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Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...

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Nas palavras <strong>de</strong> Pinto (2006, p. 52-54), Coraggio enten<strong>de</strong> que a economia popular<br />

não substitui a economia capitalista. Antes, <strong>de</strong>ve conviver com ela, ser um subsist<strong>em</strong>a da<br />

economia, convivendo com os outros dois subsist<strong>em</strong>as – o <strong>em</strong>presarial e o público –,<br />

constituindo um sist<strong>em</strong>a misto que assegure a reprodução ampliada dos trabalhadores.<br />

Operacionalizar a Economia Popular implica uma atuação pública sobre as instituições que<br />

regulam o conjunto das relações sócioeconômicas, sobre os meios <strong>de</strong> comunicação, na<br />

capacitação <strong>de</strong> dirigentes <strong>de</strong> ONGs, igrejas, associações, etc., para atuar<strong>em</strong> <strong>de</strong> forma<br />

integrada na sua promoção. Coraggio afirma que a economia popular não é um mundo <strong>de</strong><br />

valores solidários, até porque ela se encontra, <strong>em</strong> parte, subordinada culturalmente ao<br />

sist<strong>em</strong>a capitalista.<br />

6.3 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DO ARTESANATO<br />

Como explica Scrase (2003), a globalização intensificou a precarieda<strong>de</strong> da existência<br />

<strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> artesãos com o incr<strong>em</strong>ento da produção <strong>em</strong> massa, da competição<br />

global, das mudanças na moda, no gosto e nos padrões estéticos. Em função disso, a<br />

sobrevivência dos artesãos acontece, principalmente, na periferia do sist<strong>em</strong>a capitalista.<br />

Por outro lado, o artesanato reflete milênios <strong>de</strong> adaptação cultural e mudanças que<br />

ocorr<strong>em</strong> na interface entre culturas, gerações e indivíduos (JONGERWARD, 2002). Segundo<br />

Scrase (2003), o artesanato se mantém vivo, apesar da globalização, porque promove uma<br />

conexão simbólica entre o produtor e o consumidor, por meio da experiência do contato<br />

direto que coloca o consumidor no mundo real da produção, reconectando as pessoas num<br />

mundo fragmentado.<br />

Segundo Canclini (1983, p. 62), a função tradicional do artesanato é produzir objetos<br />

para o consumo próprio. Era, portanto, <strong>de</strong> se esperar que, com o avanço do capitalismo, a<br />

facilida<strong>de</strong> da produção <strong>em</strong> massa e os custos reduzidos, essa ativida<strong>de</strong> ten<strong>de</strong>sse a<br />

<strong>de</strong>saparecer, substituída pelos produtos fabricados <strong>em</strong> série. A razão disso não se encontra<br />

apenas nos motivos apontados por Canclini e <strong>de</strong>scritos a seguir. Segundo Foladori e Melazzi<br />

(1991), entre os <strong>de</strong>spossuídos e os <strong>em</strong>presários capitalistas s<strong>em</strong>pre haverá, na socieda<strong>de</strong>,<br />

um segmento intermediário. São aqueles que <strong>de</strong>têm alguns meios <strong>de</strong> produção, como terra<br />

ou ferramentas que, quando b<strong>em</strong>-sucedidos se tornam capitalistas e quando malsucedidos,<br />

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