Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...
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Nestes produtos já é possível observar a preocupação com a usabilida<strong>de</strong> e a<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acabamento, além da aplicação <strong>de</strong> outros materiais e trançados.<br />
7.6 CONSIDERAÇÕES<br />
A forma <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>senvolvida pelas equipes d<strong>em</strong>onstrou que, apesar do <strong>de</strong>sign<br />
ser consi<strong>de</strong>rado por muitos como uma ativida<strong>de</strong> vinculada ao capitalismo, na qual a<br />
concepção e a criação se encontram <strong>de</strong>svinculadas no t<strong>em</strong>po e no espaço, a estrutura sob a<br />
qual é feito <strong>de</strong>termina o <strong>de</strong>sign que se faz (MALDONADO - ICSID, 1969). As condições como<br />
o Workshop ocorreu, favoreceram o resultado alcançado. Criação e execução foram<br />
<strong>de</strong>senvolvidas <strong>em</strong> equipe, <strong>de</strong> forma participativa e d<strong>em</strong>ocrática, pois buscou-se <strong>em</strong> todos os<br />
momentos a integração não hierarquizada do grupo, um dos objetivos iniciais do trabalho.<br />
Os produtos <strong>de</strong>senvolvidos d<strong>em</strong>onstraram que o <strong>de</strong>sign po<strong>de</strong> ser utilizado como uma<br />
ferramenta para a melhoria dos produtos. Os <strong>de</strong>signers, como profissionais capazes <strong>de</strong><br />
mediar dialeticamente entre produtos e necessida<strong>de</strong>s (MALDONADO, 1993), conseguiram<br />
por meio <strong>de</strong> metodologia própria e a<strong>de</strong>quada, juntamente com os artesãos, criar peças com<br />
características diferentes das que vinham sendo produzidas antes do experimento. O<br />
trabalho <strong>em</strong> equipe, próprio do viés social e participativo do <strong>de</strong>sign (BONSIEPE, 2005),<br />
apresentou-se como alternativa interessante para os objetivos propostos. De um lado,<br />
promove a participação equânime dos envolvidos; <strong>de</strong> outro, promove a redução da<br />
dominação e a autoestima do grupo.<br />
A redução da dominação se dá <strong>em</strong> diversos níveis. Da parte dos artesãos, oferece-<br />
lhes a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>svincular-se <strong>de</strong> atravessadores e re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compradores, que<br />
subjugam os interesses dos artesãos aos seus próprios. Em relação aos <strong>de</strong>signers, dá-lhes<br />
uma nova oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho, fora do circuito industrial <strong>de</strong> produção capitalista, no<br />
qual sua ativida<strong>de</strong> está voltada essencialmente ao mercado <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala. O artesanato,<br />
visto como uma forma diferente <strong>de</strong> produção, po<strong>de</strong> ser incr<strong>em</strong>entado pela participação dos<br />
<strong>de</strong>signers que, assim, pod<strong>em</strong> incentivar uma nova cultura, na qual os aspectos da<br />
sustentabilida<strong>de</strong> sejam preservados.<br />
O artesanato na região do vale do Rio Canoas é, mais que tudo, uma forma <strong>de</strong><br />
sobrevivência, uma forma <strong>de</strong> manter as famílias unidas e <strong>em</strong> seus locais <strong>de</strong> orig<strong>em</strong>. Deve ser<br />
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