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Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...

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capitalista. Vistas <strong>de</strong>sta forma, as comunida<strong>de</strong>s são o elo fraco da corrente, estão<br />

subordinadas e são reféns do sist<strong>em</strong>a.<br />

116<br />

Religiões, ciências, governos, filósofos têm, ao longo dos séculos, se <strong>de</strong>bruçado<br />

sobre a utopia da boa socieda<strong>de</strong>, seus atributos, como alcançá-la: por revolução<br />

abrupta, pelo passar das gerações, pelo contágio <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, pelos reis filósofos...<br />

Pela t<strong>em</strong>perança, buscando apenas o suficiente, nos mol<strong>de</strong>s monacais, ou pela<br />

abastança e po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> rica? Neste sentido, os agentes <strong>de</strong><br />

mudanças induzidas, provocadas, têm sido vistos como vanguardas <strong>de</strong> luta, uns<br />

poucos visionários <strong>de</strong> elite, li<strong>de</strong>ranças carismáticas (PORTILHO 2005, p. 11).<br />

Singer (2004) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> outro tipo <strong>de</strong> organização econômica, que o autor <strong>de</strong>nominou<br />

<strong>de</strong> “economia solidária”, pois acredita que, apesar do capitalismo estimular a competição, a<br />

maioria das pessoas continua valorizando a reciprocida<strong>de</strong> e a ajuda mútua. A economia<br />

solidária propõe outro tipo <strong>de</strong> organização da produção, tendo como base a proprieda<strong>de</strong><br />

social dos meios <strong>de</strong> produção. Para isso ser viável, é preciso que os indivíduos form<strong>em</strong> uma<br />

comunida<strong>de</strong>, cujos laços se fortaleçam a ponto <strong>de</strong> ficar claro que o progresso <strong>de</strong> cada<br />

indivíduo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do progresso da comunida<strong>de</strong>, e do seu <strong>de</strong>senvolvimento sustentado e<br />

sustentável.<br />

Entretanto, como afirma Singer, “o capitalismo se tornou dominante há tanto t<strong>em</strong>po<br />

que tend<strong>em</strong>os a tomá-lo como natural ou normal” (2002, p. 7). Esta afirmação indica que<br />

para compreen<strong>de</strong>r os aspectos econômicos e sociais envolvidos na crise ambiental, é preciso<br />

enten<strong>de</strong>r os fundamentos do capitalismo e verificar que outras formas alternativas <strong>de</strong><br />

produção permitiriam o <strong>de</strong>senvolvimento econômico sustentável, respeitando não só a<br />

natureza, mas permitindo também uma participação mais justa <strong>de</strong> todas as camadas sociais<br />

nos benefícios da economia.<br />

Singer (1987, p. 83) comenta que a lógica atual, que implica mais consumo presente,<br />

mais trabalho e consumo individual, po<strong>de</strong> ser substituída por outras lógicas <strong>de</strong> produção,<br />

como mais investimentos hoje, mais lazer e mais consumo futuro e coletivo. Entre estas<br />

novas possibilida<strong>de</strong>s, surge a Economia Solidária. O termo foi cunhado pela primeira vez no<br />

Brasil pelo autor, no artigo “Economia solidária contra o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego”, para o jornal Folha <strong>de</strong><br />

São Paulo, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1996.<br />

No artigo, Singer <strong>de</strong>staca que, com a crescente globalização, o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego tornou-se<br />

uma patologia social, e para combatê-lo é preciso habilitar profissionalmente os<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>pregados e proporcionar-lhes algum capital, para que possam se auto<strong>em</strong>pregar por

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