Tese de Doutorado
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12 Aquisição e Processamento <strong>de</strong> Sons Crepitantes<br />
O estreitamento ou obstrução das vias aéreas modificam as condições<br />
normais <strong>de</strong> fluxo respiratório.<br />
Adultos saudáveis, sem obstrução das vias aéreas, respiram cerca <strong>de</strong> 14<br />
a 20 vezes por minuto, sendo que lactantes alcançam taxa respiratória <strong>de</strong><br />
44 ciclos por minuto (BICKLEY et al., 2001). A taxa respiratória<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da ida<strong>de</strong>, da ativida<strong>de</strong> física, bem como do estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do<br />
indivíduo. Em SILVERTHORN (2010), a taxa ventilatória <strong>de</strong> 12<br />
ciclos/min é consi<strong>de</strong>rada um padrão ventilatório normal.<br />
Pacientes portadores <strong>de</strong> doença pulmonar restritiva, como a fibrose,<br />
apresentam uma taxa respiratória superior a <strong>de</strong> indivíduo saudável para<br />
compensar o menor volume inspirado em cada ciclo; já pacientes com<br />
doenças obstrutivas, como a DPOC, apresentam taxa respiratória menor.<br />
Devido às obstruções nas vias aéreas, há um maior atrito do ar nas<br />
mesmas. Assim, o paciente respira mais confortavelmente à taxas mais<br />
baixas. Na fibrose, o tecido pulmonar apresenta complacência reduzida,<br />
<strong>de</strong>mandando maior esforço para insuflar os pulmões.<br />
Alterações das vias respiratórias pelas doenças pulmonares, bem como,<br />
do padrão respiratório, geram turbulências no fluxo do ar que produzem<br />
sons auscultados sobre o tórax. Condições para a geração <strong>de</strong>stas<br />
turbulências no aparelho respiratório são discutidas na próxima seção.<br />
2.5 Tipos <strong>de</strong> Fluxo do Ar nas Vias Aéreas<br />
A circulação <strong>de</strong> ar em vias aéreas <strong>de</strong> diferentes diâmetros a diferentes<br />
velocida<strong>de</strong>s cria regimes distintos <strong>de</strong> fluxo no interior <strong>de</strong>stas vias. Há<br />
três importantes tipos <strong>de</strong> fluxo: laminar, turbulento e vórtice (LEHRER,<br />
2002).<br />
Para melhor compreen<strong>de</strong>r os mesmos, consi<strong>de</strong>re a aplicação <strong>de</strong> um<br />
diferencial <strong>de</strong> pressão nas extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um duto rígido (Figura 2.4).<br />
O fluxo que se estabelece está relacionada à variação da pressão<br />
propulsora (∆P) (lei <strong>de</strong> Hagen-Poiseuille):<br />
Daniel Ferreira da Ponte<br />
⎛<br />
Δ<br />
= ⎜<br />
8lη<br />
⎝ πr<br />
P 4<br />
⎞<br />
⎟Q&<br />
⎠