a praça Dr. Chave, Montes Claros - Instituto de Geografia ...
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Neste tempo, fizemos <strong>de</strong>scobertas valiosas, confirmamos idéias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s teóricos,<br />
amadurecemos conhecimentos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m prática, estabelecemos vínculos com as<br />
instituições, proporcionamos às alunas pesquisadoras oportunida<strong>de</strong>s pra o envolvimento<br />
com a pesquisa, além <strong>de</strong> propiciar às crianças oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> construírem novas bases<br />
conceituais sobre um espaço até então <strong>de</strong>sconhecido por algumas <strong>de</strong>las. E ainda, houve o<br />
reconhecimento da importância dos estudos sobre a percepção infantil, incipientes ainda<br />
quanto à sua relevância.<br />
Levando em consi<strong>de</strong>ração as nossas “raízes crianceiras” e as nossas convicções <strong>de</strong><br />
educadoras, é que pensamos em uma educação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para as crianças,<br />
principalmente, daquelas <strong>de</strong>sprovidas <strong>de</strong> ambientes <strong>de</strong>safiadores, alegres, divertidos on<strong>de</strong> as<br />
ativida<strong>de</strong>s elevem sua auto-estima, valorizem e ampliem as suas curiosida<strong>de</strong>s e experiências<br />
em seus universos culturais. Pensamos em ambientes que agucem a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
pensar, <strong>de</strong> atuar, <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir, <strong>de</strong> expressar. Pensamos em um ensino da <strong>Geografia</strong> em que o<br />
espaço “lá <strong>de</strong> fora” seja substituído pelo espaço interior da sala <strong>de</strong> aula. Pensamos em uma<br />
real Educação Ambiental e que esta seja <strong>de</strong>flagrada na infância, aproveitando esta íntima<br />
relação da criança com a natureza.<br />
Isto por que um trabalho realmente educativo e neste caso, em relação à Percepção<br />
Ambiental com as crianças, esteja vinculado ao lúdico e que entenda o pedagógico como<br />
cultural, que haja a <strong>de</strong>sconstrução da idéia <strong>de</strong> aluno <strong>de</strong> aula e o conceba como um sujeito<br />
criança num espaço, num lugar <strong>de</strong> convivências on<strong>de</strong> as relações estabelecidas possam estar<br />
alicerçadas em sentimentos <strong>de</strong> pertencimento, em percepções reveladoras que possam<br />
produzir marcas <strong>de</strong> comunhão com a natureza para que não seja <strong>de</strong>stituída a imagem do(a)<br />
menino(a) como Manoel <strong>de</strong> Barros recita em seu poema “Apanhador <strong>de</strong> Desperdícios”:<br />
Uso a palavra para compor os meus silêncios.<br />
Não gosto das palavras<br />
fatigadas <strong>de</strong> informar.<br />
Dou mais respeito<br />
às que vivem <strong>de</strong> barriga no chão.<br />
Tipo água pedra sapo.<br />
Entendo bem o sotaque das águas.<br />
Dou respeito às coisas <strong>de</strong>simportantes<br />
E aos seres <strong>de</strong>simportantes.<br />
Prezo insetos mais que aviões.<br />
Prezo a velocida<strong>de</strong> das tartarugas<br />
Mais que a dos mísseis<br />
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