16.04.2013 Views

a praça Dr. Chave, Montes Claros - Instituto de Geografia ...

a praça Dr. Chave, Montes Claros - Instituto de Geografia ...

a praça Dr. Chave, Montes Claros - Instituto de Geografia ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Um exemplo interessante, citado por Tuan (1983, p.34) refere-se à questão <strong>de</strong> que a criança,<br />

ao apren<strong>de</strong>r a associar pessoas com lugares específicos, se confun<strong>de</strong> quando encontra a sua<br />

professora do jardim-<strong>de</strong>-infância no centro da cida<strong>de</strong>, porque segundo ela, a professora está<br />

<strong>de</strong>slocada. Este fato a perturba em seu sistema <strong>de</strong> classificação.<br />

O mesmo autor (1983, p.34), também expõe sobre a idéia <strong>de</strong> lugar construído pela criança,<br />

torna-se mais específica e geográfica à medida que ela cresce. À pergunta “on<strong>de</strong> gosta <strong>de</strong><br />

brincar?”<br />

Uma criança <strong>de</strong> 2 anos provavelmente dirá “casa” ou “fora”. Uma criança mais<br />

velha respon<strong>de</strong>rá “no meu quarto” ou “no quintal”. As localizações tornam-se mais<br />

precisas. “Aqui” e “lá” são ampliadas por “aqui mesmo” e “lá mesmo”. Aumenta o<br />

interesse por lugares distantes e a consciência <strong>de</strong> distância relativa (TUAN, 1983,<br />

p.34).<br />

Há inicialmente, no <strong>de</strong>senvolvimento geográfico da criança um interesse por questões mais<br />

ligadas à comunida<strong>de</strong> local, <strong>de</strong>pois pela cida<strong>de</strong>, nação, lugares estrangeiros. A criança <strong>de</strong> 5/6<br />

anos po<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar curiosida<strong>de</strong> por lugares remotos. Isto se dá, em <strong>de</strong>corrência do período<br />

<strong>de</strong> fantasias e imaginação, característicos <strong>de</strong>sta ida<strong>de</strong>.<br />

Para os adultos, o lugar vai adquirindo profundo significado com o passar do tempo, com a<br />

construção da história <strong>de</strong> cada objeto presente em seu espaço. Com a criança, acontece <strong>de</strong><br />

forma diferente. Ela, além <strong>de</strong> possuir um passado curto, uma história <strong>de</strong> vida menor, o seu<br />

interesse recai sobre o “aqui e agora”, sobre o presente e um futuro imediato. Está ainda presa<br />

à imaginação, não à reflexão.<br />

Em Piaget e Inhel<strong>de</strong>r (1993, p.17) há o <strong>de</strong>staque para a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> análise psicogenética do<br />

espaço, pelo fato <strong>de</strong> que a construção progressiva das “relações espaciais prosseguirem em<br />

dois planos bem distintos: o plano perceptivo ou sensório-motor e o plano representativo ou<br />

intelectual”. Os autores nos remetem ainda às idéias <strong>de</strong> Kant e H. Poincare. Kant já concebia o<br />

espaço como uma estrutura a priori da “sensibilida<strong>de</strong>” constituindo o papel do entendimento<br />

simplesmente em submeter os dados espaciais perceptivos a uma sequência <strong>de</strong> raciocínios<br />

suscetíveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>bitá-los, in<strong>de</strong>finidamente, sem esgotar o conteúdo. Da mesma forma, H.<br />

Poincare<br />

98

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!