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Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...

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Aparent<strong>em</strong>ente, está na mão do consumidor, <strong>de</strong> cada indivíduo <strong>em</strong> particular, a<br />

responsabilida<strong>de</strong> pelo que consumir e quanto consumir; portanto, a solução para a crise<br />

ambiental também estaria ao seu alcance. Infelizmente, não é tão simples. Ainda que<br />

diversos movimentos sociais indiqu<strong>em</strong> que o consumidor não está completamente alienado<br />

do processo, n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre suas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escolha lhe permit<strong>em</strong> optar por um<br />

combustível “limpo” ou pelo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> esgoto, no lugar on<strong>de</strong> mora. Certamente, as<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escolha estão vinculadas às condições sócioeconômicas do indivíduo ou do<br />

grupo social a que pertence.<br />

Nesta mesma linha, Pierri (2005) advoga que a corrente humanista crítica, <strong>de</strong> linha<br />

marxista, centra a questão na sustentabilida<strong>de</strong> social e afirma mudanças ser<strong>em</strong> necessárias<br />

para que o uso econômico dos recursos naturais esteja subordinado aos objetivos sociais.<br />

114<br />

O marxismo enten<strong>de</strong> que a história da humanida<strong>de</strong> reconhece etapas<br />

qualitativamente diferentes, estabelecidas por diferentes formas <strong>de</strong> organização<br />

social da produção, <strong>em</strong> relação com os meios materiais e técnicos disponíveis.<br />

Essas formas ou modos <strong>de</strong> produção pressupõ<strong>em</strong> diferentes modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

apropriação social e uso econômico da natureza (PIERRI, 2005, p. 76, in FOLADORI,<br />

2005).<br />

Dessa forma, o marxismo consi<strong>de</strong>ra que a crise ambiental é essencialmente o<br />

resultado do sist<strong>em</strong>a produtivo adotado pela socieda<strong>de</strong> e pela forma como esta socieda<strong>de</strong><br />

usa os recursos naturais.<br />

Foladori (2001) diz que a poluição industrial e a <strong>de</strong>predação dos recursos naturais<br />

têm obrigado a economia neoclássica, até o momento heg<strong>em</strong>ônica, a <strong>de</strong>senvolver mo<strong>de</strong>los e<br />

instrumentos <strong>de</strong> política econômica para atribuir preço ao que, na prática, não t<strong>em</strong> preço,<br />

indicando um reconhecimento <strong>de</strong> que o mercado é limitado para alocar alguns recursos.<br />

Coimbra (2002) <strong>de</strong>staca que, a partir da Conferência <strong>de</strong> Estocolmo, <strong>em</strong> 1972, o<br />

confronto entre os países industrializados e aqueles <strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tornou-se mais<br />

evi<strong>de</strong>nte. Os probl<strong>em</strong>as ambientais não pod<strong>em</strong> mais ser tratados da mesma maneira pelos<br />

dois grupos. “Contra o ‘ecologismo estético’ dos ricos levanta-se a miséria dos pobres”<br />

(id<strong>em</strong>, p. 47). É preciso consi<strong>de</strong>rar que exist<strong>em</strong> diferenças não apenas entre países, mas<br />

também <strong>de</strong>ntro dos próprios países. O ecologismo dos ricos é diferente do ecologismo dos<br />

pobres <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada país, estado ou cida<strong>de</strong>. Suas necessida<strong>de</strong>s e expectativas são<br />

diferentes; as condições <strong>de</strong> escolha também.

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