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a praça Dr. Chave, Montes Claros - Instituto de Geografia ...

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Acreditava-se também na idéia <strong>de</strong> “criança mistério” alimentada pela crença fetichista <strong>de</strong> que<br />

nela escondia-se uma natureza sagrada que o homem não podia profanar. Durante muito<br />

tempo, (CARVALHO, 1996) o homem absteve-se <strong>de</strong> indagar a vida íntima da criança por<br />

temor <strong>de</strong> <strong>de</strong>svendar um produto divino.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da posição social, as crianças a partir dos sete anos, eram encaminhadas<br />

para famílias estranhas com o objetivo <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>rem os serviços domésticos que não eram<br />

consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong>gradantes e constituíam-se uma forma comum <strong>de</strong> educação tanto para os<br />

ricos, como para os pobres.<br />

Na Ida<strong>de</strong> Média (século XII), existia uma prática muito comum que era o abandono das<br />

crianças na “Roda <strong>de</strong> Expostos”, localizada em poucos países, como na Itália, França,<br />

Alemanha, Portugal e posteriormente no Brasil. Antes da “Roda”, as crianças, as quais não se<br />

matavam diretamente, mas que, por motivos diversos, não se criavam, eram <strong>de</strong>ixadas no lixo,<br />

em vias públicas, na entrada das casas aristocráticas, nos pátios, terrenos baldios, conventos,<br />

igrejas, hospícios, hospitais, florestas. “Este abandono era feito pelo pai, mãe, parentes,<br />

vizinhos, amigos, logo após o nascimento, ou nos primeiros dias, meses, anos <strong>de</strong> vida”<br />

(CORAZZA, 2000, p.60).<br />

A “Roda” era um cilindro <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira incrustado em uma pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> pedra, preso por um eixo<br />

vertical que a fazia girar, com uma parte da superfície lateral aberta, por on<strong>de</strong> eram<br />

introduzidas as crianças, <strong>de</strong> tal forma que não havia nenhum contato entre quem estivesse em<br />

seu interior com quem estivesse no exterior. Puxava-se então uma corda com uma sineta, para<br />

avisar a vigilante, ou “Ro<strong>de</strong>ira”, que uma exposta acabava <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>ixada, assim <strong>de</strong>screve<br />

Corazza (2000, p.61) e adianta que:<br />

A exposta, geralmente, era <strong>de</strong>ixada vestida, em caixas, sacolas, cestos, pequenos<br />

berços, acompanhavam-na uma sacola ou trouxa com um humil<strong>de</strong> ou luxuoso<br />

enxoval, um bilhete ou carta contendo informações, tais como o primeiro nome, se<br />

fora batizada ou não, se existia ou não a intenção futura <strong>de</strong> ir buscá-la, os motivos<br />

pelos quais estava sendo <strong>de</strong>ixada. Também era freqüente encontrar junto a ela<br />

objetos para sua posterior i<strong>de</strong>ntificação, como medalhas, moedas, colares, figas, ou<br />

nada disso, sendo <strong>de</strong>ixadas apenas um corpo, vivo ou semimorto.<br />

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