aquelas surgidas durante ciclos térmicos são refreadas porque a zircônia apresenta<br />

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