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Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...

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Vai assim se <strong>de</strong>lineando uma conformação ecológico-territorial. De um lado, os<br />

países ricos e industrializados e, <strong>de</strong> outro, países, regiões e populações vivendo <strong>em</strong><br />

condições subumanas, que ve<strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s extensões <strong>de</strong> suas terras se transformando <strong>em</strong><br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação, ora como lixeiras, ora como se foss<strong>em</strong> latifúndios genéticos 25 . Em<br />

geral, nas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação, a população original per<strong>de</strong> o controle e a gestão <strong>de</strong><br />

seus recursos naturais, que passam a ser exercidos por ONGs <strong>em</strong> nome do uso racional dos<br />

recursos (PORTO-GONÇALVES, 2004).<br />

Nestes casos, a preocupação maior é preservar a natureza e dificilmente se discut<strong>em</strong><br />

as relações <strong>de</strong> produção capitalistas (FOLADORI, 2005, p. 13).<br />

Foladori (2001, p. 141) afirma que<br />

115<br />

A organização econômica <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> é resultado <strong>de</strong> um longo processo<br />

histórico, mediante o qual se impõ<strong>em</strong> <strong>de</strong>terminadas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong><br />

distribuição e <strong>de</strong> troca e consumo <strong>de</strong> produtos. O sist<strong>em</strong>a capitalista t<strong>em</strong> no<br />

mercado o instrumento pelo qual se estabelece tal organização econômica.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento sustentado das comunida<strong>de</strong>s, associado à manutenção da<br />

qualida<strong>de</strong> do meio ambiente, <strong>de</strong>ve ser buscado, pois, como diz Porto-Gonçalves (2004, p. 48)<br />

“o meio-ambiente é uma totalida<strong>de</strong> indissociável da natureza e da socieda<strong>de</strong>”. Numa<br />

comunida<strong>de</strong> “a construção <strong>de</strong> um significado comum, <strong>de</strong> uma cultura, <strong>em</strong>presta sentido à<br />

vida <strong>em</strong> comum daqueles que a inventaram” (id<strong>em</strong>, p. 58).<br />

Isso significa dizer: para que a vida <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> tenha sentido, é preciso dar<br />

a ela condições para <strong>de</strong>finir seus próprios objetivos, <strong>de</strong>cidir <strong>de</strong> forma autônoma sobre seu<br />

futuro. Apesar <strong>de</strong> parecer simples, mas é extr<strong>em</strong>amente complexo, pois as comunida<strong>de</strong>s<br />

estão inseridas num contexto muito maior que elas próprias. Aqui e agora, no capitalismo e<br />

num mundo globalizado.<br />

Como diz Portilho (2005, p. 10) “Se o ato <strong>de</strong> produção é necessariamente coletivo e<br />

solidário, indiscutível e necessariamente cooperativo, sua gestão e distribuição não o são da<br />

mesma forma”. Ou seja, as comunida<strong>de</strong>s estão inseridas num processo que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

produção da matéria-prima até o <strong>de</strong>scarte do produto, sofre influência do sist<strong>em</strong>a<br />

25 O termo foi usado pelo autor no sentido <strong>de</strong> que as áreas <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong>v<strong>em</strong> se resguardadas para<br />

conservação da diversida<strong>de</strong> biológica, pois se trata <strong>de</strong> constituir gran<strong>de</strong>s áreas d<strong>em</strong>arcadas a pretexto <strong>de</strong><br />

pesquisa científica, ignorando todo o saber construído pelas populações que habitam esses ecossist<strong>em</strong>as.

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