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Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...

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Foster (2005, p. 32) l<strong>em</strong>bra que uma “comunida<strong>de</strong> ecológica e o seu meio ambiente<br />

precisam, pois, ser vistos como um todo dialético, <strong>em</strong> que diferentes níveis <strong>de</strong> existência são<br />

ontologicamente significativos...”, isto é, não é possível compreen<strong>de</strong>r uma comunida<strong>de</strong><br />

dissociada do seu meio ambiente, pois todos os níveis <strong>de</strong> seres são importantes para a<br />

sobrevivência dos d<strong>em</strong>ais. O mesmo autor afirma “que não há um propósito global guiando<br />

as comunida<strong>de</strong>s”. Deduz-se que, apesar dos seres humanos tentar<strong>em</strong> atribuir características<br />

universais, assim como utilida<strong>de</strong> para todas as coisas e também para os d<strong>em</strong>ais seres, tanto<br />

as características, quanto os propósitos, estão longe <strong>de</strong> representar<strong>em</strong> um consenso.<br />

Foi a partir da década <strong>de</strong> 1960 que os probl<strong>em</strong>as ambientais se agravaram e<br />

passaram a ser alvo <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> estado e estudo <strong>de</strong> vários setores da ciência, mas apenas<br />

<strong>em</strong> 1987, com o documento conhecido como “Nosso futuro comum” ou “Informe<br />

Brundtland”, aprovado pela ONU 5 , o “<strong>de</strong>senvolvimento sustentável e a sustentabilida<strong>de</strong>”<br />

tornaram-se um objetivo. A proposta <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável consi<strong>de</strong>rava que,<br />

entre outros aspectos:<br />

a) a pobreza (dos indivíduos e dos países) não é só consequência do probl<strong>em</strong>a ambiental, é também<br />

causa;<br />

b) on<strong>de</strong> há crescimento econômico há disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capital para combater os probl<strong>em</strong>as<br />

ambientais;<br />

c) o “enver<strong>de</strong>cimento industrial”, melhora a rentabilida<strong>de</strong> e a competitivida<strong>de</strong> <strong>em</strong>presarial;<br />

d) as alternativas tecnológicas para resolver os probl<strong>em</strong>as ambientais exist<strong>em</strong> ou pod<strong>em</strong> ser criadas;<br />

e) o crescimento é condição sine qua non para enfrentar a crise ambiental (FOLADORI 2005, p. 53-55).<br />

O informe t<strong>em</strong> um caráter antropocentrista e ressalta que é preciso evitar que a crise<br />

ambiental impeça o crescimento econômico. Isso representa uma mudança fundamental no<br />

pensamento ambientalista, porque incorpora objetivos econômicos e sociais e não apenas<br />

saú<strong>de</strong> ambiental (FOLADORI, 2005, p. 63). Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>duzir que a sustentabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria<br />

ser alcançada caso integrasse os aspectos ambientais aos socioeconômicos e que a busca<br />

por soluções que não atendam os três aspectos ou que os atendam <strong>de</strong> forma parcial torna-<br />

se insustentável a médio e longo prazos.<br />

Mas, que sustentabilida<strong>de</strong> é essa almejada no Informe Brundland? A qu<strong>em</strong> interessa<br />

esse Desenvolvimento Sustentável? Ele é realmente sustentável?<br />

Muitos autores ao analisar<strong>em</strong> os princípios apresentados pelo Informe Brundland o<br />

puseram <strong>em</strong> discussão. Um ex<strong>em</strong>plo é o primeiro it<strong>em</strong>, que afirma ser a pobreza causa e<br />

5 RELATÓRIO BRUNDLAND. Disponível <strong>em</strong>:<br />

http://www.ana.gov.br/AcoesAdministrativas/RelatorioGestao/Rio10/Riomais<strong>de</strong>z/in<strong>de</strong>x.php.40.html, acessado<br />

<strong>em</strong> julho <strong>de</strong> 2009.<br />

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