Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...
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d) eliminação dos intermediários; <strong>de</strong> forma que o artesão tenha contato direto com o<br />
comprador;<br />
e) propiciar a comunicação e o intercâmbio <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias; e,<br />
f) comunicação direta do artesão com o comprador <strong>de</strong> seus produtos.<br />
Também <strong>em</strong> algumas cida<strong>de</strong>s brasileiras, observa-se esse mesmo mo<strong>de</strong>lo. Um dia<br />
por s<strong>em</strong>ana funciona uma feira <strong>de</strong> artesanato, na qual os artesãos pessoalmente<br />
comercializam seus produtos. É o caso <strong>de</strong> Curitiba, on<strong>de</strong> a Feira <strong>de</strong> Artesanato ocorre todos<br />
os domingos e é um sucesso <strong>de</strong> público há muitos anos.<br />
De forma geral, a realida<strong>de</strong> brasileira, no que se refere ao artesanato, é muito<br />
parecida com a mexicana. Os diversos projetos e programas para a valorização do artesanato<br />
ainda são incipientes, mesmo que alguns segmentos já se tenham dado conta da<br />
importância do artesanato. Um ex<strong>em</strong>plo é o Programa SEBRAE Artesanato – PSA. Segundo o<br />
SEBRAE (2009), o programa alcança artesãos <strong>em</strong> 16,6% dos municípios brasileiros, com<br />
ações <strong>de</strong> capacitação e <strong>de</strong> acesso a mercados, tendo capacitado até 2009 cerca <strong>de</strong> 90.000<br />
artesãos.<br />
Apesar da relevância dos números, ainda há muito por fazer. Os estudos<br />
<strong>de</strong>senvolvidos no México indicam um <strong>de</strong>scompasso entre os programas institucionais e as<br />
realida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada comunida<strong>de</strong>. Como afirma Terán (2003, p. 72),<br />
121<br />
Diferente das tendências dominantes, um projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento artesanal<br />
profissional se baseia <strong>em</strong> ativida<strong>de</strong>s produtivas com alto conteúdo <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra<br />
e, portanto, sua expansão só se consegue a custo do trabalho b<strong>em</strong> pago. Isto não<br />
respon<strong>de</strong> aos interesses da tecnificação e aumento <strong>de</strong> lucros das gran<strong>de</strong>s<br />
corporações, mas sim respon<strong>de</strong> às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> um país como o<br />
México.<br />
Segundo Novelo (2003, p. 21), “algumas experiências b<strong>em</strong>-sucedidas envolveram o<br />
trabalho <strong>em</strong> família no qual houve a divisão do trabalho e alguma especialização, ficando a<br />
cargo <strong>de</strong> um filho a contabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> outro a comercialização, etc., promovendo, assim,<br />
alguma profissionalização do processo como um todo”.<br />
Cor<strong>de</strong>ro et al. (2008) falam da dificulda<strong>de</strong> dos artesãos <strong>em</strong> organizar-se como equipe<br />
<strong>de</strong> trabalho, e outras tais, como: autogestão, estabelecer trocas, promover um sentimento<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> no grupo e ter capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar as relações humanas para po<strong>de</strong>r<br />
influir nos negócios e tomar <strong>de</strong>cisões. Isso, certamente, converge para o que diz Epstein