Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...
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para alterá-la para melhor ou para pior. Para aprofundar essa questão, cita Kumapara,<br />
discípulo <strong>de</strong> Gandhi, que propôs a criação <strong>de</strong> uma economia <strong>de</strong> permanência. Nela, “a<br />
satisfação das verda<strong>de</strong>iras necessida<strong>de</strong>s humanas, autolimitadas por princípios que evitam a<br />
ganância, caminha junto com a conservação da biodiversida<strong>de</strong>” (2002, p. 69). Ele acredita<br />
que, com a contribuição da ciência cont<strong>em</strong>porânea, pod<strong>em</strong>os pensar <strong>em</strong> uma nova forma <strong>de</strong><br />
civilização, fundamentada no uso sustentável dos recursos naturais.<br />
O autor reforça que:<br />
[...] o eco<strong>de</strong>senvolvimento requer o planejamento local e participativo, no nível<br />
micro, das autorida<strong>de</strong>s locais, comunida<strong>de</strong>s e associações <strong>de</strong> cidadãos envolvidos<br />
na proteção da área [...] po<strong>de</strong> ser mais facilmente alcançado com o aproveitamento<br />
dos sist<strong>em</strong>as tradicionais <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> recursos, como também com a organização<br />
<strong>de</strong> um processo participativo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação das necessida<strong>de</strong>s, dos recursos<br />
potenciais e das maneiras <strong>de</strong> aproveitamento da biodiversida<strong>de</strong> como caminho<br />
para a melhoria do nível <strong>de</strong> vida dos povos (SACHS, 2002, p. 73-75).<br />
Uma vez explicitadas as diferentes abordagens e os conceitos <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>,<br />
cabe refletir, neste contexto, sobre a cultura e a utilização do vime. Como já visto<br />
anteriormente, trata-se <strong>de</strong> um cultivo que privilegia, sobretudo, a geração <strong>de</strong> renda para<br />
agricultores familiares e artesãos, que têm nesta ativida<strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong> renda que lhes<br />
permite permanecer no campo. Permite, portanto, associar os três eixos da<br />
sustentabilida<strong>de</strong>, encaixando-se no diagrama proposto por Pierri & Chang (FIGURA 2), no<br />
qual se observa uma hierarquia entre os três aspectos da sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
Em quase todo o mundo, as transformações econômicas e produtivas ocorridas<br />
durante o século XX, e especialmente no período <strong>de</strong> pós-guerra, fizeram com que muitos<br />
agricultores migrass<strong>em</strong> da agricultura <strong>de</strong> subsistência para a economia <strong>de</strong> mercado,<br />
modificando a forma como as proprieda<strong>de</strong>s eram exploradas. A prática da monocultura, os<br />
gran<strong>de</strong>s latifúndios, a pecuária intensiva, entre outros, levaram a um movimento migratório<br />
do campo para a cida<strong>de</strong>, maximizando os probl<strong>em</strong>as sociais e ambientais.<br />
O passar dos anos t<strong>em</strong> d<strong>em</strong>onstrado que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> agricultura, baseado no uso<br />
intensivo <strong>de</strong> tecnologias, apresenta consequências que <strong>de</strong>notam sua fragilida<strong>de</strong>,<br />
especialmente para a agricultura familiar. Dentre elas <strong>de</strong>staca-se a <strong>de</strong>predação dos recursos<br />
naturais, com o objetivo <strong>de</strong> aumentar a produção e a produtivida<strong>de</strong> das lavouras e criações,<br />
levando agricultores a uma <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> fatores externos à proprieda<strong>de</strong>, com<br />
consequente diminuição das condições <strong>de</strong> renda da pequena proprieda<strong>de</strong>.<br />
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